Pássaro tesourinha: veja o guia completo desta espécie

O tesourinha, tesoura ou tesoureiro, como também é conhecido, é um pássaro que ocorre em toda a América do Sul, mas é tido como uma ave tipicamente brasileira, pois é infinitamente mais abundante .

Conhecido pela longa cauda em formato de tesoura, esse pássaro também é caraterizado pela distinta coloração. Tyrannus Savana Savana é o nome científico dado à variação mais abundante do tesourinha, mas o pássaro possui mais outras três subespécies.

Nesse artigo você vai ficar por dentro de todos os detalhes sobre essa primorosa ave sul-americana. Continue lendo e descubra curiosidades e informações interessantes sobre o tesourinha!

Agora apresentaremos as informações técnico-científicas sobre o tesourinha, como por exemplo, a quantidade de tempo que essas aves vivem, o que elas comem e como se reproduzem.

O tesourinha não é conhecido por esse nome à toa. Afinal, quem já teve a oportunidade de observá-lo certamente direcionou os olhos para a sua longa e característica cauda que tem o formato de uma tesoura. Esse detalhe na ave é o fator preponderante para distingui-la.

Esse pequeno pássaro esbanja beleza com a sua coloração, tendo asas em tons de marrom, o alto da cabeça na cor preta e o dorso na cor branca. O tesourinha pode ser facilmente confundido com andorinhas ou lavandeiras, se visto em pleno voo ou à distância.

Essa graciosa ave é considerada um pássaro de pequeno porte, pesando, em média, 30 g. Já o tamanho médio de um tesourinha é de 40 cm para os machos e 30 cm para as fêmeas, com a diferença de tamanhos ficando por conta da cauda, que é maior nos machos.

A cauda, que é o elemento de maior importância na aparência dos tesourinhas, costuma ter um tamanho entre 25 e 29 cm nos machos. Não há consenso sobre o tempo de vida de um tesourinha na natureza, mas estima-se que o pássaro possa sobreviver por, pelo menos, quatro anos.

O pássaro tesourinha é uma ave migratória, realizando viagens longas durante o ano, de acordo com as mudanças climáticas das estações. Essa ave costuma voar em bandos e, nos períodos propícios e nos locais onde ocorre, também é possível encontrar muitos indivíduos da espécie empoleirados todos juntos em uma mesma árvore.

Além disso, uma característica comportamental muito marcante do tesourinha é o seu senso de proteção aos filhotes. O pássaro costuma ser extremamente protetor e territorialista com os ninhos, quando há filhotes, justificando o nome científico Tyrannus.

A alimentação dos tesourinhas consiste basicamente em insetos e frutos sem semente. Porém, a preferência dos indivíduos adultos dessa espécie é por insetos voadores e/ou arbóreos, que regularmente são encontrados nas copas das árvores onde constroem seus ninhos.

Para alimentar os filhotes, os tesourinhas adultos consomem o alimento e o regurgitam já quase digerido, para alimentar os pequenos tesourinhas. Essa prática é predominante no que diz respeito à alimentação dos filhotes de várias espécies de pássaros.

O período reprodutivo dos tesourinhas é entre os meses de Setembro e Dezembro. Estima-se que cada ninhada contenha entre dois e quatro filhotes, que têm seus ovos postos em ninhos em forma de tigela, produzidos com galhos secos. O casal reveza no cuidado com os filhotes, quase nunca deixando o ninho sem guarnição.

A incubação dos ovos dura, em média, 14 dias. Após o nascimento, os filhotes demoram em torno de, apenas, 15 dias para começar o seu período de amadurecimento. Geralmente as ninhadas começam a eclodir no final do ano, e em meados de Fevereiro os novos tesourinhas já podem ser vistos cortando os céus.

Como foi dito anteriormente, o tesourinha possui ao todo quatro subespécies, sendo a Tyrannus Savana Savana a predominante. Entenda agora as características de cada uma delas, que fisicamente são idênticas, tendo como diferença, basicamente, a sua área de ocorrência.

