Perdiz: veja características da ave, tipos e criação

Perdiz: veja características da ave, tipos e criação

Entre e saiba tudo sobre as espécies de perdizes, suas principais características, subespécies e até sua criação comercial.


Você já viu uma perdiz?

Perdizes no terreiro

Se você está imaginando que já viu essa ave em pleno voo enquanto olhava para o céu ou entre as árvores, sinto em dizer que está confundindo esse animal com outras aves. Apesar de a perdiz ser uma ave, ela é da família das galinhas, ou seja, não voam, no máximo saltam e plainam por curtos períodos.

Descobriremos onde as perdizes podem ser encontradas e quais são os seus criadouros legalizados. Aqui você aprenderá sobre a origem dessa ave, seu nome, suas principais características físicas e comportamentais.

Também irá saber quais subespécies existem, suas principais características, incluindo suas semelhanças e diferenças. Se você está interessado na criação comercial dessa ave, aqui você verá algumas dicas de espécies para criação e como deve ser o ambiente para receber e criar as Perdizes.

Características gerais da perdiz

Perdiz na árvore de pera

A ave conhecida como perdiz é parente das galinhas, até mesmo sua estrutura física é semelhante, mas as perdizes têm características que despertam o interesse sobre esse animal. Uma das principais, que a faz tão interessante, é sua aparência, sendo apreciada em todo o mundo.

Nome e origem

A perdiz recebe muitos nomes, pois são conhecidas de diferentes modos dependendo da região. Por exemplo, no Rio Grande do Sul são conhecidos como perdigão, já no Nordeste são napopé e inhambupé. Além desses dois nomes tão diferentes e exclusivos, essa ave também pode ser chamada de perdiz do cerrado, perdiz brasileira, perdiz nativa ou ainda perdiz-do-faxinal.

Independente do nome popular, todos se referem a espécie de nome científico Rhynchotus rufecens. Essa ave é originária da América do Sul, local onde pode ser encontrada distribuída em diversos países.

Características visuais

As perdizes apresentam uma cabeça coroada, com uma crista negra, sempre visível, mas que fica em destaque nos machos no período reprodutivo. Suas penas apresentam um degradê de bege a marrom escuro, onde o centro do seu corpo é mais escuro e vai clareando nas extremidades e pescoço.

O que destaca as perdizes de outras espécies é a presença da coloração avermelhada em suas asas. As perdizes jovens têm a mesma aparência dos adultos, porém sua cor, em geral, é mais apagada. Isso acontece porque nas aves as cores são usadas para reprodução, como um animal jovem ainda não reproduz, não tem cores marcantes.

Tamanho e peso da ave

Nessa espécie não existe dimorfismo sexual, ou seja, diferenças relacionadas ou sexo, machos e fêmeas são iguais, deste modo ambos medem entre 38 cm e 42 cm. O que existe de diferença entre machos e fêmeas é seu peso, curiosamente as fêmeas alcançam peso superior ao dos machos, situação rara na natureza.

As fêmeas chegam a um peso máximo de 815 g a 1,40 kg, enquanto que os machos pesam no máximo de 700 g a 920 g. Uma curiosidade sobre essa espécie relacionada ao seu tamanho é que as perdizes são as maiores aves de espécies campestres de sua família.

Distribuição e alimentação

As perdizes podem ser encontrados em diversos países da América do Sul, como Argentina, Paraguai, Uruguai, Bolívia e Brasil. No Brasil essas aves podem ser encontradas com mais frequência nos biomas de cerrado e caatingas, mas também é possível observar essa espécie nos pampas.

A perdiz é uma ave exclusivamente terrestre, ou seja, sua alimentação precisa vir do solo. Essas aves conseguem se alimentar igual às galinhas, ciscando. Utilizando o hábito de ciscar essas aves conseguem se alimentar de folhas, raízes, tubérculos e pequenos insetos. Dentre os insetos que se alimentam, apresentam preferência por comer cupins e gafanhotos.

Reprodução e comportamento

As perdizes tem um hábito reprodutivo muito interessante. Nessa espécie os machos produzem os ninhos e atraem as fêmeas vocalizando. Após a cópula, a fêmea põe de 3 a 9 ovos no ninho e vai em busca de outro macho para copular e macho permanece no ninho para chocar os ovos. O período de incubação é de aproximadamente 21 dias.

