Tartaruga marinha: veja espécies, reprodução, habitat e mais

Tartaruga marinha: veja espécies, reprodução, habitat e mais

Você já viu uma tartaruga marinha? Descubra aqui curiosidades e informações importantes sobre esse animal tão importante para nossa natureza.


O que é uma tartaruga marinha?

Tartaruga marinha nadando

Você conhece a tartaruga marinha? Dentre as várias espécies encontradas em todo mundo, algumas delas podem ser vistas no Brasil. Esse belo animal tem um importante papel no equilíbrio da vida marinha. Sua ocorrência abrange todos os oceanos do planeta, onde são encontrados vários locais de reprodução e desova.

Você vai saber que existem várias espécies de tartarugas marinhas, com tamanhos e características diferentes entre cada uma delas. No decorrer da leitura você vai descobrir quais são essas espécies de tartarugas, quais são seus hábitos e comportamentos, além de saber como se reproduzem e muito mais informações sobre esse maravilhoso e importante animal. Prepare-se para aprofundar seus conhecimentos e boa leitura!

Ficha técnica da tartaruga marinha

Tartaruga marinha nadando

Saiba quanto mede e quanto pesa uma tartaruga marinha. Descubra também quais são seus hábitos e comportamento, além de saber quanto tempo uma esse animal pode viver, suas características físicas dentre outras informações interessantes.

Características físicas

As tartarugas marinhas possuem uma carapaça mais achatada, deixando a estrutura mais leve e mais hidrodinâmica. A visão, audição e olfato são muito desenvolvidos e as patas são muito eficientes quando nadam. Elas também possuem glândulas de sal, localizadas bem próxima dos olhos.

Machos e fêmeas são muito parecidos, sendo diferenciados somente na fase adulta. Essa diferença se dá quando os machos desenvolvem a cauda e as unhas mais do que as fêmeas, o que pode ser considerado um dimorfismo sexual da espécie.

Tempo de vida, tamanho e peso

Diferentemente das tartarugas terrestres, que vivem cerca de 30 a 35 anos em cativeiro, as marinhas vivem em média 70 anos, podendo chegar aos 150 vivendo na natureza. De acordo com o Ibama, é proibido criar a tartaruga marinha em cativeiro.

Uma tartaruga marinha adulta pode medir de 55 cm a 2,1 metros de comprimento e seu peso pode variar de 35 a 900 kg. Essa variação dos números, tanto no peso quanto no tamanho, vai depender da espécie da tartaruga marinha.

Distribuição e habitat

As tartarugas marinhas são distribuídas em todas as bacias oceânicas, desde o Ártico até a região da Tasmânia. A maior parte da ocorrência para reprodução está localizada nas regiões tropicais e subtropicais do globo. É nas regiões de bacias oceânicas que as tartarugas marinhas fazem seus ninhos em praias tropicais e subtropicais.

Esses fantásticos animais marinhos viajam milhares de quilômetros através dos mares, variando entre lugares para se alimentar e reproduzir. Eles também usam as correntes oceânicas para se locomoverem com mais facilidade.

Hábitos e comportamentos

Tartarugas marinhas possuem grande capacidade de permanecer debaixo d’água, apesar de serem répteis pulmonados. Tanto em repouso, quanto em busca de alimento, elas conseguem praticar a apneia. Essa capacidade de permanência debaixo d’água, faz com que a distribuição de oxigênio pelo corpo seja mais eficiente.

Além disso, possuem um nível de metabolismo muito baixo. Isso somado a respiração acessória, possibilitam que as tartarugas marinhas troquem de gases através de órgãos como a cloaca e a faringe. São animais migratórios e se orientam pelo oceano, acompanhando o campo magnético da planeta.

Alimentação da tartaruga marinha

A dieta das tartarugas marinhas é composta basicamente de zooplâcton, salpas, celenterados, algas, peixes, crustáceos e moluscos. Quando são filhotes, as tartarugas possuem uma alimentação carnívora. Somente quando são adultas é que sua alimentação se torna herbívora, se alimentando de várias espécies de algas.

