Piramboia: veja características e curiosidades do peixe!

A Piramboia é um peixe ósseo encontrado na Bacia Amazônica que é pulmonado, ou seja, que respira através de pulmões primitivos. É considerado um fóssil vivo, sendo a possível transição entre os peixes e os anfíbios, já que apresenta tanto respiração branquial quanto pulmonar em diferentes fases da vida. Essa característica ajuda tais peixes a sobreviver em situações extremas, inclusive fora d’água!

Seu corpo arredondado e alongado chama atenção, de modo que muitas pessoas, ao olharem o bicho, pensam que se trata uma cobra. Pelo contrário, a Piramboia é um peixe que possui duas nadadeiras laterais bem pequenas e uma nadadeira caudal fina. Ademais, as barbatanas laterais ajudam o peixe a “andar” na lama quando necessário! Surpreendente, não? Quer conhecer um pouco mais sobre a incrível Piramboia? Então confira todos os detalhes deste animal neste artigo!

Para que se conheça detalhadamente o peixe Piramboia, é fundamental desvendar todas as suas principais características. Dentre elas, a fisionomia, o tamanho, a origem, o habitat e a reprodução do animal são aspectos que dizem muito sobre ele. Conheça, a seguir, todas essas informações a fundo:

A Piramboia (Lepidosiren paradoxa) é um peixe de aspecto exótico, com o corpo arredondado e comprido, fato que leva o bicho a se parecer com uma cobra. Inclusive, o nome “Piramboia” vem do tupi e significa "peixe-cobra". É a junção dos termos indígenas pirá (peixe) e mboîa (cobra), que fazem referência ao formato alongado, arredondado e fino do animal, que lembra o réptil rastejante. Ademais, sua coloração fica entre o marrom escuro e o cinza.

Além disso, a Piramboia tem a cabeça achatada e dentes semelhantes aos do peixe Traíra. Ela é frequentemente é confundida com o peixe Moreia, porque apresentar características semelhantes quanto ao formato alongado do corpo.

O peixe Piramboia é bastante comprido que pode atingir até 125 cm e pesar mais de 15 kg. Ainda assim, em média, costuma chegar a 80 cm de comprimento. Há relatos, ainda, de Piramboias encontradas que mediam aproximadamente 2 metros! De modo geral, entre os machos e as fêmeas, não há dimorfismo sexual evidente, ou seja, ambos apresentam o mesmo tamanho.

A origem da Piramboia é sul-americana. Não se conhece nenhum outro peixe pulmonado que habita este continente. Além do Brasil, ela pode ser encontrada na Argentina, Colômbia, Guiana Francesa, Peru e Venezuela. Por aqui, ela é encontrada na Bacia Amazônica.

As Piramboias habitam, de modo geral, lagos, rios, riachos e pântanos. Elas apreciam viver em regiões onde o nível de água desce bastante no período de estiagem e em áreas pantanosas com águas estagnadas e com pequenos afluentes.

Piramboias são peixes ovíparos, mas ainda não se sabe ao certo se a reprodução delas ocorre através da fertilização interna ou se os ovos são fertilizados após a postura. Além disso, de acordo com índios habitantes da região amazônica, não há cópula.

De modo geral, a espécie desova durante a estação chuvosa, entre setembro e dezembro, quando os ovos são depositados em um ninho. Ele consiste em uma toca profunda forrada com pedaços de vegetação e geralmente é guardado pelo macho.

Caso você queira ter uma Piramboia em casa, mas não faça ideia do preço e dos custos do animal com a alimentação e o aquário, acompanhe todas as informações abaixo. Elas elucidarão suas dúvidas antes da aquisição do peixe!

Peixes Piramboia não são fáceis de se encontrar à venda em aquários que comercializam bichos aquáticos ou em pet shops. Por serem comuns apenas na região Norte do país, a melhor forma de adquiri-los, caso você não more na região, é através da internet.

