Tipos de papagaio: verdadeiro, do mangue, charão e mais tipos

No Brasil podemos encontrar 12 espécies de papagaios. Reconhecidos principalmente por suas cores vibrantes e sua inteligência, esse animal é o desejo de muitos que gostariam de ter um pet exótico em casa.

Um dos animais símbolos do nosso país, os diferentes tipos de papagaio encantaram os portugueses que nomearam, por alguns anos, o Brasil de "Terra dos Papagaios".

Quer descobrir os tipos mais comuns de papagaios? Qual deles é o mais famoso por interagir com os seres humanos e repetir aquilo que falamos? Continue lendo esse artigo e aprenda mais sobre esse animal tão lindo e numeroso em nosso território.

Apesar de encontrarmos 12 espécies de papagaio no Brasil, somente 4 delas são endêmicas, ou seja, vivem somente em território brasileiro. Seja na natureza ou em um zoológico, você provavelmente já viu alguma delas por aí. Veja mais aqui!

Conhecido por sua plumagem avermelhada na região do bico, essa espécie é nativa da mata atlântica e já teve sua população espalhada pela faixa litorânea, que vai de São Paulo até o Rio Grande do Sul. Porém, com a diminuição do número de exemplares, atualmente eles são encontrados somente no litoral sul de São Paulo e no litoral do Paraná.

Dois fatores são os principais pela diminuição da espécie: a comercialização ilegal e a derrubada das árvores onde os papagaios-de-cara-roxa acasalam. Diferente de outros tipos de papagaio, os de cara roxa escolhem uma árvore para acasalar durante sua vida, quando ela é derrubada, eles não procuram outra.

Nativo dos cerrados do Centro-Oeste brasileiro, o papagaio-galego não possui o grito comum de um papagaio e sim emite um som mais parecido com o de uma maitaca.

De alta habilidade social, os galegos vivem em bandos e só se afastam em casais para procriar, o que fazem em árvores ocas encontradas no cerrado. Um fato curioso sobre a espécie é sua paixão por manga. Eles chegam a ficar em uma mesma mangueira por semanas até darem conta de consumir todos os frutos.

Por conta do desmatamento das áreas de cerrado e do comércio, os papagaio-galego correm o risco de desaparecer.

Única espécie de papagaio que realiza migrações anuais é o charão, encontrada com maior facilidade no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Caracterizado por sua cor predominante verde, mas com manchas vermelhas na cabeça, azuis e amarelas na cauda. Além disso, é um dos menores papagaios do Brasil, com 32 cm em média.

A migração anual ocorre por conta da diferença entre os lugares onde ele se acasala e onde se alimenta. No Rio Grande do Sul, se encontram as matas designadas pelo tipo de papagaio para sua reprodução. Em Santa Catarina estão grandes concentrações de Araucárias, árvore que dá a semente preferida dos charões, o pinhão.

Medindo cerca de 37 cm, o papagaio-chauá, assim como outras espécies semelhantes, possui o corpo predominante em verde. A região central da sua cabeça é de cor vermelha, mas outras cores como a laranja, azul e amarela também podem ser observadas nele.

Encontrado principalmente no litoral do Rio De Janeiro, o papagaio-chauá também pode ser avistado no Espírito Santo, na Bahia e em Alagoas. Preferindo regiões de matas densas e úmidas. Essa espécie é mais uma que está em extinção por conta do comércio ilegal.

Dentre os papagaios este é o mais famoso. Conhecido também como Louro o papagaio-verdadeiro é responsável pelo papagaio ter o estereótipo de animal que fala, pois dentre os da espécie, é ele o com maior capacidade de repetição e comunicação.

Devido a sua fama, o papagaio-verdadeiro é um dos mais procurados por quem gostaria de ter um bichinho de estimação exótico, porém, por conta dessa procura, em muitas regiões a espécie entrou em extinção.

No estado do Mato Grosso do Sul, ações como o projeto papagaio-verdadeiro monitoram essa situação de tráfico, garantindo que um desequilíbrio biológico não ocorra.

