Anta: veja curiosidades do animal, fotos, alimentação e mais!

Anta: veja curiosidades do animal, fotos, alimentação e mais!

Você já ouviu falar no mamífero chamado anta? Conheça tudo sobre esse grande animal de aparência curiosa e tão importante para a natureza.


A anta é um animal muito importante, mas ameaçado!

Anta na grama

A anta é um mamífero nativo da América do Sul que está sendo colocado na lista dos animais em perigo de extinção. Ela está presente em toda a região da América do Sul, onde várias subespécies podem ser identificadas, de acordo com a região em que são encontradas.

Descubra, durante a leitura desse artigo, quais são as áreas de ocorrência da anta, principalmente sua distribuição em território brasileiro. Saiba tudo sobre os motivos que estão levando a anta para a extinção, além de descobrir qual é a sua importância na natureza, suas características naturais, curiosidades e muito mais. Boa leitura!

Características da anta

Anta na grama

Descubra aqui o que mais caracteriza a anta. Veja como ela é chamada, qual é a origem do seu nome e o que significa. Saiba como são suas características visuais, além de conhecer seus hábitos, habitat e muitas outras informações.

Nome

O nome científico da anta brasileira é Tapirus terrestris. A palavra tapir é relativa a uma expressão indígena itapiré, que significa couro muito duro ou duro como pedra. Isto é, piré significa couro e ita significa pedra. Como vimos, o nome da anta se refere à sua pele muito dura.

Como o animal tem essa característica, algumas culturas indígenas, como as tribos dos maias, por exemplo, o consideravam um animal sagrado.

Características visuais

As fêmeas dessa espécie possuem um tamanho maior que os macho, medindo 1 m de altura e 2 m de comprimento, chegando a pesar de 180 a 300 kg. As antas possuem dentes forte e uma tromba pequena, móvel muito sensível ao toque, que auxilia o animal durante a alimentação.

O couro da anta é duro e resistente, por isso, protege seu corpo de vegetações mais espinhosas. Seu crânio possui uma crista proeminente que estende dos olhos até o alto do pescoço. As antas brasileiras possuem uma coloração marrom-escuro avermelhada quando adultas. Já os filhotes, possuem a mesma coloração, mas com a presença de listras brancas na horizontal no corpo.

Distribuição e habitat

Sua área de ocorrência abrange regiões desde a Venezuela até a Argentina. Em terras brasileiras, a anta existe em quase todo o território nacional, principalmente nas regiões do Pantanal, Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado. Gostam de viver em áreas de vegetação densa, onde existe água em abundância, ou seja, próximos de rios e lagos.

Florestas de montanhas tropicais são suas regiões prediletas, mas você também vai encontrá-las em regiões de pântanos e florestas de planícies. Em áreas de montanha, as antas podem ser encontradas em altitudes de até 4.500 m em relação ao nível do mar.

Hábitos

São animais solitários de hábitos noturnos. As antas usam o dia para seu descanso, de preferência, livre de onças, que são seu maior predador. São animais que nadam muito bem, tendo a capacidade de atravessar rios grandes e largos sem nenhum problema. Também gostam de rolar na lama, com o intuito de se livrar de moscas e carrapatos.

Quando se irritam, mostram os lábios, como fazem os equinos. Já para demarcar o seu território, a anta usa urina e fezes, além de emitir alguns sons diferentes para se interagirem socialmente.

Alimentação da anta

As antas são animais tipicamente herbívoros. As frutas são itens preferenciais em sua dieta, assim como uma grande variedade de plantas, flores, folhas, galhos e cascas de árvores. Toda essa alimentação é encontrada em abundância nas florestas onde são seu habitat.

Para encontrar os alimentos, as antas usam seu olfato apurado e a tromba para tocar o alimento antes de degustá-lo. Sua digestão é mais rápida que a dos demais ruminantes, mas a capacidade de absorver os carboidratos dos alimentos não é tão eficiente.

