Tipos de sapo: conheça os principais do Brasil e do mundo

Os sapos são anfíbios da ordem Anura, a mesma de rãs e pererecas, e da família Bufonidae. Com pele rugosa e seca, esses animais vertebrados gostam de viver próximos à água, pois ela é imprescindível para sua reprodução e a umidade auxilia na respiração cutânea.

Quando são larvas, esses anfíbios vivem boa parte de suas vidas em ambiente aquático. Depois que se tornam adultos, eles preferem o ambiente terrestre. Além disso, esses bichos são volumosos, têm tamanho médio e possuem patas pequenas, condição que os impede de saltar grandes distâncias.

Neste artigo, você conhecerá 19 tipos de sapos e descobrirá diversas peculiaridades e curiosidades desses animais imprescindíveis para a flora e a fauna mundial! Vamos lá?

O Brasil possui uma grande variedade de sapos presentes em sua fauna. Por aqui, temos mais de 1039 espécies representadas por 20 famílias, sendo elas de estatura grande, média ou pequena. Boa parte desses animais é encontrada na Mata Atlântica e na Amazônia. A seguir, você conhecerá 8 dessas espécies e entenderá o que faz delas tão especiais. Confira!

O mais famoso anfíbio da fauna brasileira é o Sapo-cururu. Suas principais características são a pele rugosa e a cabeça cheia de glândulas. Quando acionadas, elas espirram um líquido com cheiro desagradável. Caso algum predador ingira esse veneno, morrerá, pois ele é tóxico.

Esse animal tem período de reprodução na primavera. As fêmeas colocam seus ovos em fileiras, e em 10 dias os girinos se transformam em pequenos sapos. Quando adultos, os machos são menores que as fêmeas. Eles medem cerca de 14 centímetros, enquanto as fêmeas medem 17 centímetros, chegando a pesar 2,65 kg.

O Sapo-verde é um pequeno anfíbio encontrado na Floresta Amazônica. Pertencente à família das pererecas, é chamado de rã-kambo pelos povos indígenas e ribeirinhos que vivem na região. Eles utilizam seu veneno para fins medicinais em humanos.

Esse animal apresenta discos adesivos na ponta dos dedos que o ajudam a escalar a vegetação. Do gênero, ele representa a maior da espécie, podendo chegar a 11,8 cm de comprimento, e é uma das maiores pererecas da Amazônia.

Durante seu período reprodutivo, os machos cantam empoleirados em árvores e arbustos. Seus sons podem chegar até mais de 10 metros. Os ovos são colocados nas margens de igapós e, quando os girinos eclodem, caem no ambiente aquático.

O Chapada Rocket Frog é um sapo comumente encontrado na Chapada do Guimarães, em Mato Grosso. Com hábitos diurnos, esse animal de cor marrom-alaranjado possui uma face longa e arredondada, com corpo circular. Seus antebraços são maiores que o braço

Machos e fêmeas possuem diferenças físicas: os machos medem cerca de 14 a 18 centímetros de comprimento, e as fêmeas de 15 a 19 centímetros. As cores de suas gargantas variam entre amarelo-claro, para eles, e marrom-alaranjado, para elas.

Devido ao avanço do agronegócio e à construção de usinas hidroelétricas na região, esses anfíbios estão com seu habitat ameaçado.

O Pumpkin toadle é um dos menores sapos existentes na fauna brasileira. Ele mede entre 1,25 e 1,97 centímetros, podendo ser alaranjado ou amarelo-cromo. Esses animais possuem dois dedos funcionais em suas mãos e três em seus pés, quase não pulam e caminham bem devagar.

Quando adultos, se alimentam de larvas, ácaros e pequenos insetos. Devido à sua cor florescente, eles possuem substância tóxicas em sua pele que serve como proteção contra predadores.

Em 2019, foi descoberto por pesquisadores que o Pumpkin consegue absorver radiação ultravioleta tipo A. Esta lhe causa florescência em seus ossos e órgãos, fator perceptível durante a noite.

O Sapo-macaco é comumente encontrado na região do Cerrado, próximo de matagais secos, planícies, prados e rios. Esse pequeno animal possui cor verde-limão e patas alaranjadas. Quando adulto, alcança o tamanho entre 3 a 4 centímetros, vivendo sempre em árvores.

Em seu período de reprodução, consegue botar até 30 ovos próximo a riachos, em ninhos feitos nas folhas próximas da lâmina d’água. Devido ao avanço do agronegócio na região, seu habitat também está ameaçado de extinção.

