O que são asininos?
Os asininos são animais popularmente conhecidos como jumentos. Eles são animais que surgiram há séculos atrás e que podem ser classificados em várias espécies.
No Brasil, temos o Jumento Paulista, o Jumento Pêga e o Jumento Nordestino. Já pelo mundo afora, podemos encontrar o Asno de Amiata, Asno Selvagem indiano, Jumento Cotentin, Burro de Miranda e Jumento Mamute americano.
Asininos puros são raros, graças aos diversos cruzamentos deste animal com as zebras e cavalos. Os puros já foram muito valiosos e serviam como herança. Hoje em dia, são muito utilizados como braço de trabalho em pequenas fazendas. Neste artigo, você vai ver as diferentes características desses animais, a origem das espécies no Brasil e no mundo e curiosidades que ajudarão você a distinguir esse animal do cavalo.
Características gerais dos asininos
Vamos apresentar o ciclo de vida dos asininos, além de sua origem e até sua reprodução. Você aprenderá conosco sobre seu nome, seu tamanho, peso, aspectos visuais e muitas outras características dos asininos.
■Nome e origem
Existem duas teorias bem aceitas a respeito da origem dos asininos. A primeira delas é que seu surgimento foi no Onagro da Etiópia e deu origem ao burro selvagem, denominado cientificamente como Equus asinus taenioppus.
A segunda teoria afirma que os asininos se dividem em duas vertentes: a de origem africana, denominada Equus asinus africanus e a de origem na região mediterrânea, com o nome de Equus asinus europeus.
■Tamanho e peso
O tamanho e o peso dos asininos variam conforme o seu tipo: se é selvagem ou domesticado. Os burros selvagens são maiores e mais pesados que os domesticados. Além disso, a forma de criação de um burro domesticado interfere diretamente em seu tamanho e peso.
Com relação ao seu tamanho, sendo medido do casco ao ombro, podem variar de 92cm até 125 cm. O burro que tem em média 90 cm de altura é conhecido como burro miniatura e pode ser encontrado em parques de diversões e circos. Seu peso pode variar entre 180 kg a 250 kg.
■Aspectos visuais
Apesar dos asininos serem confundidos com os cavalos, há diferenças. Os burros são menores e sua pelagem é maior que a dos cavalos e mulas. Apesar da cor mais comum ser o marrom, a pelagem de um asinino pode receber as cores acinzentada, preta ou branca.
Também pode ocorrer uma combinação de manchas marrons e brancas, ou pretas e brancas, chamada de cor quebrada. Sua estrutura física apresenta um pescoço pequeno e grosso, orelhas longas e compridas, e focinho comprido. Suas orelhas longas se dão ao fato de precisar captar os relinchos dos outros animais quando se viam distantes do grupo em que viviam.
■Distribuição e habitat
Os burros domesticados podem ser encontrados nos Estados Unidos, Itália, Índia, França, Espanha, Portugal, Hungria, Etiópia, Turquia e Brasil. Enquanto os burros selvagens vivem em desertos e savanas no norte da África, na Península Arábica e no Oriente Médio.
Apesar de ter um instinto de sobrevivência muito forte, esses animais não conseguem sobreviver em regiões muito frias. Seu habitat são as regiões temperadas, semiáridas ou montanhosas. Portanto, sua adaptação ocorre melhor em áreas secas e quentes, podendo viver até 25 anos.
■Alimentação
Os asininos adoram comer grama, arbustos e plantas do deserto. A alimentação deve ser nutritiva e de alta digestibilidade para garantir melhor desempenho nas atividades desse animal.
Seu paladar é fã de alimentos com sabor adocicado, adstringente e salgado. Um burro pode consumir de 3 kg a 4,5 Kg de alimentos por dia. A quantidade balanceada e indicada para o asinino é que ele consuma 2% do seu peso em alimentos diariamente. No caso dos burros selvagens, que vivem em lugares com alimentação escassa, a ingestão dessa quantidade de alimento pode desequilibrar o habitat em que vive.
