Gado Sindi: origem, características e criação da raça!

O gado zebuíno da raça Sindi é conhecido por sua vocação para a produção de leite em abundância, e também por seu ótimo desempenho na produção de carne em abates técnicos. É uma raça que já entrou em declínio e passou a ser escarça na pecuária nacional por quase 30 anos, mas que nos últimos tempos vem tendo uma ascensão progressiva no Brasil.

Mas a raça Sindi não se resume só a carne e leite. Ela tem muitas qualidades, inclusive algumas delas a deixa à frente de outras raças em certos pontos. Aqui neste artigo você ficará sabendo tudo sobre o gado Sindi e todas as características da raça. Boa leitura!

Como qualquer outra raça, o gado Sindi tem características próprias repletas de peculiaridades e exclusividades, que vão desde sua história ao seu temperamento e atuação no Brasil. Vamos conhecer as principais?

O gado zebuíno Sindi é uma raça milenar, originário do Kohistan, uma região seca e desértica na província de Sind, no Paquistão, país onde essa raça recebe o nome de Red Sindhi. É um gado que possui robustez, resistência ao calor e alta produção de leite. Graças a essas qualidades, o Sindi se espalhou por muitas regiões na Índia e por cerca de 35 países em continentes como Ásia, África, Oceania e as Américas.

O Sindi chegou ao Brasil na década de 1850. Em 1930, foram trazidos para o País mais alguns exemplares. Em 1952, houve a maior importação até aquela época, em que foram importados do Paquistão mais 31 gados da raça, dos quais 28 eram fêmeas e três touros reprodutores.

O Sindi deixou de ser registrado como raça no Brasil de 1974 a 2002, mas de lá para cá, voltou a ganhar espaço, tornou-se a raça que mais cresceu nos últimos 10 anos, e nesse mesmo tempo, vem ganhando valorização cada vez maior no mercado nacional.

O Sindi tem aparência bonita e pelagem avermelhada, que vai do mais escuro ao amarelo-alaranjado, possui cabeça com perfil convexo, orelhas caídas de tamanho médio e chifre de base grossa, que cresce para os lados e se encurva para cima.

O tronco do Sindi tem tendência cilíndrica, é longo, profundo e compacto. A barbela do animal tem tamanho médio, o pescoço é delicado nas fêmeas, forte e curto nos machos. O cupim é razoavelmente grande nos machos e pequeno ou médio nas fêmeas. Sua cauda é longa, com uma abundante vassoura na ponta.

O gado Sindi é de dupla aptidão, ou seja, pode ser usado tanto na produção de carne, onde ele tem desempenho ótimo em abates técnicos, quanto na produção de leite, já que também tem uma linhagem extremamente leiteira.

Mas a atividade principal do Sindi é a produção de leite, com resultados que variam conforme a região ou de acordo com a seleção do animal. Em regiões semiáridas, por exemplo, a vaca dessa raça é capaz de produzir de 10 kg a 15 kg de leite por dia.

O Sindi é um gado de pequeno a médio porte. Entre os animais adultos, o peso dos machos varia de 500 kg a 600 kg e o das fêmeas, de 350 kg a 450 kg. A altura média do macho é de 1,35 m e a da fêmea é de 1,20 m. Já os bezerros Sindi nascem pequenos, mas surpreendem pelo desempenho superior à maioria das outras raças, pelo vigor e pelo peso quando chegam à fase de desmame. Conseguem alcançar um peso entre 200 kg e 300 kg na desmama.

O Sindi é um gado ativo e muito dócil. Isso é uma qualidade muito apreciada, pois o bom o temperamento do gado torna seguro o manejo do rebanho e ajuda na fertilidade, já que o animal manso emprenha mais fácil, não fica estressado e gasta menos energia.

Além disso, o bom temperamento do gado gera índice maior na inseminação artificial, além de reduzir o número de contusões do animal, os custos para manter a fazenda e o número de peões na propriedade.