As secreções da pele do Sapo-macaco também são utilizadas na área da saúde, para prevenir a doença causada pelo inseto Barbeiro e infecções durante transfusões de sangue.

O Sapo-boi-azul é um anfíbio de hábitos diurnos. Ele é encontrado principalmente em zonas desérticas e, no Brasil, pode ser visto no extremo norte e na Floresta Amazônica. Ele possui pele de cor azul metálica com manchas negras, que são um alerta para humanos e predadores sobre seu veneno mortal.

Esse pequeno anfíbio chega a medir, quando adulto, entre 4 e 5 centímetros. Os machos são territorialistas com outros membros de sua espécie, defendendo seu espaço através de seus coaxados. É por meio desses sons que eles atraem suas fêmeas. A alimentação do Sapo-boi-azul é composta principalmente de insetos como formigas, moscas e lagartas.

O Sapo-chifrudo-brasileiro é um animal nativo da nossa fauna, vivendo em áreas úmidas e de baixa umidade, próximo a lagoas e pântanos de água doce na Mata Atlântica. Quando adultos, chegam a medir 23 centímetros.

Entre suas principais características, estão as pálpebras em forma de pequenos chifres, o tímpano visível e a boca rodeada de uma placa que lembra a dentículos. Seu corpo é robusto e tem patas traseiras curtas. Sua cor costuma ser marrom-amarelada com manchas escuras, marrons ou pretas. Esses anfíbios não possuem glândulas produtoras de veneno, de modo que dependem de sua agressividade para afastar seus predadores. São carnívoros, alimentando-se de pequenos peixes e outros girinos.

Conhecido como “Sapo-esposa” ou “Sapo-leite”, esse anfíbio é natural do Brasil e habita regiões de florestas tropicais, como a Amazônia. Eles possuem esse nome devido à substância venenosa da cor branca que sai de sua pele.

Em sua fase adulta, eles chegam a medir entre 4 e 7 centímetros. Fortes, eles aguentam até 14 vezes o seu peso. Esses animais são arbóreos e passam a vida em árvores e outras plantas. Os sapos-leites têm protetores de dedo especiais nos pés para ajudá-los a trepar nas plantas. Na natureza, a dieta deles consiste em insetos e outros pequenos invertebrados. Em cativeiro, eles comem grilos.

Além das espécies brasileiras, há milhares desses anfíbios espalhados por todo o planeta. A seguir, conheceremos outras espécies peculiares que habitam toda extensão do hemisfério terrestre. Acompanhe!

O Sapo-comum ou Sapo-europeu é encontrado em grande parte da Europa, com exceção da Irlanda e de algumas ilhas mediterrâneas. Na natureza, esse animal tem expectativa de vida de 10 a 12 anos.
Quando adultos, os machos atingem a estatura de 10 centímetros, enquanto as fêmeas medem 12 centímetros. Seu corpo é robusto e sua cabeça é larga e curta.

As patas anteriores também são curtas e suas cores variam conforme seu habitat, predominando os tons castanho-amarelado, acinzentado ou ferruginoso. Durante o dia, eles ficam em buracos, de onde saem à noite para caçar vermes, larvas e insetos

Um dos anfíbios mais encontrados no leste do continente europeu, em países como Rússia, Geórgia e Turquia é o sapo caucasiano. Esse animal costuma viver em áreas de vegetação abundante, montanhas, perto de lagos e riachos.

Eles possuem esse nome devido à cor marrom-escura e às suas verrugas também marrons ou pretas. Além disso, seus olhos são grandes e amarelados. Quando adultos, chegam a medir de 20 a 30 centímetros. Entre os meses mais frios no hemisfério norte, de novembro a abril, esses animais hibernam em buracos. Já entre maio e agosto, ocorre seu período reprodutivo. Sua expectativa de vida é de 9 anos. Eles se alimentam de insetos encontrados em buracos.

O sapo mais mortal do mundo é o Sapo-ponta-de-lança. Comumente encontrado nas florestas da Colômbia, esse animal mede 1,5 a 3 centímetros. De cor amarela, ele possui o veneno mais letal que se conhece, pois, poucas gotas do seu veneno conseguem matar uma pessoa em minutos.

