Criação de codorna: Guia completo para iniciar e ter lucro

Por ser um animal cujo custo da manutenção é baixo e ter a possibilidade de criação para finalidades diversas, a codorna torna-se uma ave com alto potencial de ser criada em fazendas, gaiolas ou criadouros. Criação de codornas para finalidades comerciais torna necessária e obrigatória a adesão de registros cívicos relacionados ao empreendimento.

Nesse artigo, você conhecerá todas as principais vantagens e desvantagens da criação da ave, saberá quais são as condições mínimas e apropriadas para o desenvolvimento saudável do animal, conhecerá todas as espécies e saberá qual delas oferece a maior potencialidade de alcançar a finalidade desejada. Além disso, traremos dicas exclusivas que são essenciais no seu planejamento de criação.

Quais são os principais aspectos que influenciam na criação de codornas? Quanto custa? Quanto é pode-se possivelmente lucrar? Saiba tudo isso e muito mais neste trecho!

O que torna a produção de codornas tão favoráveis no mercado é o seu baixo custo para aquisição, manutenção e a alta faixa de lucro que pode chegar a 80% do valor bruto.

O valor de uma codorna sexada com um dia de vida oscila entre R$ 2,00 e R$ 3,00. Dependendo do sistema adotado (convencional ou automatizado) e se o criador produz suas próprias pitainhas (codornas recém-chocadas), o investimento inicial gira em torno de R$ 7,00 a R$ 18,00 por ave alojada.

O custo anual para a mão de obra, manutenção da vida e das condições apropriadas no ambiente, gira em torno de 20 mil reais. Dependendo da finalidade e das condições do mercado, a margem de lucro varia entre R$ 6.000,00 e R$ 100.000,00.

Por possuir uma carne com alto valor nutricional, a codorna é comumente criada para fins de consumo, seja próprio ou comercial. O comercio da codorna pode possuir distintas finalidades. O aconselhável é que o empresário faça alguns cursos, pesquise por mercado comprador na sua região e visite criadores e fornecedores ligados à atividade de criação de aves.

O treinamento contínuo irá aprimorar o manejo e o conhecimento acerca das especificidades e cuidados, o que garantirá mais alta qualidade e um bom funcionamento do negócio. De forma geral, o criador pode optar por vender os ovos de codorna in natura, vender a carne da ave, a ave para abate ou as pitainhas, se tiver uma chocadeira a disposição.

As principais vantagens se dão na alta faixa de lucro que se dá por meio de um baixo custo de aquisição e manutenção da vida e dos equipamentos das aves. Além disso, criar codornas não é uma tarefa difícil. Elas são aves calmas que, se cuidadas adequadamente, se adaptam aos objetivos do criador facilmente.

As principais desvantagens que se dão na criação de codorna são relacionadas ao tempo que o criador precisará destinar para os cuidados da codorna.

As tarefas, apesar de simples, demandam tempo. A limpeza do criadouro precisa ser feita regularmente para que a proliferação de doenças seja evitada. A ração também deve estar disponível em abundância para que não haja competição resultante em estresse que comprometa diretamente o desenvolvimento do animal. Além disso, as coletas dos ovos precisam ser feitas periodicamente para que danos sejam evitados.

A criação da codorna, apesar de simples, exige condições específicas que ampliam as chances de reprodução e melhoram a qualidade de vida do animal.

O mais recomendado é que sejam adquiridas gaiolas de arame galvanizado. Elas devem estar dispostas em posição de pirâmides ou baterias. Essas gaiolas, geralmente vendidas em lojas de produtos agropecuários, possuem extensão com declive para que o ovo deslize para uma calha forrada de serragem e seja coletado.

Essas gaiolas também são devidamente apropriadas para prevenir doenças, já que sua estrutura afasta os dejetos que são potencialmente perigosos. O tamanho recomendado é o de 30 cm de profundidade e largura mais um metro de comprimento. Um compartimento com esse tamanho pode acomodar até 18 fêmeas.

