Você já viu um tatu de perto?
Esse animal curioso e atraente é um mamífero nativo do continente americano. Sendo na América do norte, Central ou do Sul, você vai encontrar as diversas espécies de tatu. Esse animal pode chegar a tamanhos muito diferentes, dependendo da espécie. Além disso, podem cavar buracos com uma velocidade impressionante.
Descubra no decorrer do artigo o que leva o tatu a cavar de maneira tão rápida e eficiente. Saiba alguns dos tipos de tatu que existem no mundo e quais são suas principais características. Aqui você vai saber os motivos de algumas espécies estarem nas listas de risco de extinção, além de outras informações interessantes. Boa leitura!
Características gerais do tatu
Saiba informações sobre o tatu, como o nome e sua expectativa de vida. Veja quais são as suas característica visuais, como são distribuídos no mundo, além de conferir qual é o seu habitat e muito mais.
■Nome científico e expectativa de vida
Os Dasipodídeos, mais comumente chamados de tatu e armadilho, são mamíferos pertencentes à ordem Cingulata. Sua maior característica é uma armadura que cobre todo o corpo e são nativos do continente americano. Os tatus habitam cerrados, matas ciliares, savanas e florestas molhadas.
Um tatu pode viver de 12 a 15 anos e possuem vários nomes, de acordo com a região. O Tatu-canastra, Priodontes maximus, vive na América do Sul cisandina e seu habitat se estende até o norte da Argentina. Já o Tatu-bola, Tolypeutes tricinctus, tem seu habita concentrado no nordeste brasileiro e parte do sudeste.
■Características visuais
O tatu possui patas curtas e muito fortes, e suas garras são muito afiadas. Essa estrutura é usada para cavar buracos com mais facilidade. A maior parte do corpo do tatu é revestida por uma carapaça formada de placas ósseas articuladas. Somente a barriga do tatu não é protegida por essa estrutura.
Para maior proteção, o tatu se enrola, tornando-o quase indestrutível ao ataque de seus predadores. Dependendo da espécie, um tatu pode chegar a medir até 1,5 m de comprimento, já com a cauda e seu peso pode variar de 2,5 a 6 kg em média. Esses números são referentes a um indivíduo adulto.
■Distribuição e habitat
Os tatus são seres americanos, nativos das Américas do Norte, Central e Sul. Seu habitat natural varia entre cerrado, florestas de vegetação seca, que chamamos de caatinga, savanas, campos abertos, matas ciliares próximas a rios, enfim, todos biomas com clima seco e temperado.
Existem mais de 20 espécies de tatus espalhados por toda a América Central, América do Sul, México e na região sul dos Estados Unidos. Para cada região onde é encontrado, os tatus recebem uma nomenclatura, de acordo com o local de sua ocorrência.
■Comportamento deste mamífero
Esses mamíferos possuem hábitos noturno e vivem em tocas e tuneis cavados por eles. Devido aos seus membros fortes e garras muito afiadas, os tatus cavam com muita rapidez e facilidade. Essas tocas servem de moradia e habitam um ou mais tatus por toca.
Como são animais de hábitos noturnos, as tocas são seus lares de descanso durante o dia, saindo à noite somente para procurar alimento. São animais que contribuem com o equilíbrio ecológico, onde impedem o crescimento descontrolado de insetos como formigas e cupins.
■Alimentação
A dieta do tatu é bastante diversificada, variando de frutas até pequenos vertebrados. Na sua dieta de vegetais, os tatus comem frutas, tubérculos e algumas sementes. Sua dieta também é composta por insetos, como formigas, cupins, besouros, larvas e até mesmo, pequenos vertebrados, como o sapo, por exemplo.
Algumas espécies preferem a alimentação mais voltada para os vegetais, como é o caso do tatu-peba, que diferente de outras espécies, possui hábitos diurnos. Esses preferem mais uma saladinha a outras dietas a base de proteína.
■Reprodução do animal
Os tatus chegam à maturidade sexual logo no primeiro ano de vida e a fêmea pode ser cortejada por mais de um macho durante o período de cio. A fêmea tem um período de gestação que leva de três a quatro meses, gerando de dois a quatro filhotes por cria.
Os filhotes já nascem praticamente formados, com a carapaça e demais detalhes físicos. Esses filhotes podem ficar junto com a mãe por até dois meses, após o nascimento. A quantidade de filhotes por cria pode variar de uma espécie para a outra, pois algumas delas podem gerar mais de quatro filhote, mas não é muito comum.
Conheça alguns tipos de tatu
Veja aqui algumas das diversas espécies de tatu. Saiba onde são encontrados e quais são as suas particularidades. Você vai descobrir que existem tatus que cabem na sua mão.