O Tyrannus Savana Savana, é o tesourinha “original”, por assim dizer. O pré-fixo Tyrannus Savana, presente no nome científico de todas as quatro subespécies, significa “ave cruel que habita a savana”.

Essa subespécie é a mais comum e ocorre praticamente em todo o território brasileiro, adentrando a outros países vizinhos. É possível encontrá-los nas regiões centro-oeste, sul e sudeste, bem como em faixas de fronteira com Bolívia, Paraguai, Uruguai e Argentina.

Essa subespécie do tesourinha é predominantemente latina e habita um território relativamente pequeno, diferente de seus parentes que têm ocorrência em um território bem maior.

Os Tyrannus Savana Sanctaemartae só podem ser avistados no verão em um pequeno território que compreende o norte da Colômbia e o extremo noroeste da Venezuela.

Os tesourinhas da subespécie Tyrannus Savana Monachus são, talvez, àquela com a maior cobertura territorial dentre todas.

Estima-se que os tesourinhas dessa subespécie possam ser avistados na região central do México até o sul da Colômbia, Venezuela, ilhas da costa venezuelana e Suriname. Além do norte do Brasil, em Roraima, baixo rio Negro, e, talvez, no Amapá.

Essa é a subespécie mais tropical e, também, mais facilmente encontrada em florestas. O que a distingue das outras, que são predominantemente avistadas em centros urbanos e regiões de descampados, como o Cerrado brasileiro.

Os Circumdatus podem ser encontrados na Amazônia, no Pará e no Amapá, sempre em bandos que “invadem” trechos de floresta amazônica, e outros biomas tropicais, bem como os centros urbanos que os circundam.

Para concluir o nosso compilado sobre essa magnífica ave, apresentaremos alguns tópicos que trazem dados de interesse sobre o passarinho, como as características do seu canto, dados sobre a sua imigração e o estado de conservação dessa espécie de pássaro.

O tesourinha possui um canto característico e comum a todas as subespécies da ave. O som é entonado em duas ou três notas e é basicamente uma mesma sequência que se repete. A sequência é muito rápida, durando em torno de quatro segundos. O canto começa com piados, que aumentam de velocidade.

Na época do verão, quando os tesourinhas se espalham por toda a América do Sul para se reproduzir, é comum encontrar alguns indivíduos dessa espécie cantando empoleirados em árvores ou fios de alta tensão nos fins de tarde.

O período migratório dos tesourinhas se dá entre o final de Março e o começo de Setembro, geralmente. Das quatro subespécies, apenas a Tyrannus Savana Savana têm seus hábitos migratórios comprovados. Estima-se que, quando estão viajando nesse período, os tesourinhas percorram entre 3.000 e 4.000 km por dia.

Entre Setembro e Fevereiro, quando o clima está quente nas regiões mais ao sul, eles são vistos aos montes por praticamente todo o Brasil, com a exceção da região Nordeste. Mas entre Março e Setembro, no inverno, migram para a região Norte, onde passam alguns meses circulando no Amazonas, na Venezuela e na Colômbia.

Não há preocupação quanto ao estado de conservação dos tesourinhas. Essa espécie de pássaro possui uma população grande e com números crescentes, ao passo que não possui muitos predadores naturais por terem hábitos migratórios.

Além disso, a divisão do tesourinha em quatro subespécies solidifica sua presença em, praticamente, toda a América do Sul e Caribe. O que torna essa espécie uma das mais abundantes do Ocidente.

Como vimos nesse artigo, os famosos tesourinhas na verdade se chamam Tyrannus Savana. O nome científico, como foi explicado, refere-se ao comportamento e a uma área de avistamento dessa espécie de ave.

Tyrannus por causa da sua agressividade em proteger o seu ninho, e Savana devido ao primeiro local que foi visto, na região do Cerrado. Apesar disso, de tirano não tem nada e, também, pode ser visto em muitos outros lugares além da Savana brasileira, que é o cerrado.

Talvez o nome tesourinha demonstre melhor o que representa essa graciosa ave. Com um canto agradável, uma aparência harmoniosa e uma enorme cauda, maior que o seu corpo e que forma uma perfeita tesoura.