Você conhece a ave de rapina gavião-carijó?
O gavião-carijó é uma ave muito comum aqui no Brasil, sendo que, além de ser conhecido por diversos nomes pelo país afora, sua distribuição geográfica é extensa aqui na América.
Mas, o que chama a atenção nele é a capacidade que ele tem de viver em diversos tipos de ambiente, o seu forte instinto e a sua notável capacidade para caça. Essas características, além de outros aspectos, tornam-no essencial para a natureza, e tudo isso vamos ver com detalhes neste artigo.
Ficou curioso para conhecer o gavião-carijó? Então, leia atentamente do início ao fim e mate a sua curiosidade sobre essa ave fantástica, que a natureza nos brinda!
Ficha técnica do Gavião-carijó
A seguir, vamos conhecer os principais aspectos do gavião-carijó. Descubra a origem dessa ave, que aparência ela tem, o que ela come, onde achá-la, quais são os seus hábitos e como é a sua reprodução. Vamos lá?
■Origem e nome científico
O gavião-carijó é uma ave de rapina e de médio porte. Ele conhecido pelos nomes científicos Rupornis magnirostris e Buteo magnirostris. Aqui no Brasil, ele também é chamado de gavião-pinhé, gavião-pinhel, gavião-ripino, gavião-pega-pinto, gavião-indaié, indaié, inajé, anajé e papa-pinto.
Ele pertence à família dos Acipitrídeos, que inclui grande parte das espécies de aves de rapina diurnas, ao gênero Rupornis e à espécie Rupornis magnirostris, e está distribuído por boa parte das Américas, de onde ele é originário.
■Características visuais
O comprimento do gavião-carijó varia de 33 cm a 41 cm. O macho pesa entre 206 gramas e 290 gramas e a fêmea, entre 257 gramas e 350 gramas.
Já a plumagem dele varia quanto à coloração: no Sul e no Sudeste do Brasil é mais fácil encontrá-lo em tons mais pardos; na Amazônia, em tons acinzentados. A ave jovem é mais clara, enquanto a adulta tem a cabeça e o dorso marrom-escuro, além de íris, tarsos e bico na cor amarela.
■Habitat natural e distribuição geográfica
Os habitats típicos do gavião-carijó são locais como cerrados, lavouras, margem de rios, bordas de mata, florestas (exceto as mais densas) e até mesmo áreas urbanas. Nas últimas décadas, ele tem sido encontrado nos centros urbanos, posto que neles a ave tem poucos predadores e uma oferta maior de presas.
Sua distribuição geográfica é extensa: vai do norte do México até a Argentina, passando por toda a América Central e por grande parte da América do Sul. No Brasil, ele ocupa todas as regiões, menos as florestas densas da região Norte.
■Alimentação
O cardápio do gavião-carijó inclui peixes, besouros, galinhas, morcegos, cobras, gafanhotos, lagartos, cigarras, roedores, lagartixas e mariposas. Ao se alimentar de morcegos, o gavião-carijó invade o ninho deles no momento mais vulnerável de suas presas: enquanto elas dormem.
O gavião-carijó costuma roubar os ninhos de outras aves e seguir formigas para pegar invertebrados e insetos. Quando vive perto de rios, alimenta-se também de peixes. E, para matar suas presas, ele aplica pressão contra elas através de seus dedos, com suas enormes garras.
■Hábitos do Gavião-carijó
O gavião-carijó costuma viver solitário ou em casal. Quando voa com seu par, ambos os gaviões vocalizam entre si por vários minutos. Essa ave tem a visão extremamente apurada, podendo enxergar uma presa a mais de 3 km de distância, e tem o hábito de passar muito tempo empoleirado em fios elétricos, mourões de cerca, postes e árvores.
Além disso, a ave costuma planar em círculos nos horários mais quentes da manhã para monitorar o seu território. Ademais, ela caça a partir do seu poleiro, permanecendo lá o tempo que for necessário, até avistar alguma presa para poder atacá-la.
■Expectativa de vida e reprodução
O gavião-carijó vive até 35 anos em cativeiro. Quanto à reprodução, é comum ele ficar extremamente agressivo contra humanos e outros animais que se aproximam do ninho, principalmente quando a fêmea está prenha. Inclusive, na época de reprodução, essas aves cantam de forma muito mais intensa e, às vezes, até mais aguda.
A fêmea tem dois ovários e põe dois ovos em seu ninho quando está prenha. Enquanto ela está no período de incubação, que dura de 35 a 37 dias, o macho fica responsável por alimentá-la e por proteger o ninho.
Outras informações sobre o Gavião-carijó
Ainda tem mais sobre o gavião-carijó. Descubra quem são os seus predadores, o quanto ele é importante na natureza, todas as suas subespécies, seu status de conservação e seus meios de defesa mais comuns. Vamos conferir?
■Predadores e importância ecológica
O gavião está no topo da cadeia alimentar e tem a importante função de equilibrar a fauna, controlando a população de insetos, de pequenos roedores, como os ratos, e de pequenas aves, como as pombas.
Mesmo sendo um predador, o gavião-carijó também tem seus predadores naturais, e os mais comuns são as aves maiores, como outros gaviões e águias, mas já houve registros de corujas e jiboias predando o gavião-carijó, o que pode ampliar a lista de animais predadores dessa ave.
■Subespécies do Rupornis magnirostris
O gavião-carijó pertence à espécie Rupornis magnirostris e tem 12 subespécies reconhecidas, que são: R. m. gracilis, R. m. pucherani, R. m. magniplumis, R. m. nattereri, R. m. saturatus, R. m. occiduus, R. m. alius, R. m. petulans, R. m. sinushonduri, R. m. conspectus, R. m. griseocauda e R. m. magnirostris.
A primeira subespécie foi registrada em 1788, e a mais recente, em 1936. Todas elas estão distribuídas entre o México e a Argentina, e cada uma delas é encontrada em regiões específicas pelas Américas, entre esses dois países.
■Status de conservação e mecanismos de defesa
O status de conservação dessa ave está na categoria “espécie pouco preocupante”, ou seja, nas condições em que ela se encontra atualmente, tem baixo risco de extinção, o que é uma boa notícia.
Quanto à defesa, é comum o gavião-carijó emitir um grito de alerta toda vez que intrusos se aproximam do seu território. Ademais, sempre que não está caçando, o macho vigia as proximidades do ninho pousando em poleiros próximos, e, quando vê um intruso, emite uma vocalização como aviso de perigo.
Gavião-carijó: importante para o ecossistema
Como você pôde ver, o gavião-carijó é muito importante para a natureza, já que ele é capaz de controlar a população de insetos, aves e roedores apenas se alimentando deles, o que para os seres humanos também é ótimo. E o melhor nisso tudo é que ele não está em risco de extinção.
Graças à importância que ele tem, e ao fato de eles não estarem em risco de desaparecer, podemos concluir que o ecossistema está equilibrado nesse aspecto, caso contrário, a natureza e o ser humano teriam problemas. Mas, ainda bem que isso não é preocupação. Basta preservarmos esse animal, que tudo continuará indo bem!