A ema é uma ave gigantesca
Considerada a maior ave do continente americano, a ema, muitas vezes confundida com o avestruz, pode chegar a medir 1,70 m de altura! Comparada a outras aves, como papagaios, periquitos e calopsitas, ela pode ser realmente considerada um animal gigante.
Uma ave adulta desta espécie pode chegar a pesar 40 kg dependendo de seus hábitos alimentares e da região onde vive. As emas podem, inclusive, ser consideradas grandes galinhas, uma vez que possuem características semelhantes a essas pequenas aves, especialmente quanto à aparência. No mais, acompanhe o artigo para conhecer a fundo o quão fantásticas são as emas! Vamos lá?
Características gerais da ema
Você sabe qual é a origem desta ave? Sabe quantos anos ela vive e de onde veio seu nome? Vamos conhecer essas e outras informações fascinantes a respeito das emas a seguir:
■Nome e origem
Em alguns lugares, as emas também são conhecidas por nandus, nhandus, guaripés ou xuris. A origem do nome “ema” é oriental, e acredita-se que seja molucana. Já “nandu” ou “nhandu”, “guaripé” ou “xuri” são nomes originários do tupi-guarani. As emas estão presentes em alguns países da América do Sul.
E, por mais que você acredite que ela pode ser parente dos avestruzes, essa ave não é apenas diferente, como também vive em temperaturas e em territórios diferentes. As emas são resistentes a mudanças de clima, de modo que podemos perceber isso pelo fato de elas viverem do norte ao sul do nosso país.
■Tamanho e peso do animal
Conforme foi citado, machos adultos podem chegar a até 1,70 m de altura, enquanto as fêmeas, naturalmente mais baixas, podem chegar a até 1,34 m de altura. Os machos podem chegar a pesar até 36 kg em alguns casos, e as fêmeas podem atingir entre 32 kg e 35 kg. O peso da ave pode variar conforme a região em que ela vive e de acordo com o que ela consome.
■Características visuais
Uma das características visuais mais marcantes dessas aves são as longas pernas. Além de longas, as pernas dessas aves são extremamente fortes. Os pés, também grandes, possuem 3 dedos. As penas podem ser marrom-acinzentadas, principalmente na parte superior. Os machos possuem o pescoço mais grosso e mais escuro do que o da fêmea.
■Distribuição e habitat
Como citado acima, essas aves estão presentes em alguns países da América do Sul e vivem principalmente em regiões campestres e em cerrados. No Brasil, elas podem ser encontradas no Nordeste, na parte sul do Pará, e principalmente em Goiás e no Mato Grosso, onde pode ser encontrada a maior concentração da população de emas do país.
■Comportamento da ave
Naturalmente agressiva quando está na natureza, essa ave é bem temperamental quando se trata de invasão de território. Ela não hesita em cuidar e defender sua área, prezando principalmente pelos filhotes. Um fato curioso é que quem cuida dos filhotes é o macho, que é quem choca os ovos.
Subespécies de ema
A ema, assim como qualquer outra ave, possui algumas subespécies. Essas subespécies estão distribuídas por todo o território brasileiro, sendo presentes também em outros países latinos, onde as emas são comuns. Acompanhe um pouco mais sobre as subespécies existentes:
■Rhea americana araneipes
Além de serem encontradas aqui no Brasil, do estado de Rondônia até o Mato Grosso do Sul, as emas Rhea americana araneipes também são bem comuns na região semiárida do Paraguai e da Bolívia. Essa subespécie foi encontrada e catalogada desde o ano de 1938, oficializando, assim, a subespécie.
Seu nome científico tem origem do grega Rhea, que significa grande mãe, o que é referente ao seu tamanho, já que a ave chega a medir até 1,40 m de altura. Sua penugem é bem densa de cor acinzentada. Os machos possuem a parte frontal com penas mais escuras.
■Rhea americana americana
Essa subespécie está presente em quase todo o território brasileiro, podendo ser encontrada desde o estado do Maranhão até o estado do Rio Grande do Norte, passando pelo norte do estado do Paraná até uma parte do estado de São Paulo. E, assim como as outras subespécies, ela possui características parecidas com as demais.
