Jaracuçu: ficha técnica, características e mais informações

No Brasil, existem cerca de 392 espécies de serpentes, entre elas está a jaracuçu. Esta é uma serpente presente em várias regiões brasileiras e em alguns países da América do Sul. O animal é de grande porte e é muito comum em florestas. A espécie é uma das maiores causadoras de acidentes no país, devido ao seu potencial veneno!

Você conhece essa espécie? Continue lendo para descobrir as principais características da jaracuçu como habitat, aspectos físicos, alimentação, origem, expectativa de vida e reprodução. Você terá também informações sobre a sua importância ecológica, poder do veneno e outras curiosidades sobre essa fascinante cobra da fauna brasileira!

Se você ficou interessado em conhecer a cobra jaracuçu, acompanhe este artigo para conhecer toda a ficha técnica do animal que inclui informações sobre o seu habitat, alimentação, origem e outros fatos importantes!

O nome científico da jaracuçu é Bothrops jararacussu. Bothrops é um nome resultante da união de duas palavras gregas, tendo como significado "fendas na face." A espécie tem origem na América do Sul, mas é registrada no Paraguai, Argentina e Brasil. No território brasileiro ela está presente em diferentes regiões!

Essa espécie de cobra pertence à família Viperidae. Esse grupo inclui todas as cobras que podem provocar danos fatais, conhecidas como tantosofídios. A jararacuçu pertence também à subfamília conhecida como Crotalinae, que tem como característica a presença de fossetas loreais. Este órgão é capaz de detectar mudanças de temperatura.

A serpente possui coloração diferente em relação ao tempo de vida e o sexo. Ela possui dicromatismo sexual, responsável pela diferença de cor. Os machos adultos, apresentam coloração com fundo cor castanho ou acinzentado. Enquanto as fêmeas adultas têm uma diferença de cor entre as suas manchas pretas e fundo amarelado.

A espécie pode alcançar 2,20 metros de comprimento. As serpentes fêmeas são maiores que os machos. As presas desse animal são muito potentes na inoculação de veneno, sendo que elas podem chegar até 2,5 cm de comprimento.

Essa espécie de cobra pode ser encontrada na América do Sul, em países como Argentina, Brasil, Bolívia e Paraguai. No território brasileiro, ela está presente na região Sudeste e Sul e nos estados do Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Bahia. Ou seja, é uma espécie sul-americana.

O seu habitat natural são os interiores das florestas úmidas e semi-decíduas da Mata Atlântica. Entretanto, ela pode ser encontrada nas beiradas dessas florestas e em regiões abertas. A distribuição geográfica da cobra alcança também matas ciliares, principalmente próximo às rochas de margens de rios e córregos.

A jaracuçu é um animal que ingere apenas alimentos de origem animal, ou seja, é carnívora. A sua dieta é composta por anfíbios, lagartos, mamíferos e até outras espécies de serpentes. Entretanto, existem diferenças na alimentação em relação ao tempo de desenvolvimento.

As espécies jovens se alimentam de presas menores como anfíbios. Já os adultos se alimentam preferencialmente de mamíferos, como roedores e animais ectotérmicos. Para capturar a presa, essa cobra utiliza a emboscada, caça ativa e caça por espreita. Outra curiosidade é que as espécies mais jovens possuem uma cauda colorida que atrai as presas, uma vez que o movimento parece ser uma pequena larva de inseto.

Uma das características da jaracuçu é o seu poder de camuflagem. Essa característica da espécie é tão desenvolvida que é um verdadeiro desafio notá-la em meio à vegetação. Por isso, deve-se ter cuidado ao entrar em florestas de seu habitat natural, uma vez que essa espécie pode facilmente se envolver na serapilheira de áreas florestais.

Outro comportamento da peçonhenta é a sua capacidade de perceber variações mínimas de temperatura, na ordem de 0,003, °C. Tudo isso porque a cobra possui a fosseta loreal em seu corpo. Esse órgão permite que o animal localize as suas presas endotérmicas, como por exemplo os roedores, durante o período noturno.

Outra informação importante da ficha técnica do animal é o seu tempo de vida. A jaracuçu vive em torno de 10 anos. Ou seja, é um animal que vive durante muito tempo e a sua expectativa de vida depende de sua qualidade de vida no local em que vive.