Algumas espécies se alimentam de esponjas do mar, como a Tartaruga-de-pente, que habitam os corais. Já a Tartaruga-cabeçuda, outra espécie de tartaruga marinha, se alimenta de medusas e gastrópodes.

Reprodução e desova

Normalmente, a reprodução das tartarugas marinhas envolve longas migrações entre a procura de alimentos e de acasalamento. Machos e fêmeas se acasalam com muitos pares, onde as fêmeas ficam disponíveis por um período de 7 a 10 dias, enquanto os machos ficam sexualmente ativos por quase 30 dias.

Após o acasalamento as fêmeas procuram o local de desova e permanecem ali por alguns meses até a postura. A desova ocorre nas épocas mais quentes do ano e são feitas sempre no mesmo lugar. Já a postura é feita durante a noite para evitar a exposição dos ovos ao sol.

Espécies de tartaruga marinha

Descubra algumas das espécies de tartarugas marinhas que habitam os nossos mares e oceanos. Saiba diferenciar umas das outras através das características particulares de cada espécie, além de descobrir quais das espécies podem ser encontradas no Brasil.

Tartaruga de couro

Tartaruga de Couro

Tartaruga de couro (Dermochelys coriacea) é uma tartaruga gigante, podendo chegar a 1,80 m de comprimento e podem pesar até 400 kg. Em raros casos já encontraram tartarugas medindo 2 m e pesando cerca de 900 kg.

Suas nadadeiras frontais podem chegar a mediar 2 m de comprimento de uma ponta a outra e, quando adultas, não possuem placas em sua carapaça. Essa é a principal característica que origina o seu nome popular, por possuir uma carapaça lisa e sem segmentação. Sua alimentação é à base de zooplâncton como pirossomos, salpas e celenterados.

Tartaruga cabeçuda

Tartaruga cabeçuda

A Tartaruga cabeçuda (Caretta caretta) é conhecida pelo nome de cabeçuda ou mestiça. Elas podem chegar a 1,50 m de comprimento e seu peso médio é de 140 kg. Essa espécie é totalmente carnívora, onde sua dieta é composta de animais como moluscos, caranguejos, mexilhões, além de outros invertebrados que são triturados pelas fortes mandíbulas dessa tartaruga.

É uma espécie encontrada no Brasil e faz parte das espécies protegidas pelo projeto de proteção das tartarugas marinhas que ocorrem em nosso território.

Tartaruga de pente

Tartaruga de pente

A Tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata) é outra espécie encontrada no Brasil. Conhecidas como pente ou legítimas, podem chegar a medir 1.20 m de comprimento e pesar cerca de 85 kg. As placas de seu casco se dispõem umas acima das outras, lembrando um telhado.

Essa característica dá origem ao seu nome, pois as pontas dos telhados lembram os dentes de um pente. Sua dieta é composta de esponjas, lulas, anêmonas e camarões, que são retirados dos corais com a ajuda do seu bico estreito.

Tartaruga aruanã

Tartaruga aruanã

A Tartaruga aruanã (Chelonia mydas) também é conhecida pelo nome de Tartaruga verde. Essa espécie pode ser encontrada no Brasil e pode chegar a medir 1,50 m de comprimento e pesar em média 160 kg. Tem uma cor esverdeada, característica que dá origem ao seu nome vulgar.

É uma espécie que possui hábitos alimentares do tipo onívoro, quando filhotes, e quando adultas, se alimentam quase sempre de algas, se tornando basicamente herbívoras. São importantes no equilíbrio da proliferação da flora oceânica.

Tartaruga oliva

Tartaruga oliva

A Tartaruga oliva (Lepidochelys olivacea) possui um comprimento médio de 72 cm e chegam a pesar cerca de 40 kg. Sua dieta é bastante variada, mas na maioria das vezes, é carnívora. Sua principal fonte de alimentação são as salpas, crustáceos, briozoários, moluscos, peixes, águas-vivas e tunicados (uma espécie de animal marinho).

