Conheça o Ankole Watusi, o gado africano de grandes chifres!

O Ankole Watusi é um gado africano conhecido pelo tamanho exagerado de seus chifres, que, inclusive, são considerados sagrados e símbolo de status por alguns povos africanos, mas essa raça tem outros aspectos inerentes, que também serão abordados aqui neste artigo.

A partir de agora, você vai conhecer os principais atributos do Ankole, como as características físicas, sua produtividade, os detalhes sobre reprodução e alimentação do animal, o comportamento protetor que ele tem com os seus bezerros, a origem da raça e outras informações sobre esse bovino. Portanto, continue lendo para descobrir mais esse gado interessante e cheio de peculiaridades. Boa leitura!

O Ankole é um gado que tem muitas características únicas, como o seu enorme chifre, instinto para defender seus bezerros, reprodução, resistência à escassez de alimentos e produtividade. Vamos conhecer tudo isso?

O Ankole é um gado de porte médio, com touros pesando entre 540 kg e 730 kg, enquanto as vacas pesam entre 430 kg e 540 kg. Ele geralmente tem pelagem avermelhada, branca, marrom ou preta, de cores uniformes ou com manchas, além de barbela pendular e giba que varia de tamanho.

Os chifres do Ankole são os maiores dentre todos os bovinos e podem medir até 2,5 metros de uma ponta à outra. Nos bezerros, eles desenvolvem-se por volta dos 2 meses de idade e chegam ao tamanho grande quando o animal tem um ano e meio de vida.

No leste africano não se come a carne do gado e nem se abate o animal, pois naquela região é comum usar o número de cabeças como critério para medir a riqueza do criador.

Já o leite e o sangue do gado são frequentemente usados para fazer uma bebida com alto teor de proteína, que é a base da dieta de muitas tribos africanas. No caso dos Inyambos, exemplares Ankoles considerados sagrados e os mais belos da raça, sua urina é usada em toaletes africanas e suas fezes são usadas como combustível quando elas já estão secas.

O Ankole é uma espécie muito ativa, capaz de correr e de pular com tremenda agilidade, e altamente gregária, que prefere viver em rebanho para se proteger.

Essa raça tem um comportamento curioso e peculiar: os bovinos adultos dormem à noite formando um círculo, com os bezerros mantidos seguros no centro. Durante o dia, os bezerros dormem juntos sob a tutela de uma vaca que os protege. Esse gado se comporta assim devido à ameaça dos predadores, os leões e os leopardos, por isso o rebanho tem esse instinto de proteção apurado.

O Ankole é um bovino com boa rusticidade. Sua dieta é à base de gramas e folhas, mas ele suporta forragem de má qualidade e pouca quantidade de água e comida, além de ser capaz de percorrer longas distâncias só para matar a fome e a sede. Por ser um bovino que se adapta a regiões com pastagem baixa e à alimentação em condições de escassez, essa habilidade o tem feito sobreviver por séculos na África.

A gestação de um Ankole é de cerca de nove meses. Ele nasce pesando entre 14 kg e 23 kg, ou seja, menos do que os bezerros das outras raças. Esse pouco peso ao nascer faz do touro Ankole uma boa escolha em cruzamentos ou para emprenhar novilhas de primeira cria: a intenção nesses dois casos é gerar um parto mais fácil.

Ao reproduzir a raça, os criadores dão preferência aos animais que apresentam as melhores qualidades, isto é, os que têm mais força; mais resistência; produção de leite maior, no caso das vacas; temperamento dócil; e beleza do animal.

Agora é hora de aprender sobre a origem do Ankole, a elevada importância que o chifre do animal possui em alguns países da África, a razão de ele se chamar Ankole Watusi e saber se existe rebanho dessa raça aqui no Brasil.

O Ankole é de origem africana. De acordo com dados históricos, essa raça é muito antiga, já que é possível identificá-la em hieróglifos nas pirâmides egípcias. Ela se estabeleceu no vale do Rio Nilo por volta de 4000 a.C., mas migrou com os povos rumo às regiões do sul da África através do tempo.

Hoje, essa raça é conhecida pelo nome Ankole Watusi, por ter se difundido entre a tribo Nkole, de Uganda, que a chama de Ankole, e entre a tribo Tutsi, de Ruanda e Burundi, que a chama de Watusi.

Os chifres do Ankole são considerados sagrados, principalmente em Ruanda. Eles são mantidos no animal por motivos religiosos e por prestígio, em regiões onde a riqueza é contada pelo número de cabeças de gado vivo. Quanto maiores os chifres, maiores também são a devoção e o status do criador do animal.

Entre os povos que valorizam o Ankole devido aos chifres, esse gado tem sua elegância celebrada em canções e poemas, além de ser usado como presente, moeda de troca e para fortalecer as relações sociais.

No Brasil, não existe rebanho de gado Ankole. Essa raça é fácil de ser encontrada na África, principalmente em países como Tanzânia, Burundi, República Democrática do Congo e Ruanda.

Graças à sua aparência única, o Ankole foi exportado da África para os zoológicos europeus entre os séculos 19 e 20. De lá, muitos foram exportados para os zoológicos dos Estados Unidos entre as décadas de 1920 e 1930, mas depois foram vendidos para criadores particulares, quando os zoológicos americanos e europeus passaram a manter só animais selvagens. Embora não haja Ankoles no Brasil, atualmente eles estão em todos os continentes.

O gado africano Ankole Watusi tem particularidades que não se vê em outras raças bovinas, como o forte instinto para proteger os seus bezerros contra predadores, a produtividade do animal e a sua alta capacidade para sobreviver nas piores condições alimentares e ambientais.

Mas o que mais chama a atenção nele são os chifres, que impressionam devido ao tamanho. Além disso, a grande importância desse gado para alguns povos africanos, que o consideram sagrado e símbolo de status, também evidenciam o quão peculiar o Ankole é.

Com características marcantes, que o distinguem das outras raças bovinas, não há outra conclusão a se chegar: o Ankole é um gado de chifres exóticos. Devido à exclusividade do animal vista neste artigo, fica difícil afirmar o contrário.