Reprodução da anta

O acasalamento das antas pode ser monogâmico ou, na maioria das vezes, poligâmico. As antas não possuem um período sazonal específico para a reprodução. A cada 50 a 80 dias, a fêmea entra no cio. Nesse momento o macho tem dois dias para efetivar o coito. Em cativeiro os filhotes nascem a cada 15 meses.

O ritual de acasalamento é iniciado pelo macho que cheira e lambe a vulva da fêmea, com o objetivo de se aproximar para iniciar a montada. No início a fêmea corre e evita a ação do macho. Após o casal entrar em acordo, o coito pode ser realizado, tanto fora, como dentro da água. A gestação desse animal dura de 335 a 439 dias, parindo apenas um filhote por gestação.

Subespécies existentes de anta

Veja aqui algumas das subespécies de anta que existem na América do Sul. Veja o que realmente faz uma diferente da outra, suas áreas de ocorrência, além de descobrir quais as subespécies estão mais ameaçadas de extinção.

Tapirus terrestris aenigmaticus

Essa subespécie é um mamífero denominado como tapir sul-americano, tapir amazônico ou tapir das terras baixas. Ela está concentrada na região central da América do Sul. As antas dessa espécie ocorrem mais pontualmente da região da Amazônia Ocidental, desde a vertente oriental na Cordilheira dos Andes a sudeste da Colômbia, passando pelo Equador até a região do noroeste do Peru.

Seus hábitos e comportamento são os mesmos que já vimos até agora. Na verdade, o que diferencia uma espécie da outra é sua área de ocorrência.

Tapirus terrestris colombianus

Endêmica em várias regiões da Colômbia, essa subespécie é uma da mais prejudicadas pela expansão da fronteira agrícola, além da caça predatória. É considerado extinto em muitas localidades do país. Antes de ser vítima desses problemas, podíamos dizer que a anta colombiana era nativa em toda a região.

Para a propagação dessa espécie, o maior problema é a atividade antrópica, que há mais de 19 anos vem destruindo o habitat natural das antas. Foram relatados alguns reaparecimentos dessa anta em áreas onde eram consideradas extintas, mas o número de indivíduos é insignificante para tal informação.

Tapirus terrestris terrestris

Essa é a subespécie de anta mais comum e é encontrada em vários países da América do Sul. Sua ocorrência abrange as regiões do Brasil, Guiana Francesa, Suriname e a província de Misiones, na Argentina. Esse animal possui a coloração mais comum, que é o marrom escuro avermelhado quando adultos.

Os filhotes nascem com a mesma cor, porém até o sétimo mês de vida, eles apresentam listras brancas horizontais que vão da cabeça até a cauda. Seu habitat é o mesmo que as demais espécies, florestas densas próximas a regiões de água abundante.

Tapirus terrestris spegazzinii

Essa subespécie de anta vive mais ao sul da América do Sul. Sua ocorrência abrange o sul do Brasil, parte do Mato Grosso, Argentina e Paraguai. Alguns indivíduos fogem à regra, sendo encontrados a leste da Bolívia.

São animais de couro muito duro, que são eficazes na proteção contra os seus predadores felinos, as onças. Por isso, é muito comum vermos o couro das antas marcados com as garras delas. Além disso, elas usam sua tromba para auxiliar na sua alimentação e seu olfato, muito apurado, faz com que a anta fique sempre farejando o ar que a rodeia.

Fatores que tornam a anta ameaçada de extinção

Anta nadando

Confira quais as ações humanas contribuem para a extinção da anta. Veja como o desmatamento pode provocar a destruição de seu habitat, além de outros problemas como o uso das queimadas e a caça predatória.