As águas vivas comem as larvas de peixe, sendo assim, a tartaruga marinha ajuda na proliferação das espécies de peixe. Eventualmente se alimentam de algas e é uma espécie que pode ser encontrada nos litorais brasileiros.

Tartaruga-flatback

Tartaruga-flatback

A Tartaruga-flatback (Natator depressus) é uma espécie endêmica na Austrália e por esse motivo são, também, chamadas de Tartaruga australiana. Seu comprimento pode chegar a 1 m e seu peso médio em torno dos 70 kg. Sua dieta é variada podendo se alimentar desde pequenos invertebrados e algas ,até pequenos vertebrados.

É uma alimentação diferenciada devido à capacidade de sua mandíbula poder triturar esses alimentos. Essa é uma da poucas espécies de tartarugas marinhas que não são encontradas em ilhas e praias do Brasil.

Tartaruga kemps ridley

Tartaruga kemps ridley

A Tartaruga kemps ridley (Lepidochelys kempii), também conhecida como Tartaruga kemp, é uma espécie que pode chegar a medir 70 cm de comprimento e seu peso pode chegar a 50 kg. Sua alimentação é basicamente de caranguejos que são capturados nas águas rasas.

Em sua dieta pode ser incluída outros crustáceos, peixes, moluscos, alforrecas, algas e ouriços do mar. É mais uma espécie de tartaruga marinha que pode ser encontrada em território brasileiro.

Curiosidades sobre a tartaruga marinha

Tartaruga marinha nadando

Veja aqui algumas curiosidades sobre as tartarugas marinhas. Saiba como e quando elas surgiram na Terra e como foi sua evolução através da história. Descubra também sua importância para a natureza, além de identificar quais são as maiores ameaças para sua existência e muito mais.

Origem e evolução

Esses répteis existem em nosso planeta a mais de 180 milhões de anos e sua evolução teria como ponto de partida as tartarugas terrestres. Sua história durante todo esse período é um pouco obscura, tendo em vista a ausência de fósseis que poderiam mostrar a evolução entre as tartarugas e outra ordem animal.

Por não possuir provas de ligação das tartarugas com outras espécies através de fósseis intermediários, não existe informações concretas a respeito do surgimento das principais características das tartarugas. Atualmente, os estudos estão focados na transformação dos membros em nadadeiras, facilitando a adaptação nos oceanos.

O objetivo é diferenciar os vários grupos que possam ser ligados ao desenvolvimento da tartaruga marinha. Além do desenvolvimento das nadadeiras, os pesquisadores focam seu trabalho no sistema respiratório das tartarugas marinhas.

Importância das tartarugas marinhas

As tartarugas marinhas auxiliam no equilíbrio da cadeia alimentar. As tartarugas-de-escamas, por exemplo, se alimentam de esponjas marinhas, evitando a competição entre esponjas e corais. Outras espécies se alimentam de ervas marinhas evitando uma maior proliferação da flora.

Já as Tartarugas-de-couro são predadores naturais das águas-vivas, cuja alimentação são as larvas de peixe. Dessa forma elas garantem a proliferação dos peixe que gera alimento a outros animais, inclusive aos humanos.

Em algumas localidades do mundo, a tartaruga marinha faz parte do ecoturismo, fazendo com que as comunidades costeiras tenham uma fonte de renda consciente. Essa conscientização é feita através de projetos que objetivam um melhor conhecimento desses animais e seu estilo de vida.

Principais ameaças à tartaruga marinha

As tartarugas marinhas, quando na fase adulta, são capturadas pelos seres humanos. Essa captura visa utilizar sua carne e ovos para alimentação e sua carapaça é usada na confecção de artefatos como joias e artesanatos tradicionais, visando a venda aos turistas.

De uma forma indireta, a poluição e a destruição do habitat da tartaruga marinha, somados à pesca acidental, acumulo de plástico no mar, dentre outros, são fatores responsáveis pela morte desses animais.