A reprodução da serpente ocorre sempre no fim do verão. A espécie é vivípara, ou seja, os seus filhotes se desenvolvem dentro do corpo da fêmea, local onde ficam aquecidos e protegidos. Um fato curioso é que a fêmea pode dar à luz de 13 a 37 filhotes, mas isso depende do seu tamanho.

Agora você já sabe as principais informações técnicas da jaracuçu. Você ficou curioso para saber mais sobre essa espécie? Confira a seguir curiosidades fascinantes!

Essa serpente possui um veneno muito potente com ação citotóxica, hemotóxica e miotóxica. A inoculação do veneno atinge animais e humanos. A cobra jararacuçu é capaz de injetar cerca de 4 ml de veneno na vítima, sendo um grande volume.

Ao ser picado por essa espécie, ocorre a formação de dor no local, hemorragias, infecção, insuficiência renal e necrose na vítima. A cobra está ligada a grande parte dos acidentes que ocorrem no país envolvendo serpentes. Lembrando que o fato de suas presas medirem cerca de 2,5 cm de comprimento, promove um agravamento da picada do animal.

Para você ter uma ideia, apenas no Brasil existem cerca de 392 espécies de serpentes, mas apenas 63 são peçonhentas. As cobras peçonhentas são aquelas que possuem veneno e podem passá-lo para a vítima no momento da picada. Elas podem causar acidentes fatais!

A cobra jararacuçu é a segunda maior serpente do Brasil. Ela pode chegar até 2,20 metros de comprimento! Além disso, é a espécie com a maior capacidade de inoculação de veneno. Esse animal só fica atrás das cobras surucucus, que é a maior serpente peçonhenta do território brasileiro.

O nome jararacuçu é de origem da língua Tupi. Jarara significa "bote de cobra" e "uçu" tem como significado "grande". Esse nome é atribuído às espécies da família Viperidae, grupo que pode causar acidentes fatais. Esse grupo representa 87% dos acidentes envolvendo cobras no Brasil.

A espécie Bothrops jaracússu é também conhecida como jararacuçu-verdadeiro, surucucu, surucucu-dourada, surucucu-tapete, urutu-dourado, urutu-estrela e patrona. Essa família tem um complexo mecanismo de inoculação de veneno. A necrose, por exemplo, é o sintoma mais grave de acidentes envolvendo essa espécie de serpente. Isso porque ela causa a amputação de membros e distúrbios funcionais permanentes.

A jaracuçu não está ameaçada de extinção. Entretanto, ela está no grupo de serpentes com status "Em Perigo de Extinção". A espécie não se encontra na lista oficial de espécies ameaçadas de extinção no Brasil (ICMBio).

Mas, de acordo com a International Union of Conservation of Nature (IUCN), a jararacuçu encontra-se com status de ameaça pouco preocupante. Apesar disso, o desmatamento, atropelamento da fauna e incêndios florestais ameaçam a espécie pela perda de seu habitat.

A jaracuçu tem grande importância no equilíbrio da vida na Terra. Devido a isso, deve ser preservada no meio ambiente. Além disso, é uma espécie de tanatofilia, ou seja, que possui importância médica, em relação aos acidentes com vítimas.

A espécie possui muita contribuição no ecossistema. Ela é uma predadora de topo e, por isso, ajuda no controle da população de roedores. Já na pesquisa, o seu veneno é fonte de estudos e para produção de medicamentos, vacinas e soros. Considerando a sua importância e devido, deve-se manter a qualidade de vida do animal, não interferindo em seu habitat, para manter a biodiversidade na Terra.

Como você viu neste artigo, a jaracuçu é a segunda maior serpente peçonhenta encontrada no Brasil e o seu veneno é muito potente. Ela é uma das cobras que mais causam acidentes no país. Além disso, ela tem o maior poder de inoculação de venenos que pode ocasionar diversos sintomas como a necrose, resultando na amputação de membros.

Outro comportamento curioso da peçonhenta, que vimos aqui, é a sua capacidade de perceber variações mínimas de temperatura. A base alimentar da espécie são alimentos de origem animal e ela vive em torno de 10 anos! Apesar de não ser uma espécie ameaçada de extinção é uma cobra que deve ser preservada uma vez que contribui para o equilíbrio do ecossistema na Terra.