Confira plantas para aquário e como escolher os melhores tipos!

Um aquário não é, simplesmente, um artefato decorativo. Ele é o lar de muitos animais marinhos que nele habitam. Por isso, é fundamental que você reconheça quais são os principais tipos de plantas aquáticas para compô-lo, afinal, além de trazerem beleza e auxiliarem na limpeza e na filtragem da água, elas são capazes de oferecer proteção e ótimos esconderijos para os peixes.

Com as plantas aquáticas, o aquarismo, a técnica para recriar o habitat natural do ecossistema aquático, poderá ajudá-lo a criar um ambiente familiar e seguro para seus peixes!

Neste artigo você conhecerá as principais plantas para aquários, suas especificidades, qual o melhor método para cultivá-las e muito mais. Vamos lá!

Apesar de haver plantas específicas para aquários de água doce e de água salgada, no geral, existem alguns grupos fundamentais. Por exemplo, conhecer bulbos, plantas flutuantes, musgos e rizomas é essencial para se aprofundar, posteriormente, nos tipos específicos. Confira!

Bulbos, na botânica, são órgãos vegetais correspondentes aos caules! Você sabia que a cebola e o alho são bulbos? Entretanto, quando se diz respeito ao ambiente aquático, os bulbos se tratam de talos que crescem de estruturas subterrâneas.

Tais talos crescem bastante, por isso, são indicados para aquários grandes. Além disso, requerem poucos cuidados e desenvolvem-se facilmente. No entanto, é recomendado que, para a manutenção da planta, seja feita a poda esporádica somente das folhas velhas, já que elas não brotam novamente e não ameaçam a estrutura do bulbo.

Os rizomas, conhecidos como “plantas de aquário comuns”, correspondem à base de crescimento horizontal da planta. Possuem fácil manutenção, crescem moderadamente e são pequenas.

Para fixá-los no aquário, é recomendado amarrá-los a uma pedra ou a um tronco até que suas raízes fixem-se bem ao substrato. Não é recomendado que se enterre um rizoma, pois isso pode matar a planta.

Musgos são estruturas aquáticas extremamente reconhecidas pela facilidade de plantio e de manutenção! Tecnicamente, são pequenos seres do Reino Plantae: briófitas. São plantas bem rudimentares que crescem em tufos e que habitam ambientes úmidos ou predominantemente aquáticos.

Possuem crescimento moderado, requerem pouca luz e não precisam de injeção de CO2 na água, satisfazendo-se com poucos recursos dentro do aquário.

Plantas flutuantes são aquelas que ficam no topo das águas do aquário; servem como complemento decorativo e possuem diversas vantagens funcionais. Elas são capazes de auxiliar na limpeza das toxinas orgânicas, na filtragem, na proteção de pequenos alevinos e ainda possuem função estética!

As plantas flutuantes possuem, na maioria das vezes, raízes espessas. Apesar de serem consideradas grandes, é possível encontrar espécies de pequeno porte igualmente eficientes e ideais para o aquarismo, como as do gênero Wolffia ou Lemna.

Há diversas espécies de plantas para aquários de água doce. Entretanto, dependendo da fertilidade do substrato, da disponibilidade de luz e de CO2, algumas adaptam-se mais que outras. Conheça a seguir quais são as melhores para que seu aquário dulcícola - de água doce - prospere:

O musgo de java (Taxiphyllum barbieri) é oriundo da Ásia e pode ser encontrado, originalmente, preso a rochas ou à madeira acima e abaixo dos níveis de água nativos.

São plantas com poucos pré-requisitos, fato que fez com que elas se tornassem comuns entre aquaristas de água doce. Além de necessitarem de pouca luz e de pouco CO2, são compatíveis com praticamente todas as espécies de peixes.

Além disso, o musgo de java é capaz de trazer naturalidade para o seu aquário: os “tapetes” de musgo fazem com que o ambiente aquático dê a impressão de uma floresta submersa, fato que o torna agradável para quem o observa e para os peixes que nele vivem!

Apesar de existirem entre 75 e 100 espécies do gênero Hydrocotyle, essas plantas, popularmente conhecidas por cairuçus, têm como seus exemplares mais famosos a Hydrocotyle leucocephala e a Hydrocotyle verticillata. São originárias da América, possuem caules longos e rastejantes e podem ser cultivadas diretamente no substrato ou como plantas flutuantes.

As cairuçus possuem folhas chamativas com tamanho e formato similares às moedas. São relativamente fáceis de se cuidar e não são tão exigentes quanto aos níveis de luz e de CO2.