Com exceção da região sul, o papagaio-do-mangue pode ser encontrado por todo o Brasil, conseguindo fazer morada em diferentes biomas.

Apesar dessa capacidade de adaptação, a ave recebeu esse nome por conta dos seus primeiros aparecimentos. Nas regiões litorâneas, a espécie tem no mangue seu abrigo, e por conta disso, foi o primeiro tipo de papagaio observado pelos portugueses.

Sua coloração lembra o papagaio-verdadeiro, mas o que difere os dois é principalmente o tom delas. No verdadeiro predominam tons vibrantes e o tipo de plumagem é mais liso no papagaio-do-mangue.

Distinto dos demais por conta da plumagem roxa e vermelha que toma conta do peito, essa espécie pode ser avistada no Brasil, no Paraguai, e na Argentina. Em nosso território ele vive na região Sul e Sudeste, tendo maior concentração em Minas Gerais e Santa Catarina.

Assim como os papagaios-charão, o de peito roxo também tem no pinhão seu principal item de alimentação. Dentre suas principais características estão o seu gosto por fazer de árvores ocas o seu ninho e habitar matas secas e pinheirais.

Preferindo florestas mais densas para viver, o papagaio-moleiro é encontrado na Amazônia brasileira e Boliviana, no México e em algumas regiões de mata atlântica, que vão do Rio De Janeiro até o litoral sul da Bahia.

Entre os papagaios que vivem no Brasil, o moleiro é o maior, chegando a cerca de 40 cm. Possui plumagem verde, com calda amarelada e um detalhe vermelho que só pode ser visto quando as asas estão abertas.

Fácil de ser domesticado, o papagaio-moleiro após se acostumar com o ambiente se torna um companheiro dócil e brincalhão, mas apesar dessas características essa espécie não é reconhecida pela capacidade de imitar sons.

Além dos tipos de papagaios que somente são encontrados no Brasil, outras espécies também vivem por aqui e algumas outras são exclusivas de outros países. Conheça um pouco mais delas.

Nativo das Ilhas Salomão, Sumba, Nova-Guiné e outras ilhas do nordeste da Austrália, o ecletus é conhecido por sua diferença entre machos e fêmeas. Enquanto os machos possuem plumagem predominante verde e bico laranja, as fêmeas possuem coloração azul e vermelha, com o bico preto.

Ao contrário da maioria das espécies de papagaio, e por conta do ambiente que se desenvolveu, o ecletus não tem sua alimentação baseada em sementes, para essas aves uma dieta com frutas secas, legumes e carboidratos é a mais indicada. A ave também não possui boa adaptação a rações específicas para papagaios.

Conhecido também como papagaio-cinzento, esta espécie é nativa do país que dá o seu nome, o Congo. Diferente das outras espécies, esse papagaio chama atenção pelo contraste de cores frias, sua plumagem é cinzenta com cores fortes. A ave possui a calda em um tom de vermelho vibrante.

Assim como o papagaio-verdadeiro, o papagaio-do-congo também possui capacidade de imitar sons com facilidade e comportamento dócil. Essas características aliadas às suas cores diferentes dos demais papagaios o fazem uma das opções mais procuradas por aqueles que desejam possuir uma ave em casa.

Endêmico das ilhas do Pacífico, como Indonésia e Fiji, o papagaio-escarlate é menor que a média das outras espécies e possui a plumagem azul e vermelha, com o bico alaranjado.

O papagaio-escarlate também pode ser avistado nas Ilhas Maldivas, por lá, a rede hoteleira foi quem introduziu a ave. Devido às poucas espécies de aves presentes no arquipélago, donos de hotéis se juntaram para soltar vários papagaios da espécie, aumentando não só a fauna, mas também trazendo um elemento de beleza para fazer parte da vivência dos hóspedes e de suas fotos.

Natural de São Vicente e Granadinas, no Caribe esse tipo de papagaio se caracteriza por suas cores em tons mais escuros, misturando o verde-escuro, com o preto, o azul e o amarelo.

