Felinos brasileiros: conheça os tipos e os riscos de extinção

Felinos brasileiros: conheça os tipos e os riscos de extinção

Os selvagens felinos brasileiros são animais apaixonantes. Mas, você sabia que muitos deles correm risco de extinção? Leia este artigo e saiba mais informações.


Você conhece os tipos de felinos brasileiros?

onça-pintada na Amazônia

Os felinos são animais ágeis, flexíveis, habilidosos e excelentes caçadores. Alguns também são bons em nadar e escalar. Essas características colocam a maioria deles do topo da cadeia alimentar, tendo o homem como único predador. Nesse caso, infelizmente, o ser humano parece ser o inimigo mais perigoso.

A destruição dos habitats dos felinos brasileiros é o que mais afeta e aumenta o risco de extinção desses animais. Além do desmatamento provocado pela ação humana, ocorrem, ainda, constantes queimadas que podem destruir biomas inteiros. Um exemplo disso é o incêndio ocorrido no Pantanal, em 2020. Quer saber mais sobre os felinos brasileiros? Acompanhe este artigo, em que você conhecerá nove belas espécies da fauna nacional!

Tipos de felinos brasileiros

No Brasil, existem nove espécies de felinos distribuídos em todo o território nacional. Todos eles já estão com certo risco de extinção, segundo dados do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão vinculado ao Governo Federal. A seguir, conheça cada um desses felinos selvagens que habitam o Brasil:

Onça-pintada (Panthera onca)

Onça-parda (Puma concolor)

A onça-pintada, também conhecida como jaguar ou pantera, é o maior felino das Américas. Ela está no topo da cadeia alimentar e tem o homem como único predador, pois esse animal possui a mordida mais potente entre os felinos de todo o mundo, não competindo com nenhuma outra espécie.

Essa espécie está em quase todos os biomas brasileiros, sendo o Pampa a única exceção, mas a caça e a destruição desses habitats constituem uma ameaça para as onças-pintadas. Por causa disso, ela está classificada como “vulnerável” pelo ICMBio.

Onça-parda (Puma concolor)

A onça-parda, também conhecida como puma ou suçuarana, está entre os maiores felinos das Américas, porém seu tamanho e peso variam conforme a região de ocorrência. É um animal ágil e pode saltar do chão a uma altura de até 5,5 metros.

No Brasil, ela é encontrada na Mata-Atlântica, no Pantanal, na região de contato entre a Amazônia e o Cerrado, e nas áreas de savanas Amazônicas. A caça e a destruição são fatores que ameaçam bastante esta espécie de felinos, classificada como “vulnerável” pelo ICMBio.

Jaguatirica (Leopardus pardalis)

Jaguatirica (Leopardus pardalis)

A jaguatirica é um felino de tamanho médio com habilidade em escalar, saltar e nadar. Essa espécie ocorre em quase todas as regiões brasileiras, com exceção do Rio Grande do Sul. Devido à caça e à perda de seu habitat natural, essa espécie também está classificada como “vulnerável”, segundo o ICMBio.

Assim como os demais felinos, a jaguatirica é solitária, porém, é comum a interação de animais jovens com seus pais. Elas caçam principalmente à noite e se alimentam de roedores, aves e pequenos mamíferos. Durante o dia, elas dormem escondidas no oco das árvores ou nas folhagens dos arbustos.

Jaguarundi (Puma yagouaroundi)

Jaguarundi (Puma yagouaroundi)

O jaguarundi, também chamado gato-mourisco, tem o tamanho de uma gato doméstico. Seu nome vem do tupi e significa “jaguar escuro”. Essa espécie ocorre em todo o país, porém, possui baixa densidade populacional.

Sabe-se pouco sobre seus habitats, porque são felinos ariscos e reclusos. Mesmo assim, o jaguarundi está classificado como vulnerável pelo ICMBio devido à perda de habitats. Além disso, a falta de mais conhecimento sobre ele impede a criação de estratégias para conservação da espécie.

Gato-macambira (Leopardus tigrinus)

Gato-macambira (Leopardus tigrinus)

O gato-macambira é o menor felino brasileiro e o segundo menor da América do Sul. Essa espécie ocorre no norte e nordeste do país, sendo seus hábitos noturnos ou diurnos, conforme a região em que o animal vive. Ele se alimenta de pequenos mamíferos, roedores, pássaros, invertebrados, ovos e lagartos.

O gato-macambira também está ameaçado devido ao comércio de pele e à destruição do seu habitat natural. Por isso, está classificado como “vulnerável” pelo ICMBio.

Gato-maracajá (Leopardus wieddi)

Gato-maracajá (Leopardus wieddi)

O gato-maracajá também é de pequeno porte. Essa espécie ocorre em praticamente todo o território nacional, com exceção do Estado do Ceará e o sul do Rio Grande do Sul. Porém, a população desses animais vem diminuindo devido à perda de habitat provocada pela expansão agrícola. Por isso, ele está classificado como “vulnerável” pela ICMBio.

Essa espécie possui uma técnica ardilosa de caçada: imita o som do filhote de sua presa para atraí-la. Além disso, é o único felino que consegue descer de cabeça para baixo no tronco da árvore. Isso acontece graças às suas articulações flexíveis nas patas traseiras que permitem uma rotação de até 180 º.

Gato-do-mato-grande (Leopardus geoffroyi)

Gato-do-mato-grande (Leopardus geoffroyi)

No Brasil, o gato-do-mato-grande é encontrado apenas no Rio Grande do Sul. É um animal de hábitos noturnos, mas pode mudar segundo a época do ano e os recursos alimentares. Suas principais caças são roedores, pequenos mamíferos, aves, peixes, répteis e anfíbios.