Não é recomendado que as gaiolas sejam depositadas no chão e nem em locais muito altos. O adequado é que a gaiola fique em um espaço intermediário, seja pendurado ou em cima de um balcão. Abaixo da gaiola, o recomendado é que haja um depósito com palha para que os dejetos sejam devidamente coletados e descartados.

As gaiolas podem ser organizadas em forma de bateria com umas 4 ou 5 gaiolas organizadas uma em cima da outra, com um espaçamento de 15 cm. Elas também podem ser organizadas no formato de escada, sendo este, inclusive, o método mais utilizado atualmente, apesar de, no entanto, ocupar mais espaço.

As codornas precisam estar em um ambiente confortável, que tenha circulação de ar e iluminação constante, de 14 a 16 horas por dia (iluminação sem contato direta com a luz solar).

Para estimular a produção de ovos no inverno, o criador pode inserir lâmpadas no criadouro para simular a luz solar.

A temperatura ambiente deve ser mantida entre 24 °C e 27 °C e a umidade deve estar próxima a de 60% para aves adultas em produção. Se desejar, também é recomendado cortinas de cores preferencialmente azuis ou verdes.

Para construção de viveiros pode-se utilizar os galpões de três formas: galpões fechados, laterais: apresenta alto custo. Recomendado nesses galpões é que sejam inseridas várias janelas que permitam a circulação de ar. Não é recomendado que esses galpões sejam muito largos ou grandes.

Galpões abertos, laterais: apresentam maior economia se implantado em locais com alta temperatura. No entanto, o criador deve atentar-se com a temperatura local durante o inverno. É necessário a instalação de telas laterais a fim de evitar fuga das aves e impedir a entrada de predadores.

O telhado influencia diretamente na temperatura dos galpões, por isso, apesar de exigir maior gasto com madeiramento, as telhas de barro são as mais recomendadas, pois oferecem maior conforto térmico.

Já as telhas de cimento amianto apresentam baixo custo, no entanto, influenciam no aumento da temperatura térmica interna. Para o piso pode-se utilizar o cimento rústico ou outro material. Vale destacar que a orientação é que o piso apresente uma pequena declividade.

A recria correspondei ao período entre 16 e 45 dias de idade. Nessa época as aves devem receber ração e água à vontade, após isso, as fêmeas entram na fase de postura. Durante o período de reprodução as codornas fêmeas deverão ser levadas para gaiolas de postura, permanecendo até o fim do período produtivo.

Para uma postura ocorrer de forma abundante, o ambiente da criação das codornas em produção deverá ser iluminado por uma lâmpada incandescente de 15 WATTS para cada 5 metro quadrados.

A diversidade de espécies de codornas possibilita a apresentação de uma variedade de produtos de postura e corte que variam em nutrientes, valores e nível de produção. Conheça-os:

Por ser uma espécie altamente adaptável, ela pode ser inserida em regiões de climas frios ou quentes, entretanto, a condição climática ideia para sua criação, gira em torno de 21 e 25 °C. Essa é uma espécie dócil, o que a torna uma boa opção para criadores iniciantes. Quando adulta, ela pode pesar entre 120 e 180 g, alcançando de 15 a 16 cm de tamanho.

No peito os machos apresentam pelo de pigmentação avermelhada, já as fêmeas apresentam carijó (manchas escuras). A codorna japonesa é uma excelente produtora de carne e ovos e costuma postura aos 35 dias de vida, produzindo de 200 a 300 ovos por ano.

Diferentemente da codorna japonesa, a africana é muito nervosa, por isso, o ideal é que o criadouro dessa espécie seja amplo e com algumas plantas. Não é recomendado criar em um mesmo viveiro essa espécie junto a outras devido a sua baixa sociabilidade.

O macho dessa espécie apresenta um tipo de babador preto e branco no pescoço. Já o peito apresenta uma cor marrom-vermelhada com uma grande mancha negra no centro. A codorna africana é uma ave de baixa postura. No período reprodutivo, ela costuma por de 4 a 8 ovos. A altura de uma codorna africana é geralmente entre 16 e 19 cm.