Se dividindo entre áreas de altitude e florestas de várzea, essa espécie também gosta de aparecer em áreas agrícolas e até mesmo jardins. Esse comportamento vem da busca pelo alimento. O papagaio-de-são-vicente tem nas plantas e flores sua principal fonte de alimento.

Natural de algumas ilhas do Caribe, como República Dominicana, Haiti e Porto Rico, o papagaio-de-hispaniola se diferencia pelo bico e parte da cabeça, sendo brancos e circundados por uma plumagem verde-escura.

Dentro de seus países nativos, como na República Dominicana, existem campanhas para que essas aves parem de serem caçados direto da natureza para serem criados em casa. Essa prática diminui o número de animais, prejudicando também o turismo do país que tem como a observação dos papagaios uma de suas fontes.

Nativo, como o nome já diz, de Porto Rico, essa espécie se caracteriza por sua testa vermelha e parte da plumagem das asas azuis. Em extinção, apenas alguns exemplares do papagaio ainda podem ser encontrados vivendo soltos na natureza.

Quando a ilha começou a ser colonizada em 1500, a estimativa era de um número aproximado de 1 milhão de exemplares da espécie. Em 1970 esse número chegou a somente 13.

Com projetos de criação controlada em cativeiro, para depois introduzir as aves na natureza, os ambientalistas locais conseguiriam que em 2020 fosse possível encontrar pouco mais de 600 papagaios-de-porto-rico soltos na natureza, número que ainda é crítico, mas demonstra um poder de recuperação.

Natural de Santa Lúcia e Antilhas, a ave se destaca por suas várias cores, tendo por todo o corpo partes em azul, vermelho, amarelo e verde. O papagaio, atualmente, é considerado a ave nacional de Santa Lúcia, por conta disso é uma dos tipos mais preservados.

Esta ave não possui o costume costeiro, como outros papagaios. O papagaio-de-santa-lúcia é encontrado somente no interior do país, mais precisamente nas montanhas. A explicação mais plausível para esse comportamento é a fuga de centenas de anos, para regiões onde sua caça seja dificultada, habitando cada vez mais o interior e locais de difícil acesso.

Apesar das diferentes espécies, é comum notar um comportamento semelhante nos papagaios, que vão desde aspectos físicos, até aspectos ligados ao comportamento. Você sabe reconhecer um papagaio? Confira algumas de suas características únicas.

De modo geral, os papagaios têm entre 30 e 40 centímetros de altura, e tem a coloração predominante verde. Possuem um bico, sendo arredondado e ligeiramente achatado. Suas duas patas com dois dedos também é um característica notada em todos da espécie, além da sua dieta herbívora e do comportamento monogâmico.

A maioria das espécies são sociáveis e vivem em bandos, se comunicando através de gritos. Os papagaios são animais diurnos e utilizam paredões de rochas e copas de árvores ocas como principal forma de habitat.

Sua alimentação é baseada principalmente em sementes e frutos encontrados no local onde vivem. Por conta do bico e mandíbula fortificados o animal consegue perfurar cascas de nozes e acessar o alimento.

Durante a fase de reprodução os papagaios se isolam em pares e depois voltam ao bando. É na primavera que eles costumam acasalar e após a copulação a fêmea bota cerca de 4 ovos, sendo incubados por ela durante 30 dias, aproximadamente. Enquanto isso, o macho sai em busca de alimento para o casal, e posteriormente para alimentar os filhotes também.

Após 2 meses os papagaios filhotes deixam o ninho, mas ainda continuam próximos aos pais por mais um longo período.

Amado por nós por conta da sua inteligência, os papagaios são cercados de curiosidades, que vão além de suas cores vibrantes e da sua fama mundial como a ave que ficava no ombro dos piratas.

Os três tipos de animais não são parecidos por acaso, eles são da família dos psitacídeos, e os três nomes são de uso geral da população e não classificações taxonômicas (nomes que os biólogos dão para classificar os animais).