Esses animais possuem hábitos diurnos. Por terem braços e pernas muito curtas, esses anfíbios se deslocam no chão da floresta, onde se alimentam principalmente de formigas, cupins e outros pequenos insetos. Os Sapo-ponta-de-lança possuem tal nome, pois grupos indígenas colombianos os utilizavam para envenenar dardos de zarabatana para a caça de outros animais, como macacos.

Natural do Paquistão, o Sapo-verde-de-Baloch foi encontrado a primeira vez na cidade de Pishin. De acordo com seus registros, ele vive em áreas de pradarias, sempre próximo de campos de cultivos e fazendas.

Sua origem é incerta, porém, biólogos apontam que seja pela fusão de outras espécies que habitem na mesma região. Esse animal é todo branco com pequenas manchas verdes. Seus hábitos alimentares, tamanho, forma de vida ou reprodução nunca foram documentados.

Com apenas 5 centímetros, o Sapo-de-barriga-de-fogo-oriental habita o continente asiático, em florestas de coníferas, pradarias e outras áreas próximas a fontes de água de países como a Rússia Orienta, Coreia do Sul e China. Ele também pode ser encontrado em áreas de perímetro urbano.

Esse animal possui cores vivas, de modo que em suas costas predominam o verde, e em sua barriga, o vermelho, o laranja e o amarelo. Nas partes superiores e inferiores de seu corpo, há a presença de manchas pretas. Venenoso, quando é ameaçado por outros predadores, ele exibe sua barriga com os tons fortes. Sua dieta é composta por minhocas, besouros, formigas e outros tipos de insetos.

O Sapo-do-rio-colorado é encontrado nos Estados Unidos e no norte do México. Com estatura entre 10 e 19 centímetros quando adulto, esse animal tem hábitos noturnos e vive em áreas áridas, sempre próximo de rios, lagos e nascentes. Por ter pernas relativamente grandes, esse animal consegue se locomover através de saltos. Sua alimentação é composta de pequenos roedores, insetos, aranhas, lagartos, caracóis e outras espécies de sapos.

Esses anfíbios são ativos em dias de chuva e nos períodos de calor, eles se enterram na terra em pequenos buracos. Possuem esse nome devido ao seu período de reprodução, onde sempre se reúnem no rio Colorado.

O Sapo-americano é comumente encontrado em todo o leste dos Estados Unidos e no Canadá. Ele vive perto de locais com muita água e também é avistado em jardins e fazendas, visto que acham nesses lugares uma grande fonte de alimentos.

Esses animais possuem muitas verrugas. Sua cor varia entre o avermelhado e o marrom, podendo mudar para o cinza, preto ou amarelo devido ao ambiente, a umidade ou se sentir ameaçado. Ele também excreta uma substância com baixo grau de toxidade para afugentar predadores. Ele mede 7,7 centímetros. Sua alimentação é composta por insetos, lesmas e caramujos. Sua expectativa de vida é de 10 anos.

Os Sapo-tomates são naturais de Madagascar. Eles possuem esse nome por terem a mesma cor que o fruto homônimo, e possuem também pequenas manchas pretas em todo o seu corpo. Em sua fase adulta, esses animais podem medir até 10 centímetros. Eles habitam locais próximos de águas, como florestas tropicais, rios, pântanos e lagos. Sua alimentação é composta por insetos larvais, vermes ou pequenos roedores.

Quando atacado, geralmente ele infla o seu corpo para parecer maior. Além disso, pode lançar uma substância gosmenta no predador, que nos humanos pode causar alergia, não sendo fatal.

Encontrado na Namíbia, o Sapo-da-chuva-do-deserto vive em regiões próximas às praias, à costa do mar e nas dunas do deserto. Esse animal está com risco de perder seu habitat devido à mineração de diamantes que avança pela região.

Ele pode medir até 5 centímetros e tem corpo redondo, focinho curto e olhos grandes, de cor amarelada e marrom. Seu dorso é liso para aderir à areia de buracos que se esconde. Porém, os machos têm a pele mais rugosa que as fêmeas. Esse sapo possui teias nas patas para se movimentar nas praias, durante à noite. Se alimenta predominantemente de mariposas e besouros.

Com forma de porco, o Sapo roxo foi descoberto por pesquisadores em 2014, na cordilheira Gates Ocidentais, na Índia. Esse animal possui focinho pontudo, olhos pequenos, membros curtos e pele pegajosa, a qual o ajuda a viver sobre a terra úmida e arejada.