■Reprodução dos asininos
Com dois anos, um burro já pode acasalar. Sua gestação dura cerca de 11 a 14 meses. Os jumentos se reproduzem entre eles e, também, com cavalos e zebras. O cruzamento entre jumento e égua dá origem ao burro, para machos; e mulas, para fêmeas. Já entre a jumenta e o cavalo, nasce o bardoto.
Quando a procriação ocorre com cavalos e zebras, seus descendentes são híbridos e nascem estéreis. Isso ocorre porque o número de cromossomos diferem em cada espécie e seu resultado é um número ímpar de cromossomos, o que inviabiliza uma fecundação.
Raças de asininos encontradas no Brasil
De norte a sul e de leste a oeste, o Brasil possui cerca de 900 mil jumentos. Com grande número concentrado no nordeste, este animal tem sua função voltada para atividades na roça. Conheça abaixo os principais jumentos nacionais.
■Jumento Paulista
Também conhecido como jumento brasileiro, esse animal teve sua origem no estado de São Paulo e é encontrado no sudeste do Brasil. Sua pelagem pode ser avermelhada, tordilha e baia. Com grande aptidão para o trabalho são muito utilizados para montaria, carga ou tração. O Jumento Paulista possui lombo curto e musculoso e tem muita semelhança com o Jumento Pêga.
■Jumento Pêga
Originado na fazenda do padre Manoel Maria Torquato de Almeida, pastor de almas do Arcebispado de Mariana, esse jumento nacional é uma mistura entre as raças italiana e egípcia. Com orelhas empinadas, apresenta listras na lombar e nas paletas.
Possuem esse nome pois eram marcados a fogo pelo seu dono. Essas marcas retratavam um aparelho formado por duas argolas de ferro que formavam uma algema. O nome desse aparelho era Pêga. O Jumento Pêga é utilizado para deslocamento, montaria, transporte de cargas, preparo do solo, trabalho com bovinos, cavalgadas, provas funcionais, concursos de marcha, dentre outras modalidades.
■Jumento Nordestino
Com uma grande resistência e um porte pouco musculoso, o Jumento Nordestino é encontrado no Maranhão e na Bahia. Chamado no nordeste de jegue, pode também ser encontrado na região Centro-Oeste. Usados para montaria e transporte de cargas, sua criação é a mesma que se realiza em jumentos no deserto. Sua principal característica são as orelhas longas e seu comportamento selvagem.
Raças de asininos de outras partes do mundo
Podemos encontrar asininos na Itália, na Índia, na França, em Portugal e nos Estados Unidos. Esse animal teve sua adaptação para cada país diferente, bem como, em cada um deles, tinha uma função. Veja abaixo como eles viviam em diferentes lugares.
■Asno de Amiata
Este animal foi quase extinto após a Segunda Guerra Mundial e tem sua origem na Itália, mais especificamente, em Toscana. Considerada uma raça limitada no país, o Asno de Amiata tem seu nome associado ao Monte Amiata. O Monte Amiata é uma cúpula formada a partir da deposição de lava vulcânica. Esta raça também pode ser encontrada na região da Ligúria (noroeste da Itália) e em Campânia (sul da Itália).
■Asno-selvagem-indiano
Oriundo da Índia, o Asno Selvagem indiano também é chamado de onagro e pode chegar a uma velocidade de até 70 km/h. Maior em tamanho e personalidade, possui orelhas menores e sem listras. Essa raça vive no deserto e pode ficar dias sem água. Ameaçados de extinção, vivem em grupo de no máximo 12 animais. Neste grupo, em regra, apenas um macho pode procriar.
■Jumento Cotentin
Encontrado na França, este animal recebe um chip ao nascer e tem sua reprodução controlada. Apesar de já ter sido utilizado para transporte de cargas, principalmente leite, hoje é usado em turismo e lazer. Suas novas funções são: animal de carga para caminhada ou trilhas, condução recreativa e equino terapia. Por ser um animal dócil e esperto, também é utilizado como animal de companhia e de estimação.
