Quantos tipos de abelha você conhece?
As abelhas são, sem dúvida, animais essenciais para o bom funcionamento do ecossistema. Além de encantarem pelo mel que produzem, o trabalho incessante desses insetos, encontrados em diferentes partes do globo terrestre, exceto a Antártica, poliniza cerca de 80% do planeta.
Neste artigo, você verá quem são as espécies de abelhas nativas do Brasil e do mundo, os diferentes tipos de comportamentos das abelhas, as funções que exerce a rainha, as operárias e o zangão, além de conhecer abelhas de mel, abelhas grandes e outras pouco conhecidas e com nomes inusitados. Acompanhe o texto e constate o quanto as abelhas são incríveis!
Algumas espécies de abelhas nativas do Brasil e do mundo
Somente no Brasil, existem mais de 300 espécies de abelhas e, acredite, a maioria delas não tem ferrão. A seguir, você irá conhecê-las a fundo, descobrir suas características e, inclusive, algumas curiosidades. As abelhas podem ser mais interessantes do que você pensava, de modo que elas contribuem muito para nosso ecossistema. Conheça-as!
■Abelha Tiúba (Melipona compressipes)
A abelha Tiúba pertence à espécie Melipona subnitida, de modo que seu gênero, Melipona, é responsável pela polinização de 30% das plantas da Caatinga e do Pantanal e de até 90% da Mata Atlântica. Ou seja, caso ela seja ameaçada de extinção, pode colocar em risco uma grande proporção de fauna e flora. Não é à toa que sua popularidade é tão forte entre os habitantes locais.
Atribui-se a ela, ainda, o fator curativo de seu mel, capaz de tratar feridas. Entre suas características físicas, ela possui cabeça preta aveludada e tórax preto, com listras cinza. O teor menos doce do mel é bastante apreciado.
■Abelha Uruçu (Melipona scutellaris)
A abelha Uruçu é uma das espécies nativas brasileiras que merece destaque, porque ela não só se impõe pelo tamanho avantajado, entre 10 e 12 mm de comprimento, como também, por produzir mel em abundância. Típica da região Norte e Nordeste do Brasil, ela encanta os produtores pelo fácil manejo.
Também pertencem à mesma família a Uruçu amarela, chamada Melipona rufiventris e a Uruçu verdadeira, conhecida popularmente como Uruçu do Nordeste. O habitat preferido desse gênero de abelha é a mata úmida, ideal para fazerem seus ninhos e encontrarem alimentação adequada que coleta durante o trabalho diário de polinização.
■Abelha Mandaçaia (Melipona quadrifasciata)
Essa Melipona quadrifasciata tem as seguintes características: corpo e cabeça na cor preta, listras amarelas ao longo do tronco e asas ferrugem, de modo que seu tamanho varia entre 10 e 11 mm de comprimento. Pertencente ao grupo Meliponini, é mais resistente ao frio, o que permite que ela viva em regiões desde São Paulo, até o sul do país, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Seus ninhos são nidificados em partes ocas das árvores, possuem boca de barro, onde abrigam grande quantidade de mel, deixando o acesso ao ninho mais estreito, permitindo apenas a entrada de uma abelha por vez.
■Abelha Europeia (Apis mellifera)
A abelha Europeia é, de longe, uma das mais famosas produtoras de mel e sua produção tem grande importância na indústria alimentícia e encabeça o topo das produtoras. Também chamada abelha melífera ocidental, abelha-comum, abelha-do-reino, abelha-alemã, abelha-Europa, é facilmente encontrada na Europa, Ásia e África.
De adaptação fácil, essa melífera marca presença em diversos habitats, desde savanas, montanhas e litoral. Entre as características físicas destacam-se o tamanho, entre 12 e 13 mm, pelos no peito, língua curta e poucas listras amarelas no corpo. Considerada irritadiça, suas picadas podem ser fatais.
■Abelha Asiática (Apis cerana)
Nativa da Ásia, a Apis cerana é encontrada na China, Índia, Japão, Austrália, entre outros países. Possui tamanho menor do que a abelha-Europeia, que mede entre 12 e 13 mm e, atualmente, vem sofrendo ameaça de extinção.
Essa diminuição da Apis cerana é fruto da introdução de outro gênero de abelha nas matas, a Apis melifera, que tem provocado doenças na abelha Asiática. Mas, existem ainda, outros fatores para essa diminuição da espécie, como o manejo da floresta, que vem afetando o bioma, e o uso de pesticidas. Essa somatória vem provocando o desequilíbrio ambiental da população de abelhas.