Com a língua comprida e cilíndrica que lembra a de um tamanduá, esse animal se alimenta de formigas e cupins encontrados embaixo do solo. Ele só sai de sua toca em períodos de chuva, para se reproduzir próximo a lagos. Quando adultos, chegam a medir 7 centímetros. Eles são considerados por pesquisadores fósseis vivos, pois sua espécie pouco mudou com a passagem dos anos.

Com origem em Madagascar, o Sapo arco-íris malgaxe é uma espécie pequena, arredondada e possui um dorso delineado pelas cores branca, laranja-vermelho, verde e preto. Eles medem de 2,5 a 3,5 centímetros quando adultos.

Seus membros são curtos e robustos, onde os dedos das mãos têm pontas grandes, sendo que as patas traseiras são palmadas. Essa forma os ajuda a viver em buracos subterrâneos e a fazer grandes escaladas. Durante o dia, ele pode ser encontrado próximos a riachos, e à noite, pode subir nas paredes rochosas, atingindo vários metros de altura. Quando é girino, ele se alimenta de detritos de peixes, e quando adulto, de pequenos insetos.

Você sabia que alguns sapos expelem líquidos que não são mortais aos seres humanos? E que seu coaxar varia entre machos e fêmeas? Confira abaixo mais curiosidades sobre esses interessantes anfíbios!

Entre suas principais características, os sapos possuem em sua cabeça a glândula paratoide. Localizada ao lado de seus olhos, é ali que fica armazenado seu veneno. No mais, é necessário dizer que sapos não costumam lançar nenhuma substância sem que essa glândula seja pressionada.

A toxina é liberada quando o animal precisa se defender de algum predador, como morcegos, por exemplo. Em humanos, esse líquido não é tão tóxico quanto se imagina, causando apenas irritações ou alergias, quase fique em contato na boca ou olhos.

Entre os animais que possuem essas toxinas e que não agridem os seres humanos, estão o Sapo-cururu, o Sapo-comum e o Sapo-americano.

Muitas pessoas têm aversão a sapos por acreditarem que esses animais são sujos. No entanto, esses anfíbios, por possuírem a respiração cutânea, onde se realiza trocas de gases diretamente entre sua superfície corporal e o ambiente, complementando a respiração pulmonar, mantêm seu corpo sempre úmido e, consequentemente, limpo.

Por terem sua vida ligada à água, esses animais transmitem menos doenças que alguns mamíferos, por exemplo. Alguns anfíbios possuem toxinas que pouco agridem os seres humanos. Aqueles que são realmente venenosos, costumam ter o corpo colorido.

Uma das principais características de um sapo é seu canto único. O coaxado é uma forma dos anfíbios da ordem Anura se comunicarem entre si e economizarem energia. Esses sons são uma característica biológica importante, pois é através deles que se pode diferenciar uma espécie da outra.

Os machos coaxam para atrair uma parceira para a acasalamento, já que elas são mudas. Eles usam seu canto em disputas vocais com outros machos por territórios e fêmeas, evitando embates físicos.

Além disso, o coaxar dos sapos é algo herdado geneticamente, passado de uma geração para outra, sem a necessidade de ser ensinado. Algumas espécies apresentam dois coaxares diferentes.

Sapos têm uma dieta que varia de acordo com cada espécie. Mas, de modo geral, esses animais são carnívoros e gostam de comer presas vivas. Entre seus alimentos favoritos, estão insetos como grilos, besouros, gafanhotos vermes, lagartas, mariposas e gafanhotos. Alguns anfíbios maiores conseguem até comer pequenos roedores e cobras.

Quando adultos, alguns tipos de sapos chegam a comer, por dia, cerca de 3 xícaras de moscas. Para capturá-las, o animal utiliza sua língua potente e ágil, captura seu alimento por ser pegajosa. Este fica grudado, até ser levado para o interior da boca.

Mesmo que muitas pessoas duvidem, os sapos são importantes componentes na biodiversidade do Planeta. Além de serem um controle natural de pragas, por comerem moscas, grilos e até pequenos roedores, esses animais contribuem para a manutenção das cadeias alimentares da natureza e para o ecossistema, no geral.

Neste artigo, você pôde conhecer 19 espécies fascinantes e diversas curiosidades a respeito de seus habitats, hábitos alimentares e tamanhos. Claro, há incontáveis espécies de sapos espalhados pelo globo, mas conhecer algumas delas deve ter feito você se conectar um pouco mais com a fauna e com os anfíbios do mundo!