São vários os fatores que podem ocasionar a diminuição das espécies de tartarugas marinhas no planeta. Se levarmos em consideração que apenas 0,1 % de cada ninhada chega à fase adulta, devido aos predadores naturais, a situação fica ainda pior. Não é atoa que as tartarugas marinhas são uma espécie ameaçada de extinção.

Movimentos de proteção

Todas as espécies de tartarugas marinhas estão na lista de espécies ameaçadas de extinção. Na década de 1980 foi criado, no Brasil, o Projeto TAMAR (Projeto Tartaruga Marinha). Esse projeto tem o objetivo de pesquisar a conservação e manejo das espécies de tartaruga marinha encontradas em território brasileiro.

Esse projeto engloba cerca de 1.100 km de praias em 25 localidades diferentes em todo o litoral e ilhas oceânicas brasileiras. Esses são locais de desova e alimentação das tartarugas, além de descanso e crescimento dos animais.

O projeto abrange nove estados do Brasil, que realiza educação ambiental permanente para turistas, pescadores, moradores e empresários locais, focando na importância de preservar o ciclo de vida das tartarugas marinhas.

Osmorregulação e termorregulação

A osmorregulação consiste na capacidade das tartarugas marinhas de controlarem os sais de seu organismo. Para manter o equilíbrio da hipotonicidade elas devem excretar o excesso de sal do seu corpo. Dessa forma as tartarugas marinhas expelem essa sobra através de glândulas salinas localizadas próximas dos olhos. Esse equilíbrio faz com que sua locomoção dentro das águas marinhas se torne mais fácil.

Já a Termorregulação é a capacidade das tartarugas de regularem a temperatura corporal. Algumas espécies, como as da família Cheloniidae, tem muita variação de temperatura ao longo do tempo. A Tartaruga-de-couro, por exemplo, é endotérmica, conseguindo manter sua temperatura 8º C acima da temperatura do ambiente.

Já as Tartarugas verdes, que habitam o Oceano Pacífico, que é relativamente mais frio, saem da água em direção às ilhas com o objetivo de se aquecerem ao sol.

Vivem em simbiose com as cracas

Ecologicamente as tartarugas marinhas e as cracas se integram de uma maneira comensal. O comensalismo é a relação ecológica entre duas espécies de animais que se encontram associadas de forma que ,apenas uma das espécies, se beneficia com a relação, mas sem prejuízo para a outra.

As cracas se beneficiam das carapaças das tartarugas marinhas durante o seu crescimento, sem nenhum malefício para as tartarugas. A carapaça e a pele do pescoço das tartarugas servem de substrato, onde as cracas recolhem alimentos que ficam grudados nas tartarugas.

Cerca de 29 espécies de cracas tem uma relação comensal com as tartarugas marinhas. Assim elas não precisam se preocupar com a morte de seu hospedeiro, pois as tartarugas marinhas vivem em média 70 anos, podendo chegar a 150 anos.

As tartarugas marinhas têm uma vida longa

Tartaruga marinha nadando

Você pode conferir nesse artigo que as tartarugas marinhas podem viver até incríveis 150 anos. Também são animais que podem controlar sua temperatura corporal, além de proporcionar um equilíbrio da quantidade de sal existente em seu corpo. Esses animais marinhos podem chegar a mais de 2 m de comprimento e pesar quase uma tonelada.

Agora você já sabe que é importante manter o ciclo de vida das tartarugas marinhas, para que haja uma maior harmonia no ambiente marinho. Esses belos animais estão na lista de animais ameaçados de extinção. Isso se deve por serem animais que chegam a vida adulta com muita dificuldade e pela falta de consciência do ser humano.

Sabendo mais um pouco sobre esse belo animal, fica evidente como é importante ajudar a conservar a espécie e aumentar a conscientização humana.

Autor deste artigo

Sou um amante dos animais. Minha irmã e eu temos 4 cães e 11 gatos. Os gatos são meus preferidos, são minha fonte de tranquilidade e inspiração.

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