Peixe dojô: Um guia completo para você conhecer esse simpático peixe
O peixe dojô, ou Misgurnus anguillicaudatus, é também conhecido em diversas regiões pelo singular apelido de “peixe-cobra”, muito por conta do seu perfil alongado e esguio.
Dentre as suas principais características, podemos ressaltar o fato de ele ser um peixe de água doce, bastante apreciado para uma criação em aquários, entre outras características típicas desse gênero de peixe.
Além disso, o peixe dojô é exigente com relação a alguns cuidados referentes à sua alimentação, higiene, conservação; e depende de uma manutenção cuidadosa para que possa crescer forte e saudável.
E caso encontre essas condições ideais de sobrevivência que tanto apreciam, irão crescer belos e resistentes como uma das espécies de aquários mais apreciadas nos quatro cantos do planeta.
Características do peixe dojo e sua origem
Uma das principais características dessa espécie de peixes é a sua facilidade de conviver tanto em grupos quanto de forma solitária; e por isso mesmo ela tornou-se uma das espécies de aquário mais populares e apreciadas do mundo.
■Origem: de onde vem o peixe dojô?
As origens do peixe dojô estão na Ásia, mais especificamente na China, onde eles são quase como celebridades, principalmente pela sua característica de ser um “peixe limpador” do ambiente onde habita.
Trata-se de um membro exótico da família Cobitidae, que também abriga outras espécies excêntricas como as Botias, a Cobrinha kuhl, a Yasuhikotakia modesta, entre outras espécies também apreciadas para a criação em aquários.
■Uma espécie cheia de peculiaridades
O peixe dojô também é daquelas espécies que possuem as sua peculiaridades, como a necessidade de viver sob condições rigorosas de temperatura e pH.
Basicamente, recomenda-se temperaturas que não variem muito entre 20 e 25 graus centígrados, além de um pH entre 5.5 e 7.5. E caso encontrem essas características que tanto apreciam, eles poderão viver tranquilamente entre 7 e 10 anos, apenas com a manutenção dessas condições básicas.
Outra característica interessante do peixe dojô é o fato de ele ser uma espécie tipicamente noturna.
Mas o que eles preferem mesmo é passar quase todo o dia comodamente enterrados no substrato, especialmente quando a água é muito fria, o que torna a sua visibilidade um tanto quanto incomum.
■Descrição e morfologia do peixe dojô
Fisicamente, os peixes dojô possuem uma estrutura levemente cilíndrica, quase como cobras mesmo, e não ultrapassam os 7 ou 8 centímetros - especialmente quando criados em cativeiro.
Mas no ambiente natural é bastante comum encontrar variedades com até 18, 19 ou 20 centímetros, apesar da sua baixa expectativa de vida nesses locais.
Quanto à coloração, eles geralmente apresentam-se em um tom meio acinzentado, com algumas rajadas bastante destacadas, além de um conjunto de bigodes não menos característicos.
■Habitat e distribuição geográfica do peixe dojô
Com relação às características do habitat do peixe dojô, sabemos que a sua preferência é pelos córregos, mananciais e rios pouco agitados.
Contudo, você também poderá encontrá-los em áreas de pântanos, manguezais, plantações de arroz; e quanto mais lamacentos e ricos em materiais orgânicos eles forem, melhor será a sua adaptação.
Alimentação do peixe dojô: o que eles comem?
O peixe dojô é uma espécie que requer alguns cuidados com relação à sua alimentação, muito por conta de ter as características de um peixe de aquário.
E por ser oriundo de ambientes ricos em material orgânico, eles acabam sendo propensos a algumas doenças resultantes do desequilíbrio na sua alimentação e higiene.
■Alimentação
O peixe dojô é um animal onívoro, que aceita bem uma dieta à base de praticamente tudo; desde pequenos crustáceos e vermes, passando por larvas de insetos, e até mesmo minhocas, caramujos e rações específicas para peixes de aquário.
■Outros peixes
Nesse caso, os alevinos, espécies de peixes recém-nascidos, são as iguarias preferidas do peixe dojô.
Ademais, eles saem-se bem com generosas porções de artêmias (pequenos crustáceos), larvas e praticamente todas as variedades de peixes; além de restos vegetais abundantes em seus habitats originais.
■Plantas que o peixe dojô adora
Folhas, sementes, brotos e musgos podem ser alimentos oferecidos ao peixe dojô. Eles também toleram bem uma dieta à base de microalgas bentônicas, fitoplânctons e algumas ervas.