A espada de melão (Equinodorus Osiris) é uma bela planta aquática de fácil manutenção. É conhecida por suas folhas verdes e largas, sendo que a folhagem mais jovem possui uma tonalidade avermelhada, tornando-se verde à medida que a planta amadurece.

Possuem grande porte e chegam a até 50 cm. Além disso, a maioria das espadas aprecia luz forte e um substrato rico em nutrientes, ferro e CO2.

Plantas aquáticas do gênero Anubia são extremamente populares no aquarismo. Apesar de possuírem crescimento lento, são indicadas para iniciantes na prática, posto que são resistentes, possuem baixo custo e são pouco exigentes.

As Anubias barteri var. Nana destacam-se dentro do gênero pela beleza e pela tolerância ambiental. Isto é, prosperam com pouca ou muita iluminação e sobrevivem, também, com pouco CO2. São plantas muito apreciadas e atrativas.

Para a próspera composição de um aquário de água salgada, adicionar um plantado é uma excelente opção. As plantas marinhas são, majoritariamente, algas que povoam o habitat aquático e que são capazes de filtrar o ambiente, de proteger alevinos e de decorar. Conheça as principais espécies:

A Caulerpa racemosa é uma alga verde e marinha originária de rasos mares temperados e tropicais. São consideradas comestíveis, sendo bastante consumidas no Japão e em outros países asiáticos.

Quando utilizadas para o povoamento de aquários de água salgada, são indicadas para ambientes sem corais, já que se incrustam em rochas e em seres sésseis, crescendo em aglomerados semelhantes a bolhas.

As algas Penicillus capitatus são microalgas de água salgada muito comuns na região do Caribe. São popularmente chamadas de “shaving brushes” devido ao formato similar ao de uma escova de barbear.

Podem atingir até 15 cm de comprimento e são consideradas algas calcárias, posto que são impregnadas de carbonato de cálcio. Devido a isso, é recomendado que sejam cultivadas próximas a corais.

São algas comumente tropicais fixadas por rizóides e por aglomerados de talos amorfos. O corpo da Halimeda é composto por segmentos verdes calcificados.

Também são algas calcárias, ou seja, quando se usa a Halimeda opuntia em aquários, geralmente o que se vê é seu “esqueleto”, já que a planta original foi recoberta por carbonato de cálcio!

As algas do gênero Udotea também são calcificadas e verdes. São algas não palatáveis para peixes ou invertebrados e devem ter os níveis de cálcio e a alcalinidade monitorados de perto.

A Udotea spinulosa é originalmente encontrada no Golfo do México e no Mar do Caribe. Dentre seus atributos, seu formato semelhante ao de um leque a torna esteticamente agradável e, portanto, ideal para aquários marinhos!

Além das convencionais plantas para aquários de água doce e marinhos, há, também, as flutuantes. Além de belas, são funcionais e podem contribuir para a filtragem do aquário. Conheça, a seguir, algumas espécies:

Lentilhas d'água pertencem ao grupo de plantas do gênero Lemna, o qual configura o menor grupo de angiospermas do mundo. São plantas diminutas que possuem cerca de 5 mm de diâmetro, formato arredondado, duas pequenas folhas acopladas e uma única raiz.

São excelentes plantas flutuantes e podem, inclusive, servir de alimento para diversas espécies e de refúgio para a microfauna do ambiente. Deve-se, entretanto, atentar-se quanto à rápida proliferação das lentilhas, já que, caso não sejam controladas, podem dominar a superfície do aquário.

A alface d'água ou repolho d’água (Pistia stratiotes) é uma planta aquática flutuante de textura aveludada que apresenta grande similaridade visual com as alfaces.

É considerada uma planta esteticamente agradável e é tolerante às adversas condições ambientais, possuindo rápida capacidade de proliferação. Devido a tais fatores, é recomendada para aquaristas iniciantes, os quais não encontrarão grandes problemas para cultivá-las.

O gênero de plantas Salvinia, apesar de seu pequeno porte, é amplamente conhecido no aquarismo. Atingindo até 3,5 cm com ramos que chegam a 15 cm, essas pteridófitas flutuantes possuem raízes modificadas que, por baixo das folhas, coletam água e nutrientes essenciais.

São consideradas “samambaias aquáticas” de fácil reprodução e exigem uma iluminação forte. Além de ser ornamental, possuem funções que as permitem proteger pequenos alevinos e abrigar desovas de peixes.