Ocupando os Estado Unidos e México, a codorna americana apresenta comportamento extremamente dócil e social, o que a torna de fácil criação. Entretanto, devido a sua alta sociabilidade, quando criada em cativeiro, recomenda-se uma ampla área onde possa coabitar com aves de outras espécies.

A grande especialidade da codorna americana se dá na produção de ovos. A primavera costuma ser o seu período de reprodução. Nesse período, a codorna americana costuma produzir entre 12 e 40 ovos. O macho dessa espécie apresenta uma faixa escura na cabeça. Já a fêmea, expõe marcas de tonalidade marrom, creme ou ocre.

Assim como outras espécies de codornas a codorna chinesa é dócil e extremamente social, sendo ideal para coabitar com outras aves em um mesmo viveiro. A espécie chinesa também é uma codorna faxineira e aproveita as sementes deixadas por outras aves e insetos invasores.

A produção de ovos dessa espécie é baixa, sendo de 6 a 10 ovos no seu período reprodutivo, geralmente, na primavera. Além disso, a espécie é bem pequena, possuindo tamanho que varia entre 11 e 13 cm.

A codorna europeia é uma espécie selvagem e migratória, sendo capaz de percorrer altas distancias em busca de alimento. O macho da espécie possui um melódico canto, sendo essa a razão que fez a espécie ser domesticada de início.

A espécie europeia produz menos ovos que as japonesas, geralmente, menos de 200 ovos por ano, no entanto, seus ovos são maiores. Outra vantagem da codorna europeia se dá no ganho de peso, que varia entre 170 e 200 g até os 21 dias de vida. A codorna europeia possui uma carne saborosa. Por essa razão o seu comercio é mais intenso no ramo do corte.

Quais critérios devem ser levados em consideração para a avaliação e seleção da espécie mais adequada para a sua avicultura?

Escolher a raça certa para a criação vai um pouco além das finalidades do criador. Antes de selecionar a raça certa para criação é necessário avaliar se há mercado consumidor, se há concorrência e quanto de retorno pode ser obtido por meio desse investimento.

Após isso, a espécie que mais se aplica a sua finalidade e ao mercado deve ser selecionada. O consumo de carne de codorna no Brasil é atípico, sendo considerado, inclusive, um alimento exótico. No entanto, este é um mercado que tende a crescer com o tempo e já apresenta retornos rentáveis e promissores.

Durante a seleção de codornas é importante levar em consideração a saúde, histórico de doenças e vacinação. A saúde da codorna irá influenciar diretamente na qualidade da sua carne e dos seus ovos. Além disso, um animal com saúde debilitada pode potencializar o aparecimento de problemas similares e recorrentes em outras aves presentes no viveiro e até mesmo nas futuras crias da espécie.

A idade da codorna também deve ser levada em consideração. Se o objetivo for reprodução, deve-se avaliar se o tempo de vida do animal irá garantir uma boa postura a partir do momento da aquisição.

A proporção ideal para a um plantel é de 2 ou 3 fêmeas para cada macho. Com essa proporção será possível produzir ovos em longas escalas, reproduzir a espécie de forma adequada, sobrando também animais suficientes para corte.

É comum que espécies de codornas criadas em cativeiro não cuidem e nem choquem os seus ovos. Por isso, para a reprodução da espécie, é necessário alguns equipamentos e cuidados especiais.

O acasalamento pode ocorrer a partir do 21º dia de vida. Para isso pode-se colocar o macho com a fêmea por um período de 12 horas consecutivas. Após isso, o macho deve ser isolado por 24 horas, para, em seguida, voltar a acasalar com outras fêmeas.

O aconselhável é que após o acasalamento as fêmeas já fertilizadas fiquem distante dos machos, pois suas “cantadas” insistentes as estressam, o que pode prejudicar a produção. Obs: A reprodução entre codornas de uma mesma linhagem não é recomendada.

As gaiolas devem ser verificadas e os ovos retirados por no mínimo duas vezes ao dia. Os ovos fertilizados podem ser incubados naturalmente por galinhas-anãs ou pombas, muito embora não seja esse um método recomendado devido às grandes chances de perdas.