Assim como as outras espécies de peixe, o preço da Piramboia varia de acordo com seu tamanho. Ainda que a Piramboia seja encontrada facilmente na natureza medindo mais de 80 cm, uma espécime adaptada para criação em aquário, de cerca de 20 cm, pode ser comprada por volta de R$60,00. Na medida em que o tamanho do animal aumenta, seu preço também cresce.

Piramboias são peixes onívoros, ou seja, alimentam-se tanto de animais quanto de vegetais. Um alimento de origem animal muito utilizado no aquarismo são as artêmias, pequenos crustáceos que custam cerca de R$30,00 o pote em conserva com 30 g.

Ademais, rações específicas para peixes também são muito utilizadas. Como a Piramboia é um peixe de porte um pouco grande, é possível adquirir um insumo granulado, nutritivo e de qualidade a partir de R$50,00 o pacote com 5 kg.

O aquário, sem sombra de dúvidas, será o item mais caro que você terá que adquirir antes de ter uma Piramboia em casa. Há opções de tanques de 1.000 litros à venda partir de R$3.000.

Além disso, um filtro e um sistema de iluminação eficientes também devem ser adquiridos. Antes de comprar um filtro, você precisa verificar se sua capacidade de filtragem e sua vazão são indicados para o porte do aquário. O filtro externo do tipo Canister, apesar de mais caro, é amplamente indicado para purificar e circular a água do tanque. Ademais, quanto à iluminação, lâmpadas LED brancas são indicadas.

É preciso, também, adquirir um substrato fino para que a Piramboia não se machuque ao repousar no fundo do aquário. Indicadores das condições da água também são muito úteis, já que analisam constantemente se os parâmetros locais (pH, nitrato, amônia, kH e fosfato) estão adaptados às necessidades do peixe.

O aquário da Piramboia precisa tentar reproduzir ao máximo o habitat natural do peixe. Assim, caso você tenha interesse na criação em cativeiro do animal, acompanha abaixo os tópicos que te auxiliarão na montagem do tanque e na criação da Piramboia:

Como o peixe Piramboia é de médio a grande porte, é preciso inseri-lo em um aquário grande e espaçoso. Facilmente o animal cresce a 60 cm, portanto, um tanque de 1.000 litros é o ideal. Entretanto, é preciso acompanhar o crescimento do bicho, de modo que, caso sua Piramboia chegue a mais de 100 cm, o espaço deve ser estendido até ser capaz de comportar 3.000 litros.

Vale salientar, também, que o comprimento e a largura são as dimensões mais importantes. O aquário pode até ser raso, mas precisa ser comprido para que a Piramboia se movimente com facilidade.

Antes de criar qualquer peixe, preocupar-se com o pH e com a temperatura da água é fundamental! Por isso, para cuidar bem da Piramboia, faz-se essencial manter o pH da água entre 6 e 8, além de deixar a temperatura do tanque entre 24°C e 28°C. Além disso, a água do aquário deve estar sempre limpa e seu fluxo deve ser lento e sereno.

Conforme mencionado, o filtro do aquário da Piramboia deve satisfazer as necessidades do porte do aquário. O externo do tipo Canister é altamente indicado e pode ser encontrado a partir de R$900,00 para um aquário de 1.000 litros.

Além disso, o sistema de iluminação também deve ser eficiente. Lâmpadas brancas LED que custam a partir de R$30,00 são ótimas. Entretanto, como o tanque é grande, pode ser que você precise de uma quantidade considerável delas para iluminá-lo todo.

Embora seja uma espécie pacífica, a Piramboia poderá comer peixes que couberem em sua boca. Por isso, o ideal é que se compartilhe o aquário dela com peixes grandes demais para serem considerados alimento e que tenham comportamento pacífico.

Ciclídeos de médio a grande porte e alguns Ciprinídeos são exemplos de peixes que podem viver pacificamente com as Piramboias no mesmo aquário.