Uma fêmea realiza ao menos duas posturas de ovos por cada período reprodutivo. O comportamento mais marcante desse animal na natureza é o de se camuflar com o ambiente. Quando são encontradas por predadores, saltam e plainam tentando se esconder novamente. Se o predador ainda assim as encontra, elas se fingem de mortas.

Algumas subespécies de perdiz

A seguir veremos as subespécies de perdizes e suas características. Quatro delas são brasileiras e as outras são aves parentes que tem uma aparência semelhante e estão distribuídas pelo mundo conhecidas popularmente como perdizes.

Perdiz chukar (Alectoris chukar)

Perdiz chukar em cima da pedra

Diferente das outras subespécies de perdiz, essa não é encontrada na América do Sul, e sim em pequenas regiões da América do Norte como Estados Unidos, Ásia, Grécia, Turquia, Irã, Uzbequistão, Quirguistão e Mongólia. As Perdizes chukar possuem um corpo pequeno e arredondado, e têm o dorso e a parte inferior do peito na cor cinza.

Essa perdiz tem o bico, ao redor dos olhos e as patas na cor vermelha, enquanto que suas penas têm uma coloração bege-acinzentada. Elas possuem um caráter muito dócil e sociável, o que facilita a criação e reprodução de perdizes em cativeiro. O que destaca essa espécie além da coloração vermelha, é uma linha preta que vai dos olhos até o pescoço, linhas vistas também em seu abdômen.

Perdiz-cinzenta (Perdix perdix)

Perdiz-cinzenta  na terra

Essa espécie também pertence à família das galinhas, igual as outras perdizes, porém não está no mesmo grupo da chukar, rufa e das rufescens. Essa perdiz apresenta uma distribuição geográfica muito pequena, sendo encontrado basicamente e exclusivamente em Portugal.

Essa ave tem uma coloração cinza, apresenta uma coloração avermelhada na região do papo, ao redor dos olhos e pintinhas distribuídas pelo corpo. Oque a destaca das outras perdizes é a forma de ferradura avermelhada em seu abdômen. O bico dessa ave é curvo e forte, de cor acastanhada nos jovens e azul chumbo nos adultos.

Perdiz-vermelha (Alectoris rufa)

Perdiz-vermelha

Essa espécie de perdiz é da mesma família da perdiz chukar, e é encontrada na Europa, principalmente na França, Itália, Península Ibérica e Grã-Bretanha. Semelhante a chukar tem uma coloração bege-acinzentada, com o bico, patas e a região ao redor dos olhos avermelhados.

Mas difere em sua marcação com pequenas linhas pretas acompanhadas de vermelho que se distribuem pelo pescoço e asas de voo. O macho dessa espécie é mais corpulento e pesado que a fêmea e, normalmente, apresenta os tarsos mais compridos, mais fortes e dotados de um esporão. As diferenças entre a chukar e a vermelha são grandes o bastante, para que sejam consideradas espécies diferentes.

Perdiz das neves (Lerwa lerwa)

Perdiz das neves em meio a neve

Seguindo o padrão das perdizes anteriores, a perdiz das neves também faz parte da família das galinhas, pertencente a outro grupo de aves. Essa também apresenta uma distribuição geográfica específica, sendo encontrada apenas no Himalaia. Sua distribuição é tão restrita que só é encontrada nas faixas superiores a 3 mil metros de altura na montanha.

Diferente das outras perdizes sua coloração é dominada por branco e degradês de cinza até o preto e possui bico e patas em tom de vermelho vivo. Essa coloração permite que se camufle nos galhos das árvores e na neve, clima que enfrenta em sua localização. No verão costumas trocar as penas para que seja possível a camuflagem.

Perdiz de areia (Ammoperdix heyi)

Essa perdiz, também conhecida como perdiz-do-deserto, também é pertencente à família das galinhas. Essa apresenta uma distribuição geográfica exclusiva de regiões de areia como desertos, por isso, é encontrada somente no Egito, Israel e sul da Arábia.

Como seu nome deixa a entender, sua coloração se camufla com a areia, apresentando tons de bege e marrom. Seu bico, assim como as patas apresentam uma coloração amarelada. As asas são mais claras que o dorso e apresentam listras marrons, cinza e branco. Diferente das outras tem a coloração amarelada como característica.