O mais recomendado é a incubação artificial, onde os ovos devem ser armazenados em um ambiente que apresente uma temperatura entre 10 e 16 graus e umidade entre 75 e 80% por um período de 12 a 15 dias.

Antes de levar um ovo a chocadeira, analise detalhadamente se não há nenhuma anormalidade. Observe a cor, a forma e peso. Qualquer anormalidade pode ser um indicador de futura deformidade ou anomalia nos filhotes, o que o deixaria improprio para comercialização.

Nunca segure os ovos pelas laterais, apenas os pegue pelas extremidades, mantenha-os seguros em um local escuro com uma temperatura entre 10 e 15 graus, e tenha cuidado com movimentações bruscas.

Após a eclosão os pintinhos devem ser aquecidos e entrar em um jejum de 24 horas. Após isso, eles devem receber ração e água à vontade. Nos três primeiros dias a temperatura ambiente deve ser ajustada para 38ºC e reduzida em 1ºC até que esteja ajustada a temperatura ambiente.

A água deve estar presente em abundância. Os bebedouros devem ser lavados e a água trocada pelo menos duas vezes ao dia. É aconselhável que o piso da criadeira seja forrado com papel. Durante os três primeiros dias, a ração deve ser distribuída abundantemente na forração de papel, e depois, em cochos do tipo bandeja.

Agora que você conhece as principais informações sobre a criação de codorna, saiba quais são os cuidados essenciais que se deve ter com a estrutura e com os animais.

Após o nascimento dos filhotes o criador deve ter cuidado com o manejo do pintinho. Não é recomendável que o filhote esteja junto as codornas adultas, pois é comum que as codornas maiores ataquem ou biquem os filhotes causando ferimentos graves, e as vezes, até mesmo irreparáveis.

Os recém-nascidos devem estar reservados em um ambiente isolado, com alimento e água abundante até que se possa identificar o gênero de cada um. Após isso, eles devem ser colocados nas respectivas gaiolas junto as outras codornas.

Em mercados destinados à avicultura, geralmente, há disponível rações fareladas de uso exclusivo para codornas e pintinhos de codorna. Até o 45 dia de vida da codorna, o criador deve oferecer ração com 26% de proteína bruta. A partir disso as fêmeas devem receber ração de postura com cerca de 23% de proteína bruta, sendo oferecido entre 30 e 35 g dessa ração por ave.

A ração não deve ser conservada por período superior ao de 30 dias. O armazenamento deve sempre ser feito em locais secos, frescos e sem contato direto com o piso. A água deve ser potável e disponibilizada à vontade.

Após a maturação sexual as codornas devem ser separadas de acordo ao sexo. Após 45 dias de vida, as codornas que não forem utilizadas para postura ou as que já passaram da fase reprodutiva podem ser direcionadas ao corte.

Para abater a codorna, posicione-a de cabeça para baixo e segure as patas e asas para que ela não se debata. Após isso, separe o pescoço e busque a junta, então torça-o e segurando firme.

A manutenção da gaiola e do viveiro é essencial para garantir a segurança e saúde das aves. Caso as codornas não tenham sido vacinadas, é recomendado a inserção de redes que evitem a entrada de moscas que podem portar vírus, bactérias e parasitas que podem ser maléficos para os animais.

Além de manter a limpeza da gaiola ou do viveiro, é necessário garantir uma boa manutenção da gaiola e do viveiro para que acidentes e fugas sejam evitadas.

Contrário a outros empreendimentos relacionados a avicultura, a criação de codorna é de longe um dos que mais se destaca devido à alta adaptação dos animais ao ambiente e as diversas finalidades qual o empreendimento pode se direcionar, sendo aproveitado desde os ovos até a carcaça do animal.

Para que a sua finalidade seja adequadamente atendida, não esqueça de buscar informações de mercado e de concorrência na sua região. Não é incomum que mercados vendam ovos e carne de codorna. Além disso, até mesmo civis que trabalham como ambulantes costumam vender ovos de codorna em feiras ou praias. De forma geral, a criação de codorna costuma apresentar altas taxas de lucros e é um dos ramos que tendem a crescer muito com o decorrer dos anos.