Assim como a maioria dos felinos, essa espécie é solitária, porém, ela consegue tolerar alguma relação de proximidade até mesmo com indivíduos sem parentesco. Além de sofrer pela perda de habitat, essa espécie ainda é ameaçada por atropelamentos, caça e comércio de pele, sendo a segunda na lista de felinos usados para esse fim. No mais, ela está classificada como “vulnerável” pelo ICMBio.

Gato-do-mato-pequeno (Leopardus guttulus)

Gato-do-mato-pequeno (Leopardus guttulus)

O gato-do-mato-pequeno é um dos menores felinos do Brasil, além de ser um animal considerado raro e mundialmente em extinção. Essa espécie ocorre no sul, sudeste de centro-oeste do Brasil, em regiões de cerrado e Mata Atlântica. Possui diferentes tipos de habitat, porém prefere florestas densas.

Quanto ao risco de extinção, o gato-do-mato-pequeno é classificado como “vulnerável” pelo ICMBio devido à destruição das florestas. Atropelamentos, caça e doenças transmitidas por animais domésticos também preocupam bastante.

Gato-palheiro (Leopardus colocolo)

Gato-palheiro

O gato-palheiro, também chamado gato-dos-pampas, é um animal pequeno pesando em média 3 kg. Ele vive em regiões mais frias do país e é presente em biomas, como Cerrado, Pantanal e Pampa. Possui hábitos crepusculares e noturnos, sendo que sua alimentação é composta por roedores e aves terrestres.

Está classificado como “vulnerável” pelo ICMBio devido à perda e degradação do seu habitat. Além disso, a implementação de estratégias de conservação é limitada devido ao conhecimento também limitado sobre a espécie. No passado, o gato-palheiro foi muito caçado devido à sua pele, que era comercializada e exportada para o Uruguai e a Argentina.

Medidas de proteção aos felinos selvagens brasileiros

leopardo

Os problemas que afetam os felinos selvagens no Brasil estão diretamente ligados à ação humana na natureza. Diversas atividades são realizadas com o objetivo de frear a ameaça de extinção de algumas espécies, porém, o caminho ainda é longo. Quer saber o que tem sido feito para proteger os felinos selvagens brasileiros? Descubra a seguir.

Combate à caça

Os felinos são vítimas da caça de duas formas: quando eles mesmos são caçados e quando seus alimentos são abatidos para o consumo humano. Este último fator afeta diretamente a alimentação dos felinos selvagens e causa desequilíbrio na fauna brasileira.

A caça de animais silvestres é proibida no Brasil desde 1967. Desde então, a atividade vem diminuindo, principalmente nas regiões com forte atuação da polícia e com investimento em educação ambiental. Mesmo assim, a caça predatória ainda existe.

Aumento e preservação dos habitats naturais

A preservação das espécies de felinos no Brasil está diretamente ligada à conservação dos seus habitas naturais. Apesar dos esforços de diversas entidades, governamentais ou não, ainda há muito a ser feito sobre isso, afinal, o país é extenso e cada bioma possui suas especificidades.

É provável que o Brasil não consiga, por exemplo, cumprir a meta prevista para a redução do desmatamento da Amazônia, cujo índice é 10%. O vice-presidente do país, Hamilton Mourão, afirmou, no início de agosto de 2021, que esses números irão ficar em 4% ou 5%.

Campanhas educativas

Nos últimos anos as campanhas educativas e de conscientização realizadas por órgãos e entidades, governamentais ou não, têm contribuído para a conservação dos felinos. Esses trabalhos dependem de diferentes projetos que são realizados nas regiões brasileiras.

Um exemplo de trabalho educativo é o Programa de Educação Ambiental desenvolvido pelo Instituto Felinos do Aguaí. A instituição alia pesquisa científica, educação ambiental e participação da comunidade. Para instruir, promove palestras, projetos, campanhas, etc.

Apoio a entidades que atuam em defesa das espécies

Existem muitas e diferentes entidades que atuam em defesa das espécies felinas do Brasil. Muitas dessas instituições não estão ligadas a órgãos oficiais brasileiros e dependem de voluntários e doações. O fato é que qualquer pessoa pode contribuir para essas instituições e ajudar na preservação dos felinos brasileiros.

Mesmo que você não viva próximo aos locais de ocorrência de animais silvestres, pode contribuir realizando doações para que as entidades de proteção continuem seus trabalhos. Algumas instituições de proteção de felinos no Brasil são: Ampara Silvestre, Associação Mata Ciliar, NEX No Extinction, Pró-carnívoros, Rancho dos Gnomos, Instituto Felinos do Aguaí, entre tantos outros.

Todos nós podemos ajudar a preservar os felinos brasileiros

felino brasileiro

Neste artigo, você pôde conhecer nove espécies de felinos brasileiros muito importantes para o ecossistema nacional. Atualmente, muita coisa já foi feita para preservar as espécies felinas no Brasil. Entretanto, o trabalho, feito principalmente por parte das entidades de proteção, ainda não chegou ao fim, de modo que o caminho é longo.

Combater a extinção das espécies felinas é algo que não depende apenas do governo brasileiro e dos órgãos oficiais de proteção ambiental, fato evidenciado nos diversos trabalhos promovidos por entidades de conservação em todo o Brasil. Portanto, se você apoia a causa, faça sua parte para ajudar a preservar os felinos brasileiros. Você pode começar compartilhando este artigo com os amigos para que eles também conheçam mais sobre o assunto!

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