Rhynchotus rufescens rufescens

Rhynchotus rufescens rufescens em meio a folhagens

Essa subespécie de perdiz foi a primeira a ser identificada e pode ser encontrada no sudeste do Peru até sua divisa com a Bolívia, na parte leste do Paraguai, no nordeste da Argentina e nas regiões sudeste e sul do Brasil.

A Rufescens é a representante das perdizes brasileiras e sua aparência conta com as cores marrom no centro de seu corpo, bege nas extremidades e se destaca pela coloração vermelha presente nas penas de voo. Essa é a espécie que teve suas características visuais citadas anteriormente.

Rhynchotus rufescens pallescens

Rosto da Rhynchotus rufescens pallescens no detalhe

Essa subespécie apresenta uma distribuição geográfica mais restrita do que a representante da espécie Rhynchotus rufescens rufescens, mas sua exclusividade não está em nosso país, podendo ser encontrada somente no norte da Argentina.

Semelhante a Rhynchotus rufescens catingae, apresenta uma coloração acinzentada, diferente do tom marrom usual da espécie, em contrapartida, tem um pescoço menos desenhado, mais pálido. Mesmo não sendo brasileira pode ser chamada de perdiz brasileira pois as diferenças são ínfimas e podem ser confundidas facilmente.

Dicas para criação de perdiz

Perdiz no terreiro

As perdizes são populares na comercialização, podendo ter sua carne e filhotes vendidos, mas a venda principal é de seus ovos. As dicas de criação que serão descritas foram planejadas para a criação inicial de 15 aves, dentre as quais 12 devem ser fêmeas e 3 machos.

Espécies para criação

Apesar da espécie ser encontrada facilmente na natureza, o ideal é adquirir aves saudáveis de criadouros licenciados. Porém com a autorização do Ibama é possível retirar as perdizes na natureza.

No Brasil, a subespécie mais comum encontrada é a própria representante da espécie, Rhynchotus rufescens rufescens, e restrita à caatinga temos a Rhynchotus rufescens catingae. As outras espécies de perdizes apresentam uma distribuição muito restrita e distantes, portanto, sua criação não é recomendada.

Preparação do ambiente

Para a criação de perdizes os zootecnistas apresentam algumas possibilidades, levando em consideração o cenário de 15 aves, com a venda imediata dos ovos ou dos filhotes, um viveiro com 150 metros quadrados e 2 metros de altura é suficiente.

Esse viveiro deve ter sua estrutura de 3 paredes de madeira, uma parede telada, telhado coberto e vigas, além da presença de ninhos para a acomodação das aves. Comida ou ração industrial utilizada na criação de galinhas e água em abundância devem ser sempre fornecidas.

Condições do ambiente

Essas aves estão adaptadas ao clima quente do Brasil, portanto, aves adultas não precisam de um controle de temperatura. Entretanto, as aves recém nascidas precisam de campânulas para se aquecerem nesse estágio de vida.

O essencial no processo de criação é manter o ambiente sempre limpo e higienizado, com água limpa sendo disponibilizada livremente e em abundância. Uma precaução seria distanciar os ninhos do local de alimentação, visando manter a limpeza mais facilmente.

A curiosa espécie de galinha Perdiz

Perdiz no fundo branco

Após a leitura desse artigo você já sabe que existem apenas quatro subespécies de perdizes brasileiras, e que sua principal diferença está na distribuição geográfica e algumas poucas diferenças nos padrões de cor. Também descobriu que as outras perdizes têm a mesma capacidade de se camuflar em seu habitat como a perdiz brasileira, e por isso a cor delas varia tanto, de cinza e marrom a branca.

Outra curiosidade que vimos sobre essa ave é com relação ao seu comportamento reprodutivo, em que os machos são responsáveis por chocar os ovos ao invés das fêmeas. Nesse artigo também vimos dicas de criação das perdizes brasileiras em cativeiro para comercialização se seus ovos, filhotes e sua carne. Esses animais quando bem cuidados podem render bastante lucro ao criador.

Autor deste artigo

Bióloga formada pela Universidade Estadual de Londrina apaixonada por escrita e curiosidades da vida animal.
Mestrando em Ensino de Ciências e Educação Matemática pelo Programa de Pós-graduação da Universidade Estadual de Londrina, descobrindo sobre o universo educacional.
Por último, mas não menos importante, empresária e fundadora da PISSOLATO S.A., prestando serviços acadêmicos desde 2019.

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