Apesar de serem psitacídeos, as diferenças entre eles são facilmente percebidas. As araras são maiores, não possuem comportamento tão amigável com seres humanos e contam com uma cauda longa. Os papagaios possuem cauda curta, comportamento amigável e tamanho mediano. Já os periquitos são psitacídeos de pequeno porte.

Você certamente já viu algum vídeo ou testemunhou um papagaio falando. Mas você sabia que eles também podem dançar?

Para que isso ocorra ele deve ser treinado, uma música animada e com ritmo rápido é um bom começo, depois ele precisa de um exemplo. Você pode dançar para o animal, ele poderá ver como dançar é divertido. Outra técnica é mostrar vídeos de outros bichinhos dançando.

Sempre que treinos com esses animais tão inteligentes forem realizados, seja de fala, canto ou dança, lembre-se de recompensá-lo com petiscos ou carinho. Isso reforçará o aprendizado e levará até ele a mensagem de que será sempre recompensado quando realizar essas atividades.

Os papagaios quando criados da maneira correta e com qualidade de vida podem viver por um período mais longo que nós humanos.

Aqueles que vivem na natureza possuem seu tempo de vida conforme a espécie e o habitat, e as dificuldades que ele vai encontrar durante a sua existência. Esse tempo de vida pode variar de 25 a 60 anos, chegando a 80 em alguns casos raros.

Porém, animais domesticados podem ter sua vida prolongada quando alguns fatores são observados. Fatores como interação (brincadeiras), ambiente propício, com bastante espaço, alimentação adequada e consultas frequentes com o veterinário.

A maioria das espécies de papagaio não possuem características físicas, aquelas que podemos observar ao olhar, aparente para identificarmos com facilidade se uma ave da espécie é macho ou fêmea. Existem exceções, como o já citado papagaio-ecletus. Nesses casos as plumagens entre machos e fêmeas são de cores completamente opostas.

Entre outros tipos de papagaio a identificação só é possível através de exame de DNA, feito em laboratório. Isso acontece porque os papagaios possuem órgãos sexuais internos e nem mesmo a palpação pode ter um resultado certeiro nessa descoberta.

A inteligência dos papagaios também é observada na forma que ele expressa os seus sentimentos. O simples fato da convivência em bando demonstra uma necessidade de pertencimento e de carinho com seus semelhantes, o fato da monogamia também estar presente em seus costumes nos mostra também a conexão que eles criam com seus parceiros.

Na convivência com humanos esses sentimentos também são notados. Um papagaio feliz fará diversas vocalizações e demonstrará também um laço afetivo com seu tutor. Esse laço deve ser levado a sério, pois, semelhante aos cachorros, os papagaios também podem ficar tristes quando estão sem eles, e essa tristeza pode levar à depressão.

Endêmico da Nova Zelândia, o papagaio-da-nova-zelândia é o único capaz de viver na neve e, apesar do habitat, seus costumes são os comuns da espécie, vive em bandos, possui bico arredondado e é sociável, porém o kea, como também é conhecido, possui um costume peculiar comparado com qualquer outro papagaio.

O Kea é necrófago, come carcaças de animais e também apresenta comportamento carnívoro, bicando e se alimentando de gordura e carne de carneiros vivos. Essa atividade incomum levou trouxe ao animal uma má fama entre os fazendeiros do país, fazendo dele uma praga a ser evitada.

Vimos nesse artigo as diferenças entre as espécies de papagaio que podem viver em diversas regiões do planeta. Coloridos e inteligentes eles se adaptam muito bem a biomas que vão desde o calor até a neve. Apesar das diferenças de região, o seu comportamento é parecido, e seus gritos enchem as florestas.

Lembre-se de que boa parte das espécies correm o risco de extinção por conta do tráfico ilegal. As aves da espécie que podem ser comercializados para domesticação são somente aqueles que nasceram e foram criados em cativeiro, pois já estão acostumados a viver sob tutela.

Se você tem ou gostaria de ter um papagaio, ame-o e cuide bem dele, com certeza ele irá retribuir. Aproveite também a diversidade de espécies do nosso país e vá observar alguns papagaios que vivem na natureza, com certeza você também terá uma experiência maravilhosa.