■Abelha Anã Escura (Apis andreniformis)
Esse tipo de abelha, Apis andreniformis, é nativa das regiões tropicais e subtropicais da Ásia, de modo que levou muito tempo até ser notada pelos pesquisadores, que a catalogaram como pertencente da Ordem Hymenoptera. Considerada uma das abelhas mais escuras existentes, entre as abelhas Apis, a abelha rainha, por exemplo, é quase totalmente preta.
Com estilo de vida mais sorrateiro, a abelha Anã Escura consegue se camuflar dos predadores à espreita, esgueirando-se através da vegetação. Constrói sua colônia a cerca de dois metros e meio de altura do chão, sendo que o ninho é feito em locais escuros e protegidos dos raios solares.
■Abelha das Filipinas (Apis nigrocincta)
Um fato interessante é que, durante muitos anos, a abelha das Filipinas não tinha nem nome, pois foi confundida com outra espécie, a Apis cercana. Somente recentemente ela ganhou status de espécie reconhecida e como o próprio nome já sugere, ela é nativa das Filipinas. É pequenina e seu comprimento varia entre 5,5 e 5,9 mm.
Os ninhos das Apis nigrocinta são geralmente formados em paredes ocas e em troncos, próximo ao chão. Ao longo do ano, essa abelha tem por hábito construir outras colmeias. Mas, ainda faltam dados da espécie, devido à sua descoberta ser recente.
■Abelha Jandaíra (Melipona subnitida)
Endêmica do Nordeste do Brasil, a abelha Jandaíra é reconhecida como grande polinizadora das regiões da Caatinga, Pantanal e até uma boa parte da Mata Atlântica. Por ser uma espécie dócil, que não possui ferrão, pode até mesmo ser cultivada em jardins, dispensando até o uso de proteção.
Outra característica sobre essa Melipona subnitida é que ela só poliniza plantas nativas, e o seu famoso mel, o mel de jandaíra, é disputado porque a ele são atribuídas propriedades curativas. A produção anual, por enxame, pode chegar até a um litro e meio.
Tipos de abelhas – Comportamento Social
Descubra, a seguir, aqui informações importantes sobre como as abelhas se relacionam, o que muda em cada uma dessas estruturas, quais tarefas fazem parte da vida delas, e como os moradores das colmeias as distribuem entre eles. Saiba, ainda, vários detalhes acerca do cotidiano desses insetos. Acompanhe!
■Abelhas sociais
As abelhas chamadas sociais são um exemplo de organização até para os seres humanos. Nesse formato de convivência, cada um dos habitantes da colmeia tem o seu papel determinado, sem exceção. E, desse modo, elas convivem em harmonia ao cumprirem o papel de grandes benfeitoras do meio ambiente.
Portanto, se engana quem pensa que a abelha Rainha não tem tarefas, pois tem, bem como os demais integrantes. Neste texto, a frente você entenderá melhor quais são as obrigações da rainha e dos demais habitantes da colmeia, como abelhas-operárias e zangões, os machos entre as abelhas.
■Abelhas solitárias
Esta é a abelha mais abundante entre as espécies e corresponde a cerca de 85% delas. Não produz mel, nem própolis, mas sua importância não é descartada. Pelo contrário, ela é considerada fundamental para o equilíbrio do ecossistema.
As solitárias também polinizam flores e plantações durante a busca por néctar e pólen. Sua tarefa é árdua, pois ela não tem nenhuma ajuda, nem mesmo quando bota seus ovos. Esta espécie faz tudo sozinha e não participa da criação, pois abandona o ninho logo após colocar os ovos.
■Abelhas parassociais
O arranjo das abelhas parassociais é uma mescla entre os outros dois modelos, social e solitária. O nível de organização difere no grau de dominação da abelha Rainha e na divisão de castas, que geralmente é menos rígida, podendo sofrer alteração conforme acontecimentos ocorrem.
Assim, uma abelha-mãe não abandona o ninho depois de pronto, ela permanece nele até o nascimento das crias. E, somente após a morte da mãe, um novo formato é criado no ninho e os papéis podem ser trocados entre as abelhas. Essa flexibilização permite que as abelhas formem um novo ninho, ou que fiquem lá e ajudem.
Tipos de abelhas – Funções
Além de serem intrigantes, as abelhas organizam-se de modo ordenado e rígido, sendo que as comunidades delas precisam estabelecer ordens muito específicas. Neste tópico, será detalhado como as tarefas são divididas dentro de uma colmeia, que função cabe a cada um dos moradores e como funciona o sistema de comando. Continue lendo e não perca essas informações.