■Burro-de-Miranda
O Burro de Miranda corre risco de extinção, porém já foi muito utilizado como animal de sela, de apoio nos trabalhos agrícolas e no transporte. Encontrado em Portugal, atualmente seu uso é para fins terapêuticos, pedagógicos e lúdicos. É um animal rústico, com uma pelagem castanha escura com gradações mais claras nas costas. Possui um pescoço curto e grosso e membros grossos de articulações volumosas. Seu pêlo é tão abundante que cobre os cascos.
■American mammoth donkey
No Brasil, conhecido como Jumento Mamute americano, esta raça é a de maior porte de asno do mundo. Ele pode ser encontrado nos Estados Unidos, e foi introduzido pelos ingleses no século XVIII. Podendo chegar a quase um metro e meio de altura, sua pelagem tem duas cores: preta, ao longo de todo o corpo, e com manchas brancas em parte do rosto e na barriga.
Curiosidades sobre os asininos
Apesar de muito parecidos e de serem considerados ancestrais, os asininos, equinos e muares têm suas diferenças e cada um deles tem a sua história. Veja abaixo como essas raças surgiram.
■Diferença entre asininos, equinos e muares
Popularmente, os asininos são conhecidos como jumentos, jegue ou asno. Os equinos são os cavalos e éguas. E os muares, burros e mulas ou bestas. Os asininos e os muares são fortes, resistentes e mansos. Além de serem considerados mais inteligentes, hábeis e mais disciplinados que os equinos.
Com relação às características físicas, os jumentos são menores, possuem o pescoço menor e mais grosso e pelagem comprida na cor acinzentada, branca ou preta. Enquanto os cavalos possuem pescoço mais alongado e uma cabeça mais definida. Os muares possuem orelhas mais compridas e são resultados do cruzamento dos jumentos com uma égua.
■História e evolução dos asininos
Citados em documentos históricos, como a Bíblia, esse animal foi domesticado pela primeira vez há cerca de 6.000 anos no Norte da África e no Egito. Usado como meio de transporte, transporte de cargas e até como herança, foi um grande companheiro da espécie humana.
Do mesmo ancestral dos cavalos, os asininos evoluíram para uma espécie diferente, podendo ser classificada como duas espécies de burro selvagem: o ramo asiático e o ramo africano. Enquanto o ramo asiático veio de uma área que se estende do Mar Vermelho ao norte da Índia e ao Tibete, o ramo africano foi encontrado no norte da África, entre a costa mediterrânea e o deserto do Saara, ao sul do Mar Vermelho.
■Existem milhões de asininos, mas poucos puros
Como o asinino não tem exigência para procriar, muitos de seus cruzamentos são feitos com outras espécies e geram descendentes estéreis. Esse comportamento está levando a espécie para extinção. O asno, o jegue, o burro, a mula e o bordato são considerados animais híbridos.
Os asininos puros que existem no Brasil chegam a custar até R$100 mil. A produção de leite é menor que a de leite de vaca e as jumentas têm uma produção média de 800 ml por dia. Seu leite não é bom para tomar com café, mas é bastante nutritivo e possui mais lactose que o de vaca.
Selvagens ou domésticos, os asininos estão em extinção
Como apresentamos ao longo do artigo, os jumentos, burros e mulas foram muito utilizados para ajudar o homem como uma força de trabalho.
De uma ponta a outra desse mundo, eles foram usados para carregar cargas e participar das grandes Guerras Mundiais. Hoje, além de continuarem auxiliando nos trabalhos da roça, são usados para fins terapêuticos, ajuda em esportes e até como animais de estimação.
Se dividem em dois grandes grupos: burros selvagens e burros domésticos. E cada espécie tem suas particularidades físicas e comportamentais. Apesar de menor que o cavalo, este animal pode chegar a uma velocidade de 70 km/h e desequilibrar o seu habitat graças a sua fome insaciável.
Devido à sua procriação com zebras e cavalos, poucos são os jumentos puros hoje. A procriação livre torna seus descendentes estéreis e levam os asininos à extinção. Portanto, é necessário cuidado com a conservação das espécies em cativeiro. Após conhecer mais sobre os asininos, você imaginou que o jumento seria mais inteligente, mais ágil e mais disciplinado que o cavalo?