Quanto ao gênero de plantas flutuantes Azolla, a semelhança com musgos chama a atenção. Entretanto, é interessante salientar que, apesar do tamanho reduzido, as Azollas pertencem ao mesmo grupo que as samambaias (pteridófitas)! Elas são peculiares e possuem folhas triangulares e sobrepostas, fato que lhes dá uma aparência escamosa.

Tais plantas possuem a capacidade de absorver e de fixar o nitrogênio atmosférico de modo eficaz, fato que faz com que a suplementação com tal elemento não seja necessária no aquário em que habitam.

É importante entender que os benefícios das plantas para aquário vão muito além do paisagismo! As vantagens químicas e físicas são incontáveis e é preciso reconhecê-las para entender a necessidade das plantas no ecossistema aquático. Veja!

Quanto aos peixes de água doce, as plantas aquáticas ajudam a reconstruir o cenário original de rios, de lagos ou de riachos selvagens. Considerando que tais locais são, ao mesmo tempo, considerados habitats e ecossistemas, a velocidade de reprodução e a prosperidade das espécies dulcícolas são muito maiores quando há plantas ambientando o aquário.

Já em referências às espécies de água salgada, as algas para aquário podem, junto dos corais, reconstituir o ambiente marinho e tornar o recinto muito mais confortável para os peixes. Elas são capazes de trazer segurança, de acolher e de abrigar os animais.

A água de aquários de água doce ou salgada possui uma série de minerais, de gases e de nutrientes dissolvidos. Por exemplo, há cloro, nitrogênio, gás carbônico (CO2) e oxigênio no ambiente.

A presença de plantas aquáticas no aquário é capaz de aumentar a dissolução de oxigênio e de retirar o excesso de CO2 devido à realização de fotossíntese. Além disso, as plantinhas também fixam nitrogênio e são capazes de filtrar resíduos gerados pelos peixes (excretas). São muitos os benefícios!

Há algumas especificações sobre plantas para aquário que já foram tratadas até aqui. Entretanto, é preciso aprofundar as recomendações para que essas plantas prosperem, povoando seu aquário de modo efetivo. Por exemplo:

É preciso investir em um substrato eficiente no seu aquário plantado, afinal, as plantas não-flutuantes irão se fixar nele. Geralmente, é comum que haja um substrato fértil e, acima dele, uma camada inerte composta por cascalhos ou outras pequenas pedras.

Para compor a camada fértil, é possível comprá-la já pronta, adquirindo substratos industrializados, ou compô-la artesanalmente, através do húmus de minhoca. É preciso compreender quais são as necessidades da planta aquática desejada, já que algumas espécies são mais exigentes quanto à fertilidade do que outras.

A maioria das plantas para aquário aprecia uma boa e forte iluminação, ainda que, em algumas espécies, a intensidade é facultativa. No geral, entenda quais são as preferências dos seus peixes e invista em uma iluminação específica como, por exemplo, lâmpada UV para aquários.

Para um crescimento saudável, as plantas precisam de nutrientes inorgânicos. As principais carências devem-se à falta de carbono, nitrato, fosfato, potássio, ferro ou magnésio.

Por isso, eventualmente, é interessante fertilizar o aquário com fertilizantes solúveis. Algumas plantas absorvem os nutrientes pelas folhas ou pelas raízes. Ao fixá-los, elas farão com que a biodisponibilidade deles aumente, pois farão com que eles circulem na água.

É importante salientar que, após instalar as plantas aquáticas em seu aquário, será preciso tempo para que elas se assentem, estabelecendo, enfim, um equilíbrio biológico.

Após tal período, é preciso observar se as plantas estão saudáveis atentando-se à tonalidade das folhas. Por exemplo, caso haja carência em ferro, é comum que a folha perca sua tonalidade esverdeada, posto que a clorofila presente nela é insuficiente.

Aqui você conheceu diversas espécies e muitos gêneros de plantas aquáticas de água doce, marinhas e flutuantes! Para obter sucesso na composição de seu aquário, as plantinhas são fundamentais e muito proveitosas!

Além de belas e vistosas, são essenciais para a vida dos peixes que as cercam e podem contribuir para o sucesso do seu ecossistema aquático. Assim, em aquários com plantas saudáveis, o equilíbrio biológico será, certamente, estabelecido.

Experimente cultivar tais plantas e observe como seus peixinhos e quaisquer invertebrados aquáticos as apreciarão!