Os indígenas conhecem esse animal por nomes como "nhunguaçu", "nhandu" e, mais ao norte do país, a população o conhece como "ema-da-caatinga". Essa subespécie foi descoberta muito antes da anterior, no ano de 1758, e desde muito cedo tornou-se o animal-símbolo da bandeira do Rio Grande do Norte.
■Rhea americana albescens
Encontrada principalmente nas planícies da Argentina, essa espécie não é comum no Brasil, apesar de ser encontrada no sul da província do Rio Negro, localizada ao sul do país. Quanto aos aspectos físicos, não há existem muitas diferenças em relação às outras subespécies, a única diferença é onde ela pode ser encontrada.
Os hábitos também são semelhantes, de modo que ela costuma correr bastante e usar suas asas para manter seu equilíbrio, já que suas pernas são compridas e finas. Quando se sentem ameaçadas, elas tendem a correr em "zig-zag", levantando suas asas. No ano 1878, essa espécie foi descoberta e catalogada.
■Rhea americana nobilis
Também não encontrada no Brasil, essa subespécie costuma ser vista com frequência ao leste do Paraguai, principalmente nas proximidades do leste do Rio Paraguai, que percorre os quatro países ao sul da América do Sul. Sua descoberta foi um pouco mais tarde, no começo dos anos 1900, mais especificamente no ano 1939.
Geralmente, as subespécies desta bela ave costumam andar em bandos, de modo que com a Rhea americana nobilis, não seria diferente. Elas tendem a andar em bandos com quantidades diferentes de membros, variando de grupos pequenos, com 5 indivíduos, até grupos maiores, com 30 indivíduos, por exemplo. E, inclusive, elas já serviram de inspiração para uma música nacional.
■Rhea americana intermedia
Presente no sul do estado do Paraná, a subespécie Rhea americana intermedia pode ser encontrada principalmente no sul do país, aparecendo no Rio Grande do Sul e até mesmo no território do Uruguai. A descoberta dela foi feita em 1914, demorando um pouco mais para ser descoberta do que as subespécies anteriores.
O mais interessante é que tal ave é pouco vista por um motivo: quanto mais pessoas viverem por perto, menos elas vão aparecer. Inclusive, ela é uma espécie de ave perseguida ilegalmente por pessoas interessadas na venda de sua carne, e esse é um dos maiores motivos para ela não gostar de estar próxima a cidades populosas.
Como iniciar a criação de ema
Muitas pessoas possuem dúvidas a respeito de ser permitido ou não a criação de emas em cativeiro. É possível criá-las para a venda de ovos, para a produção de carne, de couro, e até mesmo para vender suas penas! Porém, é preciso ter conhecimento e seguir regras para criar esses animais. Acompanhe abaixo como criá-las e o que é preciso para isso:
■É preciso permissão para criar ema
Como são consideradas animais silvestres, é necessário ter uma autorização para criar emas, principalmente se o objetivo da criação for comercial. Quem é responsável pela permissão é o órgão que regula a gestão da fauna do seu Estado. Primeiramente, você deve procurar tal órgão e pedir a permissão.
Após o pedido de permissão, você deve fornecer a documentação exigida e esperar pela elaboração do projeto para a sua criação. Após a aprovação ser emitida, você deve registrar o pedido na Secretaria Estadual do Meio Ambiente. Se a permissão for negada, você não poderá ter o criadouro e correrá o risco de prisão! Portanto, fique atento quanto à burocracia exigida.
■Espaço para criação de emas
O espaço em específico, independente do objetivo da criação, é essencial. Por serem animais grandes e que gostam de correr, de modo que precisam dessa atividade para a saúde, o espaço deve ser proporcional. Portanto, caso você pretenda criar mais de uma, antes de prosseguir seus planos para criar emas, atente-se quanto à área que ela habitará
O solo também é algo importante, já que a ema está acostumada a correr em locais planos, com bastante disponibilidade de grama ou leguminosas para se alimentar durante o dia. Você também deve dividir o espaço para os adultos e os filhotes e, principalmente, para os ovos, se for o caso.
■Reprodução da ema
As emas atingem a maturidade sexual por volta dos dois anos de idade, que é quando se inicia o período de reprodução da ave. As fêmeas podem colocar até 30 ovos, em alguns casos. Quem cuida do ninho são os machos, e eles também chocam-nos para que as fêmeas possam fazer mais posturas.