Desmatamento

O desmatamento desenfreado, feito para dar lugar a mais campos de plantio, devido à expansão da fronteira agrícola, é um dos principais perigos para a sobrevivência das antas. Devido a ocorrência de pastos e a implementação de gado no habitat natural das antas, as zoonoses se tornaram outro problema para esse animal, principalmente a febre aftosa.

A invasão humana e o aumento de sua densidade, são mais fortes nas regiões Sudeste e Sul do Brasil. O desmatamento é o grande vilão, no que se refere à extinção desses animais.

Queimadas

Devido às queimadas, a anta está praticamente extinta na região da Mata Atlântica. Existem apenas alguns grupos de indivíduos, habitando o Pantanal e a Amazônia. Nesses locais o incêndio provocado por humanos, com o intuito de destruir seu habitat para proliferação de áreas de pasto é o fenômeno responsável pelo desaparecimento da espécie nessas regiões.

Queimadas são uma maneira de destruir a natureza de uma forma mais rápida, mas ao mesmo tempo muito cruel com a vida animal, pois muitos não conseguem escapar do fogo, além de terem sua moradia devastada.

A caça também ameaça este animal

Como em vários animais em extinção, uma das principais causas é a caça predatória. No caso da anta, o problema se torna maior, tendo em vista que sua reprodução é mais lenta. A cada ciclo reprodutivo a anta só produz um filhote, diferente de outros animais que dão à luz a uma ninhada.

Essa espécie está correndo o risco de desaparecer totalmente, se considerarmos algumas áreas já catalogadas. Se pegarmos a região como um todo e dividirmos em pequenas áreas, muitas dessas demarcações já não terão a anta como seu animal nativo por causa da caça.

Esforços para a conservação da anta

Duas antas na floresta

Enquanto existem seres humanos que só pensam em destruição, alguns indivíduos e órgãos se preocupam com a sobrevivência de espécies como as antas. Veja aqui quais os programas existem no Brasil para salvar esses animais.

Programa Anta Mata Atlântica

O programa Anta Mata Atlântica teve como foco principal a obtenção de dados e informações básicas sobre a população de antas na região do Pontal do Paranapanema. Entre 1996 e 2007, esse foi o foco do programa em questão.

Dentre os dados estudados estavam o monitoramento de indivíduos através de equipamentos de rádio-telemetria, área de atuação do animal, períodos e áreas de reprodução, além de uso de área para adquirir alimentos, habitat e muito mais.

Com o resultado dessa coleta de dados, foram traçados atividades e padrões de movimentação pela paisagem, gerando informações sobre a genética e epidemiologia do animal.

Campanha de crowdfunding da INCAB

A Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira (INCAB) planeja expedições, com o objetivo de percorrer áreas extensas, que são ameadas pelo desmatamento, queimadas, dentre outras, onde antes eram o lar das antas brasileiras. Por ser uma organização não governamental, a instituição não possui recursos próprio.

A INCAB utiliza de campanhas para arrecadar dinheiro para realizar atividades de pesquisa. Um dos pontos a ser explorado é o financiamento coletivo, onde o suporte da sociedade civil é o foco principal para a arrecadação dos subsídios para a realizar a expedição. Dessa vez a exploração passará por três estados brasileiros, Rondônia, Mato Grosso e Pará.

Iniciativa Brasileira de Conservação da anta brasileira

Patrícia Médici é uma amante das antas brasileiras. Sua paixão deu origem ao INCAB, um programa inteiramente voltado para o estudo desse mamífero tão importante e querido da nossa fauna.

A região onde foi iniciado o processo de estudo da anta foi a Mata Atlântica, onde durante o período de 11 anos foram colhidos dados importantes sobre a vida das antas brasileiras. O projeto foi expandido para regiões do Pantanal e Cerrado. O próximo foco de Patrícia Médici e sua iniciativa de estudos, é a região da Amazônia.

5 curiosidades sobre a anta

Anta com a língua para fora

Descubra algumas curiosidades sobre esse grande mamífero brasileiro. Saiba qual é a importância da anta para a natureza, além de entender como elas se comunicam entre si, quais são seus parentes mais próximos e muito mais.