Além disso, o importante é garantir que eles recebam pelo menos 2 ou 3 porções diárias de alimentos, em porções moderadas, e que não levem mais do que 4 ou 5 minutos para ingerir.
■Rações especiais para peixe dojô
A ração para o peixe dojô deve possuir todas as características nutricionais exigidas por um gênero tão cheio de peculiaridades.
E dentre as principais, podemos destacar a Ração Bottom Fish Nutricon, Ração Sera Wels, Chips, para peixes e a Ração Para Peixes Ciclídeos Granulos Alcon.
Além destas, recomenda-se a Ração Alcon Colours, para peixes de aquário, Ração Nutral Botia, Ração Nutrafish Básica, Ração Tetra Veggie - Multi Wafers, entre outras variedades com essas mesmas características.
Comportamento do peixe dojô
À parte as características da sua alimentação, propensão a doenças e cuidados no ambiente do aquário, o peixe dojô também possuem algumas singularidades relativas aos seus comportamentos.
■Temperamento
O peixe dojô tem como principal característica passar boa parte do tempo embaixo do substrato. Além disso, eles são conhecidos pelo eficiente trabalho de limpeza que executam no fundo do aquário, muito por conta de um apetite voraz por todo o tipo de material e restos orgânicos.
■Compatibilidade com outras espécies
Já com relação à compatibilidade com outras espécies, sabemos que o peixe dojô convive muito bem com a pequena “Cobrinha kuhli” e com o “Kinguio” (o peixe-japonês). Mas não é compatível, por exemplo, com o Melanocromis Auratus (que exige um aquário com pH mais alcalino) e nem com os camarões e demais crustáceos (já que eles certamente serão comidos se forem pequenos).
E como montar um aquário para o peixe dojô?
O aquário de um peixe dojô precisa conter substrato leve, macio, fino e sem protuberâncias. Além disso, eles precisam ter pelo menos 100 litros, para que você possa acomodar um grupos de 4 a 6 peixes, e assim garantir que eles mantenham uma rotina com um pouco mais de atividade.
■Parâmetros da água
Apesar de eles serem peixes bastante resistentes, é necessário que os parâmetros da água onde o peixe dojô vive sejam corretamente observados.
E nesse caso, o recomendado são os testes frequentes de FH, pH, Nitrito e Nitrato, entre outras verificações, paras as quais você poderá utilizar produtos como o Seachem pH Alert e o Seachem Ammonia, que são responsáveis por testar os parâmetros diariamente.
■Plantas e acessórios
Para garantir a saúde do ambiente onde o peixe dojô viverá por toda a vida, garanta que a água esteja sempre na temperatura ideal e suficientemente oxigenada.
Além disso, essa água deverá estar sempre em circulação e periodicamente higienizada por um profissional especializado em limpeza de aquários.
■ E quais os acessórios recomendados?
Para ornar um aquário, você só precisará de algumas pedras arredondadas, um termostato (para garantir a manutenção da temperatura), uma bomba cascata (para manter a água circulando), além de outros materiais que não sejam uma ameaça à integridade física desses peixinhos.
■E os materiais para os substrato?
Devido à sua característica de buscar constantemente o fundo do substrato para esconder-se, você deverá evitar materiais muito duros como os substratos comuns em aquários.
Um exemplo disso é o basalto, que não é recomendado; bem como cascalhos e pedriscos. Dê preferência a terra ou areia superfina, pois esses materiais, além de proporcionarem um belo visual estético, ainda garantem segurança para a rotina do peixe dojô.
Reprodução do peixe dojô
Com relação ao processo reprodutivo em si, ele ocorre com a fêmea espalhando os seus ovos na água, que serão fecundados pelo sêmen dos machos em ambiente externo.
E como uma curiosidade, esses filhotes não são cuidados pelos pais, ao contrário, estes tendem a comê-los caso não sejam separados após esse processo.
■Como é a reprodução do peixe dojô na natureza?
A reprodução do peixe dojô na natureza ocorre em ambiente externo. E em resumo, após o lançamento dos ovos pela fêmea, eles serão fecundados externamente e eclodirão alguns dias depois.
Logo após, os pequenos alevinos irão sustentar-se com o material nutritivo do saco vitelino, até que tornem-se suficientemente capazes de receber uma dieta à base de pequenos vermes, restos vegetais, larvas de peixes, artêmias, entre outras iguarias saborosíssimas.
■É possível fazer a reprodução do peixe dojô em casa?