Caso você pretenda criar e reproduzir suas emas, se for usar a incubação natural, ou seja, deixando o macho chocar os ovos, você precisará de um investimento menor. Entretanto, caso queira fazer uma incubação artificial, o investimento deverá ser maior, uma vez que os ovos e os animais filhotes exigem mais cuidados e uma estrutura específica para crescerem.
■Cuidados especiais com a ema
Esses animais, tanto enquanto filhote quanto adultos, precisam de cuidados especiais. Quando são filhotes, estão mais propensos a pegar doenças, por isso, precisam de uma estrutura bem preparada para cada fase do crescimento. Logo, você deve investir em equipamentos próprios para o manejo do animal.
Já na fase adulta, é recomendável a aplicação de vermífugo nas aves, independente da alimentação que ela tiver. Você pode realizar a aplicação 4 vezes ao ano, esperando um intervalo de 3 meses entre uma aplicação e outra.
Curiosidades sobre a ema
Além de ser um grande animal, essa ave também possui certas peculiaridades e curiosidades que podem impressionar quem não conhece ou nunca viu uma ema. Abaixo, veja algumas dessas curiosidades sobre essa enorme ave:
■A diferença entre ema e avestruz
Enquanto os avestruzes são naturais da África, as emas vieram da Austrália. Mas essa não é a principal e nem a maior diferença entre essas enormes aves. Apesar de serem bem grandes, as emas não são as maiores aves. Os avestruzes são ainda maiores que elas, e podem chegar a medir mais de 2 metros de altura.
Os ovos do avestruz também são maiores, de modo que a fêmea coloca entre 10 a 16 ovos, enquanto as emas podem colocar até 30. Conforme citado acima, quem cuida dos ovos e da incubação das emas são os machos, já no caso dos avestruzes, a fêmea e o macho cuidam revezando um em cada período.
■Ema não voa
Conforme foi citado, as emas, apesar de possuírem grandes asas, não voam. Mas você sabe o porquê disso? As emas não voam por não possuírem um osso na região do peito. O nome desse osso é carena, e acredita-se que elas perderam essa estrutura ao longo da evolução.
Esse osso é responsável por “segurar” os músculos que fazem as asas baterem na hora de voar. Sem essa estrutura, a ave não possui firmeza quando mexe as asas e não consegue “batê-las da forma certa”. Com isso, ela não consegue levantar o voo. O que também interfere é a sua plumagem, que não possui uma ligação necessária para o voo.
■Ema e emu não são a mesma ave
Apesar de serem facilmente confundidas com avestruzes, pode ser que ocorram comparações entre emas e emus. Ainda que ambas pertençam à mesma família das aves que não voam, elas não são da mesma espécie, mas possuem algumas semelhanças entre si.
Uma delas é que é o macho quem choca o ovo. Mas, diferente das emas, os emus são maiores, possuem uma coloração mais amarronzada e são encontrados principalmente na Austrália. O emu é a segunda maior ave do mundo, podendo atingir cerca de 2 metros de altura na vida adulta. A fêmea coloca apenas um ovo por vez.
■Ema é a ave símbolo de um estado brasileiro
Muito comum nessa região, a ema foi eleita como animal símbolo do brasão do Rio Grande do Norte. Muitas das subespécies citadas neste artigo são encontradas nessa região, principalmente por ela ser rica em áreas de cerrado, com clima favorável para elas.
Acredita-se também que a ema foi escolhida como símbolo por sempre estar às margens dos principais rios da região. Essas aves também costumam viver perto de rios ou riachos, uma vez que precisam de muita água para sobreviver.
Ema: a ave que é sinônimo de grandeza
Vimos neste artigo que, apesar de não ser a maior ave do mundo, a ema, presente principalmente no nosso país, ilustra a grandeza da natureza, a beleza e a variedade presente na nossa fauna. Mesmo sendo animais agressivos, elas cuidam bem de suas crias e podem se dar bem com humanos quando criadas em cativeiro.
Por mais que seu tamanho assuste muitos de nós, o animal ainda possui delicadeza e beleza, seja em seus gestos ou na convivência na natureza. E você, já viu uma dessas de perto ou conhece alguma história sobre esses animais gigantes?