■Tatu-canastra — Priodontes maximus
Essa espécie também é conhecida por canastra e tatuaçu, devido ao seu tamanho, é considerado a maior espécie de tatu ainda viva, podendo chegar a mais de 1 metro de comprimento. O tatu-canastra vive na América do Sul, mais precisamente a leste dos Andes.
Mais ao sul chegam a habitar o norte da Argentina, onde inclui as regiões de Salta, Santiago del Estero, Formosa e Chaco. É uma espécie considerada em extinção, por causa da caça predatória, principalmente pelos nativos que comem sua carne e fazem utensílio com seus ossos e carapaça, além da destruição de seu habitat natural pela expansão agrícola.
■Tatu-bola — Tolypeutes tricinctus e Tolypeutes matacus
Esses mamíferos são conhecidos por bola-da-caatinga e mataco. Em outras regiões podem ser chamados de tatuapara, apara e apar. Essa espécie pode ser encontrada no Brasil, Bolívia, Argentina e Paraguai. No Brasil e nos Estados Unidos, a espécie é considerada endêmica.
Seu tamanho pode chegar a 30 cm de comprimento e possuem uma coloração marrom escura, apresentando três cintas móveis em sua couraça. O tatu-bola é a única espécie de tatu que consegue se enrolar completamente e sumir dentro de sua carapaça.
■Pichiciego-menor — Chlamyphorus truncatus
Esses são os menores tatus do mundo, medindo cerca de 10 cm, além de ser considerada a espécie mais rara de mamíferos da América do Sul. O pichiciego-menor pode ser encontrado no subterrâneo das planícies da Argentina. Usam suas tocas para descansar durante o dia e saem à noite para se alimentar.
A dieta desse pequeno mamífero é composta de formigas, raízes, larvas de insetos e minhocas. São hábeis cavadores e podem sumir no solo em questão de instantes. Tem como habitat as regiões de planícies arenosas, pradarias, onde há cactos e arbustos espinhosos.
■Tatu-peba — Euphractus sexcinctus
Ao contrário das demais espécies de tatu, o tatu-peba tem hábitos diurnos. Essa espécie também é conhecida por tatu-peludo, tatupeva, papa-defunto, tatupoiu, peludo, tatu-de-mão-amarela, peba e tatu-cascudo. É encontrado na América do Sul, mais precisamente em boa parte do Brasil, Paraguai, Argentina, Uruguai, Suriname e Bolívia.
Essa espécie mede entre 40 a 50 cm de comprimento e pode pesar até 6,5 kg. Tem uma cor marrom avermelhado e sua carapaça possui pelos no dorso, junto com as escamas do casco. O tatu-peba é um escavador eficiente, formando tocas para viver e capturar suas presas. É um animal solitário e onívoro.
■Tatu-peludo-gritador — Chaetophractus vellerosus
O tatu dessa espécie é também conhecida por outros nomes como pequeno-tatu-gritador, tatu-chorão, tatu-gritador ou tatu-peludo. O tatu-peludo-gritador é um excelente cavador de buracos e são encontrados nas regiões centrais da América do Sul. O nome ”gritador” foi adquirido por causa do seu choro quando são ameaçados ou quando são tocados.
O primeiro exemplar dessa espécie foi descrito por J. E. Gray em 1865, encontrado em um museu britânico e foram coletados em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia Oriental como Dasypus vellerosus.
■Tatu-galinha — Dasypus novemcinctus
Também conhecido como tatu-verdadeiro, tatu-veado, tatu-de-folha, tatuetê ou tatu-liso, o tatu-galinha é encontrado em todas as Américas, sendo a espécie mais comum de tatu encontrada no continente. É um animal solitário, de hábitos noturnos e vivem em florestas tropicais, matagais secos e áreas de pastagens.
É um animal insetívoro, sendo a formiga e os cupins os seus alimentos favoritos. Seu tamanho pode variar de 90 cm a 1,20 m, dependendo da posição do corpo. O tatu-galinha é o mamífero símbolo do Texas, estado norte americano.
■Zaedyus pichiy
O Zaedyus pichiy é uma espécie de tatu que é encontrada desde o centro até o sul da Argentina, na região da Patagônia, a oeste dos Andes no Chile e ao sul do Estreito de Magalhães. Essa é a única espécie do gênero Zaedyus. Assim como os Pichiciego-menor, são considerados as menores espécies de tatu que ocorrem no mundo.
“Pichi” significa menino na língua mapuche, povo indígena que vive na região centro-sul do Chile. Sua alimentação inclui pequenos invertebrados e plantas. Raramente é visto na superfície. E são muito suscetíveis ao estresse, não tolerando o encontro com humanos. Se capturados, vivem apenas poucos dias em cativeiro.