Não se tem conhecimento de muitos casos de sucesso com a reprodução do peixe dojô em cativeiro. E talvez a principal razão para isso seja o fato de que eles costumam reproduzir-se em épocas de chuva, algo que não pode ser reproduzido em um aquário.
Porém, nada impede que algumas tentativas sejam feitas. E, para tal, experimente colocar machos e fêmeas em um tanque grande e espere até que eles formem casais por volta de 2 semanas.
Logo após, retire aqueles que não formaram casais e conte com a sorte de encontrar, após mais 2 semanas, os filhotinhos de dojos prontos para serem recolhidos.
Curiosidades e cuidados com o peixe dojô
Não é somente com relação aos cuidados com a alimentação, às características reprodutivas, à criação em aquários e à propensão a doenças que o peixe dojô possui peculiaridades. Eles possuem outras, como por exemplo:
■Peixes perfeitos para aquaristas inexperientes
O peixe dojô é um daqueles tipos indicados para iniciantes na prática do aquarismo. E entre as razões para essa indicação, estão o fato de eles alimentarem-se de praticamente tudo e serem bem menos propensos a doenças do que outras espécies.
Ao mesmo tempo, eles toleram bem a convivência com outros peixes dessa família Cobitidae e também estão entre os mais resistentes dentro dessa comunidade dos peixes de aquário.
E caso tenham à disposição um substrato leve e macio, com toda a sorte de pequenos peixes, larvas e rações de qualidade, eles viverão por toda a vida fortes e saudáveis como poucas espécies dentro dessa família.
■Temperatura e parâmetros da água ideais
Porém, tão importante quanto os cuidados com a alimentação, a construção de um bom aquário e atenção às doenças mais comuns nos peixes dojô, é atentar-se também para a temperatura do ambiente onde eles deverão permanecer confinados.
Com a ajuda de aquecedores e termostatos, você deverá garantir que eles vivam sob temperaturas ente 20 e 23 graus centígrados e jamais sob temperaturas extremas, algo que de forma alguma eles toleram.
■Os riscos das altas temperaturas
E o descuido com relação à temperatura dos aquários costuma ser o principal responsável por distúrbios imunológicos nessa espécie de peixe.
Aliás, será bastante comum na sua rotina com um peixe dojô, encontrar às vezes um ou outro fora do aquário, pois isso acontece quando eles procuram de todo o jeito fugir das temperaturas muito altas.
■A importância de cuidar bem da água
O peixe dojô é daqueles que não toleram bem água pouco oxigenada, diferentemente de outras espécies.
Dessa forma, garanta a manutenção da temperatura em níveis recomendados e instale uma bomba cascata com o objetivo de manter a água sempre renovada.
Níveis elevados de Nitritos e Nitratos também não são tolerados por esses peixes, além disso, certifique-se de oferecer-lhes uma água com pH mais ácido, entre outras preocupações que farão toda a diferença para o bem estar do seu peixe.
Como cuidar do peixe dojô
O peixe dojô, como dissemos, não é dos mais frágeis e exigentes com relação a cuidados. Porém, algumas preocupações precisam ser observadas, como manter o aquário sempre fechado para evitar fugas e evitar plantas que possam ser facilmente arrancadas quando eles enterrarem-se no substrato.
■Cuidados essenciais
O peixe dojô tolera bem alterações nos parâmetros e temperaturas da água, mas é melhor não variar muito. Para a reprodução, procure encontrar casais já formados em lojas especializadas. E não forneça restos de comida ao seu peixe dojô.
■O que não fazer
Apesar de não serem dos mais frágeis e suscetíveis a abalos por manipulações, o que se recomenda é evitar retirá-los do aquário constantemente.
Sabemos que essa é uma tentação pela qual todos já passaram, mas a melhor maneira de garantir que o seu peixe dojô mantenha-se forte e saudável é oferecer-lhe um aquário com as melhores condições já destacadas ao longo deste artigo.
O peixe dojô é uma espécie única
Saiba que um peixe dojô pode ser uma excelente companhia, daquelas que dão pouco trabalho e com pouquíssimas exigências com relação à alimentação e cuidados.
Só é necessário lembrar, mais uma vez, que, apesar de aparentemente imbatíveis, eles precisam ser alimentados 2 ou 3 vezes ao dia e ter as condições de higiene do seus aquários observadas constantemente.
Garantindo isso, terá todos os requisitos necessários para ter um peixinho feliz e saudável no seu aquário! E caso queira acrescentar algo a esse artigo, deixe-o na forma de um comentário e aguarde as nossas próximas publicações.