No geral, quanto aos demais cuidados com o aquário da Piramboia, faça trocas de água parciais do tanque quinzenalmente. Renovar cerca de 30% do conteúdo do tanque com tais intervalos ajudará o ambiente a se manter limpo e livre de muitos resíduos. Além disso, como Piramboias ficam mais no fundo do aquário, é recomendado que o substrato utilizado seja arenoso, de granulometria fina, ou até lamoso.

No mais, evite substratos com pedrinhas pontiagudas, pois pode machucar o peixe. Coloque esconderijos formado por raízes, troncos e pedras lisas, uma vez que a espécie passará a maior parte de seu tempo dentro da toca.

Além de conhecer os principais fatos acerca da Piramboia, há curiosidades extremamente válidas e interessantes a respeito dela. Por exemplo, a respiração pulmonar, o hábito do bicho de se enterrar na lama e a história do animal devem ser levados em consideração. Conheça tais curiosidades a seguir:

Um fato curioso em relação a este peixe é a respiração “pulmonar”, que na verdade é feita pela bexiga natatória, órgão que ajuda na flutuação dos peixes. No caso das Piramboias, ela funciona também como um pulmão primitivo.

Com os rios secos, a falta de oxigênio ativa uma glândula que pega o oxigênio restante da corrente sanguínea e o leva à bexiga natatória, que começa a inflar. O peixe sobe à superfície, “engole” o máximo de ar que consegue e uma estrutura nervosa filtra o oxigênio na bexiga e o leva à corrente sanguínea, permitindo que ele respire mesmo fora d'água.

A Piramboia é considerada por alguns biólogos um fóssil vivo, pois possui caraterísticas muito primitivas que permaneceram praticamente inalteradas por milhões de anos. Estima-se que seu surgimento foi há cerca de 400 milhões de anos.

Do ponto de vista evolutivo, elas teriam dado origem aos tetrápodes, grupo de vertebrados terrestres que apresenta quatro membros e pulmões. Representantes desse grupo, por exemplo, são anfíbios, répteis, aves e mamíferos, como ratos, cães e primatas ancestrais do ser humano.

O peixe Piramboia não é venenoso. Apesar de existirem alguns relatos envolvendo as Piramboia em situações de ataque a humanos, principalmente em lagos e pântanos, onde são bem comuns, os biólogos descartam essa possibilidade.

Esses peixes, além de não terem veneno, também não apresentam uma estrutura bucal desenvolvida para aplicação de veneno em outros animais. Porém, há relatos de mordidas em humanos.

Sim. Nos períodos de seca, o peixe cava uma toca para se esconder dos predadores e não secar ao sol. Ele usa o corpo como broca e se enterra a 1 m de profundidade dentro da lama.

Devidamente instalada e protegida, a Piramboia inicia o processo de hibernação, onde desacelera seu metabolismo e secreta pela pele um muco que endurece seu revestimento corporal e forma um casulo. Esse casulo protege contra a desidratação do animal e tem uma abertura na parte superior para ele possa respirar. Quando as chuvas voltam e enchem o rio, a Piramboia volta ao fundo da água e reassume a respiração branquial. Ela é capaz de ficar até quatro anos hibernando!

Vimos várias características fantásticas sobre as Piramboias: sua capacidade de respirar mesmo fora d’água com um mecanismo de respiração incrível; seu corpo com um formato bem incomum entre os peixes; sua origem primitiva e o fato de elas serem um possível elo de transição entre os peixes e anfíbios, sendo consideradas fósseis vivos.

Vimos, também, que Piramboias são os únicos peixes pulmonados encontrados no continente sul-americano, mais precisamente no Brasil, Argentina, Colômbia, Guiana Francesa, Peru e Venezuela.

Como não se encantar por este peixe? Ele, inclusive, vem ganhando espaço no aquarismo e, caso você tenha interesse em adquiri-lo, vimos ao longo deste texto várias dicas que vão te ajudar na criação dele! Pronto para pô-las em prática?