Fatos e curiosidades sobre o tatu
Confira algumas curiosidades sobre o tatu. Saiba se o tatu tem dentes e quais são as principais ameaças a esses pequenos mamíferos, além de saber mais sobre seus parentes e muito mais.
■Tatu tem dente
Sim, o tatu tem dentes. Apesar disso, o tatu faz parte da família dos Dasipodídeos, ordem dos desdentados, que por sinal, é a mesma ordem dos tamanduás e preguiças. Os tatus possuem de 7 a 25 pequenos dentes apenas na parte detrás da arcada dentária, em cada lado da boca.
Eles não possuem dentes da frente, mas os que possuem, são eficientes para ajudarem a consumir os alimentos pertencentes à sua dieta. Essas estruturas podem macerar a comida, ajudando na deglutição e digestão dos alimentos.
■Principais ameaças ao tatu
Os maiores inimigos do tatu são a caça e a perda de seu habitat natural para a expansão agrícola. O tatu-canastra, Priodontes maximus, é a espécie mais atingida de todas as espécies, por possuir os maiores indivíduos dentre os tatus. Seu tamanho pode chegar a 1,5 m e pesar mais de 50 kg.
Desde 2010, o projeto Tatu Canastra, organizado pelo IPÊ e The Royal Zoological Society Scotland, buscam encontrar e catalogar informações sobre a vida da espécie, abrangendo o comportamento, história natural e todos os aspectos relacionados com o tatu-canastra, com o objetivo de proteger a espécie.
■Suas conchas são muito usadas comercialmente
Nesse caso, os maiores predadores dos tatus são os nativos da América do Sul. São apreciadores de sua carne, tanto pura, como servindo de ingredientes para outros pratos. Além disso, nativos utilizam a sua carapaça, osso e cauda para confeccionar utensílios variados.
Desde tigelas até um instrumento cordófono de origem boliviana, chamado charango. O nome desse instrumento na língua Quechua é quirquincho ou kirkinchu, que significa, nada mais nada menos que “tatu”. Para evitar a extinção dos tatus, hoje esse instrumento é confeccionado totalmente em madeira.
■São animais parentes de preguiças e tamanduás
A superordem chamada Xenarthra que significa articulação estranha (xenon = estranho; arthros = articulação) abrangem os mamíferos como os tamanduás, preguiças e tatus. São animais caracterizados por possuírem articulações adicionais no meio das vértebras lombares.
Dentro dessa superordem encontramos a ordem dos Cingulata, onde estão inseridos os animais que possuem carapaças, como os tatus. Já a ordem Pilosa, que também está incluída dentro dessa superordem, tem como característica animais de pelagem densa e com dentes pouco desenvolvidos ou nenhum. A ordem Pilosa é representada por animais como a preguiça e o tamanduá.
■Tatu é parente dos extintos Gliptodontes gigantes
Esses animais chamados Gliptodontes, viveram na América do Sul por milhões de anos, até a chegada da Era do Gelo. Esses bichos tinham a cauda espinhosa e muitos podiam alcançar o tamanho de um carro de passeio.
Alguns cientistas analisaram o DNA de um fóssil de Gliptodontes de 12 mil anos e conseguiram confirmar que eles fazem parte da família dos tatus. As características do animal eram muito parecidas com a do tatu, como o casco impenetrável, por exemplo.
Já outros cientistas afirmam que o correto é afirmar que os Gliptodontes pertenceram a uma subfamília dos tatus e devem ser considerados como tal. Tudo isso, segundo Frédéric Delsuc, do Centro Nacional de Pesquisa Científica da Universidade de Montpellier, na França.
Tatu: mamífero de características interessantes
Aqui você pôde conferir muitas informações sobre esse curioso e engraçadinho mamífero, nativo do continente americano. Você viu que o tatu está presente em todas as três Américas e seu nome está relacionado à região onde eles habitam.
São animais onívoros se alimentando, tanto de insetos e vegetais, até pequenos vertebrados, dependendo da espécie. São animais providos de uma carapaça resistente, que os protege de qualquer ataque de predadores. Sua carne e sua couraça são apreciados pelos nativos das regiões onde vivem, por esse motivo são caçados em abundância.
Somado a essa caça predatória, a destruição de seu habitat natural, pela expansão da fronteira agrícola, são os principais motivos de levar muitas das espécies de tatus para a extinção. Agora que você conhece um pouco mais sobre esse mamífero, divulgue e curta o seu conhecimento.
Sou um amante dos animais. Minha irmã e eu temos 4 cães e 11 gatos. Os gatos são meus preferidos, são minha fonte de tranquilidade e inspiração.