■Abelha Rainha
A abelha Rainha ocupa o topo mais alto da colmeia. Sua principal função é reprodutiva, somente ela pode gerar ovos na colmeia, isso, porque ao liberar feromônio, ela deixa claro que é a rainha, inibindo as outras de ficarem grávidas.
Ao ficar adulta, ela está pronta para copular com o zangão durante o voo nupcial. Desse único encontro, nascem os ovos, postos diariamente, podendo chegar até 2.500. Dependendo da alimentação, se transformarão em abelhas Rainhas ou operárias. Quanto ao comando da colmeia, este acontece em concordância.
■Abelha operária
O nome "abelha operária" cai muito bem para essa categoria de abelha, pois ela nasceu para o trabalho. A cada etapa da vida desse animal, ela contribui de uma forma diferente, podendo trabalhar tanto dentro, quanto fora da colmeia.
Assim, ela pode exercer, desde a limpeza e manutenção, enquanto ainda é jovem, até a coleta do pólen e néctar, e a defesa da colmeia, enquanto é mais velha. Trabalhos de maior responsabilidade, não é mesmo?
■Zangão (Macho)
Você sabe o que determina se nascerá um zangão ou uma abelha? Os Zangões, os machos entre as abelhas são fruto dos ovos não fecundados. É esse o fator determinante. Cabe-lhe uma única função na vida: fecundar a abelha rainha. Assim, quando adulto, ele realiza o acasalamento com a rainha.
No mais, é durante o acasalamento que o zangão morre, ao órgão genital, visto que ele fica grudado ao corpo da abelha, sendo dilacerado. Ao contrário das outras abelhas, ele não nasce de um ovo fecundado. Na realidade, ele é originado a partir da partenogênese, um fenômeno que gera abelhas sem haver fertilização. Assim, os zangões possuem apenas o material genético da mãe, a Rainha.
Tipos de abelhas sociais
Agora que você já conhece diversas abelhas nativas do Brasil e do mundo, além de saber detalhadamente como se dá o comportamento de cada uma delas, é hora de descobrir tudo sobre abelhas sociais. Entre elas, as abelhas grandes, as abelhas de mel e as abelhas africanas irão te intrigar, deixando-o encantado com a diversidade desses insetos na natureza. Vamos lá?
■Abelhas grandes
Sem dúvida, a abelha Gigante Asiática (Apis dorsata) é uma das espécies que assusta pelo tamanho, podendo medir entre 17 e 20 mm. Presente nos biomas das regiões do Sudeste Asiático, Indonésia e Austrália, a Apis dorsata tem comportamento extremamente agressivo e, dependendo da potência das suas ferroadas, pode matar uma pessoa.
O ninho dessa espécie é construído nos galhos das árvores e chama atenção pelo estilo de defesa diferente que essa abelha executa para proteger o ninho, uma espécie de movimento de dança. Essa estratégia afasta seus maiores predadores, as vespas.
■Abelhas de mel
A abelha Europeia é um dos exemplos mais importantes na produção do mel. Também chamada melífera ocidental, ela marca presença na Europa, Ásia e África.
Outros exemplos desse grupo são: abelha Asiática (Apis cerana), nativa do sudeste da Ásia; abelha Asiática anã (Apis florea), que vive no leste do Vietnã, sudeste da China e na África; abelha Gigante, natural do sudeste da Ásia, Indonésia e Austrália; abelha das Filipinas, originária das Filipinas e encontrada também, na Indonésia; e abelha de Kozhevnikov, habitante da Malásia, Borneu e Indonésia.
■Abelhas africanas
A abelha Africana é uma abelha que afasta qualquer curioso de se aproximar dela. Chamadas abelhas assassinas, tais insetos costumam causar muito medo nas pessoas devido ao histórico que carregam e também ao porte avantajado.
Isso é perfeitamente justificável, uma vez que essa espécie tem alto poder letal, e costuma atacar em bando. Aliado a isso, a toxina injetada por ela chega a ser oito vezes mais forte, se comparada com outras abelhas com ferrão. E você, já conhecia a má fama dessa abelha?
Tipos de abelhas solitárias
Neste compilado, serão apresentadas algumas abelhas solitárias e o comportamento que a maioria delas possui, de modo que é extremamente válido saber quais são elas, entender o motivo de elas serem solitárias, além de conhecer o cotidiano de cada uma delas e como elas se relacionam socialmente. Acompanhe o artigo e entenda todos os pormenores acerca dessas abelhas solitárias!