Importância da anta na natureza

Como as antas são animais herbívoros, a sua alimentação é focada, principalmente, na ingestão de frutas silvestres. Devido à sua digestão rápida, as sementes das frutas não são diluídas pelo sistema digestivo e saem praticamente intactas em suas fezes. Sendo assim, essas sementes têm a capacidade de germinar mais rápido.

Devido à essa característica, a anta é considerada a jardineira da natureza, por fazer proliferar as espécies de plantas que fazem parte de sua alimentação. Gerando um impacto muito positivo no meio ambiente.

Comunicação e percepção da anta

Muitos animais possuem vários tipos de comunicação entre eles mesmos. No caso da anta, é utilizado o cheiro, através de urina e fezes e de glândulas, localizadas em sua face, e também, alguns tipos de vocalização.

A demarcação de território, através do cheiro, geralmente é feito pelo macho para que sua atividade poligâmica não seja invadida por outro. Mas tanto o macho quanto a fêmea são usuários desse tipo de comunicação.

A anta é listada como vulnerável pela IUCN

A União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), sigla do inglês, é responsável pelo estudo dos animais em extinção no mundo, além de salientar a importância da sobrevivência da espécie e mostrar o perigo da degradação descontrolada do meio ambiente.

No Brasil o IUCN incorporou a anta em sua lista, como o animal em perigo, principalmente na região do Espírito Santo. A caça e a expansão acelerada da fronteira agrícola foram apontadas como os maiores vilões para a extinção dessa espécie.

As antas são parentes dos rinocerontes e dos cavalos

A anta é um animal que parece ter sido montado a partir de partes de outros animais. Ela tem a aparência de um porco, mas com uma tromba, além de possuir cascos de cavalo. Mas apesar de sua tromba lembrar um elefante, a anta tem um parentesco com rinocerontes e cavalos.

A principal característica do animal, que lembra esse parentesco, são suas patas, pois possuem cascos como os de cavalo. Além disso, o fato das antas gostarem de rolar na lama, lembra muito o hábito de seus parentes rinocerontes.

A anta é, na verdade, muito inteligente

Devido ao seu grande porte, visual pouco normal (focinho de elefante, cascos de boi e orelhas de cavalo) e por ser um animal meio desastrado, a anta recebeu a taxação de um animal pouco inteligente. Inclusive, você já deve ter ouvido a frase: “Você é uma anta”.

Apesar da cultura nacional usar esse termo, se engana quem achar que a anta é mesmo um animal desprovido de inteligência. Pelo contrário, ela tem uma enorme concentração de neurônios no cérebro e sua memória pode ser comparada a de um elefante. Em suma, a anta é um animal muito inteligente.

Anta brasileira: animal nativo e suas curiosidades

Anta com filhote

Aqui você pôde conferir várias informações sobre o maior mamífero nativo da América do Sul. A anta é um animal grande e desajeitado que possui uma tromba, que lembra um elefante, patas iguais aos equinos e um corpo parecendo um porco.

Dotado de muita inteligência, por possuir um número de neurônios bem maior que a média animal, a anta, se destaca como a jardineira da natureza. Ela é chamada assim, devido à sua capacidade de proliferar as sementes dos frutos que come. Além disso, você também conferiu os diferentes tipos de subespécies de anta, podendo identificar onde cada uma ocorre.

Vimos que a anta é um animal que está sumindo, aos poucos, de regiões que antes viviam em abundância. Além disso, você pôde ver os programas de proteção existentes no país, voltados a assegurar a existência das antas brasileiras, tão importantes para a natureza.

Autor deste artigo

Sou um amante dos animais. Minha irmã e eu temos 4 cães e 11 gatos. Os gatos são meus preferidos, são minha fonte de tranquilidade e inspiração.

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