■Abelhas Carpinteiras
A abelha Carpinteira recebe esse nome por causa da sua preferência em cavar buracos nas madeiras. Ela é facilmente achada nas casas e próximo a áreas como decks e varandas, pois tem preferência por madeira mais gasta. Ela é grande e robusta, possuindo asas metálicas azul-esverdeadas ou roxas, dependendo da iluminação solar.
O hábito de cavar a madeira é ligado ao intuito de usá-la para armazenar os ovos e alimentos coletados. Esses mesmos buracos também servem como espaço para ela se aquecer durante o inverno. Pertencentes ao gênero Xylocopa, existem cerca de 500 espécies diferentes de carpinteiras, que se diferenciam de outras abelhas por possuírem o abdômen sem pelos, preto e brilhante.
■Abelhas escavadoras
O habitat desse tipo de abelha escavadora desperta curiosidade, pois é no subsolo. São os machos que cavam os buracos, podendo alcançar até 15 cm de profundidade e usam para abastecê-lo com néctar e pólen. Por isso, é comum encontrar vestígios delas pela casa, nos jardins e no quintal. Embora escavem, elas não danificam o ambiente.
Essas abelhas têm comportamento solitário, mas podem, às vezes, viver junto com outras da mesma espécie. Elas costumam aparecer na primavera e não causam prejuízo aos seres humanos, visto que são excelentes polinizadoras das plantas, acabando, ainda, com insetos.
■Abelhas mineiras
Apesar de serem chamadas abelhas mineiras, essa espécie transita por muitas outras regiões, como São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro, dado que para elas não têm limite geográfico, sendo que o que as atrai nas regiões é o tipo de vegetação.
Porém, existem algumas abelhas consideradas naturais de Minas Gerais: Melipona asilvai, Melipona bicolor, Melipona mandacaia, Melipona quadrisafiata, Melipona rufiventris, Straptotrigona depilis, Straptotrigona tubiba e Tetragonista angustula. Essas abelhas nativas também são chamadas meliponíneos e não possuem ferrão.
■Abelhas cortadeiras
A abelha cortadeira deixa uma marca fácil de identificar: pequenos círculos causados pelas mordiscadas que ela dá nas plantas e nos arbustos. E isso é possível, porque seu abdômen difere das outras espécies. A cortadora, em particular, possui no seu abdômen cerdas para coletar o pólen.
Outra diferença nesse tipo de abelha é que ela não faz ninho e possui um tempo de vida mais curto, apenas dois meses, sendo que os machos da espécie vivem ainda menos, cerca de quatro semanas somente. O lado bom é que elas são excelentes polinizadoras e não prejudicam as pessoas.
■Abelhas sudoríparas
Pertencente à família Halictidae, as abelhas sudoríparas são atraídas facilmente pelo sal da pele dos seres humanos, por isso é comum vê-las pousando não só nas pessoas, como nos animais também. Com cores variadas, essas abelhas podem ser vistas na cor preta, marrom-escura ou até em tons metálicos.
■Outros tipos de abelhas solitárias
A abelha de gesso ou abelha de poliéster pertence à família das abelhas solitárias (família Colletidae), se alimenta de flores e costuma nidificar próximo ao solo. Também é chamada abelha de poliéster, devido ao saco de polímero que a fêmea constrói para envolver os ovos.
Outro tipo é a abelha Mason, a qual usa seixos de lama para fazer o ninho, por isso, a fama de pedreira. Inteligente, usa buracos já existentes, poupando tempo para realizar mais tarefas. E,
encerrando, temos as abelhas-de-cara-amarela, as Marmeladas (Friesiomelitta varia), que possuem ferrão atrofiado, impossibilitando que piquem, mas, nem por isso, são mansas.
As abelhas são incríveis e cooperativas!
Agora que você já leu este artigo, pôde ver no conteúdo apresentado o quanto as abelhas são fundamentais para a manutenção do bom funcionamento do ecossistema. Pôde conhecer, também, como elas se organizam dentro das colmeias, e que existem formas variadas de comportamento, tanto solitário, quanto em grupo. Tudo isso server de lição para qualquer ser vivo.
Além disso, aqui você entendeu mais detalhadamente qual é a função de cada uma das abelhas e como funcionam as tarefas na colmeia. Sejam grandes, pequenas, produtoras de mel ou não, uma coisa que elas têm em comum é que todas elas realizam a polinização, ato que permite com que os seres humanos e os animais, no geral, sobrevivam neste planeta!
Redatora do Guia Animal, formada em Jornalismo pela FIAM – Faculdades Integradas Alcântara Machado, São Paulo. Atuo em redação, revisão de textos, assessoria de imprensa e me especializei em SEO e copywriting. Atualmente, criei o blog Mais Ideia onde trabalho também com marketing dgital.