O Sindi é prolífico, bastante precoce e altamente fértil. A fêmea dá leite até o bezerro completar 10 meses, tem uma grande habilidade materna e não deixa o filhote sem leite mesmo no período de estiagem.

Cruzar o Sindi com as raças Jersey ou Holandesa é uma excelente solução para gerar bovinos ainda mais eficientes na produção de leite. E o cruzamento do touro Sindi com uma matriz meio-sangue Angus/Nelore ou com uma matriz Senepol, por exemplo, é uma excelente escolha para gerar bovinos ainda mais eficientes na produção de carne.

Agora que você está por dentro das características da raça Sindi, é hora de conhecer preços e detalhes da criação desse gado, que tem aptidão para a pecuária de corte e para a pecuária leiteira. Vamos lá?

Um touro Sindi, pura origem, registrado, tem preços que variam de R$ 8.000,00 a R$ 12.000,00 reais. Uma matriz custa cerca de R$ 9.000,00 reais, o garrote pode ser adquirido a partir de R$ 5.000,00 e o bezerro tem valor em torno de R$ 3.500,00 a R$ 5.000,00 reais.

Os leilões geralmente oferecem bovinos mais baratos, mas é recomendável o interessado conhecer os animais presencialmente, para avaliar se compensa adquiri-los por um preço mais em conta.

Para adquirir um Sindi, o comprador tem os mesmos recursos que um interessado em outras raças bovinas têm. É possível comprar através da internet, fazendo buscas nos sites de classificados, em leilões que podem ser presenciais, virtuais ou transmitidos pela televisão, em feiras e exposições de gado ou negociando diretamente com algum criatório.

Mas o Nordeste é também uma ótima opção para interessados do Brasil todo buscarem o Sindi que procuram, pois a região possui mais da metade da população do gado Sindi registrado no País.

As fases de criação de um bovino são divididas em cria, recria e engorda. Esta última é voltada ao gado de corte. A cria começa no nascimento do bovino e acaba quando ele é desmamado. A recria vai da desmama até o início da atividade reprodutiva do animal.

A engorda, ou terminação, é a última fase para o gado de corte, onde são aumentados peso e deposição de gordura na carcaça do animal. Já o gado leiteiro, é destinado à produção de leite na vida adulta após passar pelas fases de cria e recria.

O Sindi se adapta fácil as condições diferentes de solo e clima. É adaptado a regiões secas, de pouca pastagem e com poucos recursos alimentares, onde animais de grande porte teriam dificuldades para serem mantidos.

Enquanto todas as raças ficam muito bem nos períodos em que há capim abundante, o mesmo não acontece nos períodos de estiagem. Nessa condição adversa, o Sindi mostra a sua superioridade entre todas as outras raças, pois consegue se manter bem nos períodos de estiagem e ser o zebuíno que menos perde peso na seca.

A alimentação do gado Sindi é à base de pastagem e de alimento mineral. É um bovino que tem boa rusticidade e ótima conversão alimentar. Nos períodos de estiagem, consegue manter a produção de leite e carne mesmo com uma alimentação mais pobre em quantidade e em nutrientes.

A vaca Sindi se destaca por ser capaz de comer menos do que uma vaca tradicional leiteira e produzir boas medidas de leite, inclusive comendo uma pastagem mais seca, o que faz dela mais econômica comparada às vacas de outras raças.

O confinamento é uma etapa que o gado passa depois das fases de cria e recria. No caso do gado leiteiro, ele vai para o confinamento, fica separado em lotes e recebe uma alimentação balanceada nos cochos. Nesse caso, o confinamento visa aumentar a eficiência na produção leiteira.

Já o confinamento para o gado de corte, visa aumentar o peso e a deposição de gordura na carcaça do animal, como já dito anteriormente, e tem o objetivo de deixá-lo pronto para o abate.

Todo gado precisa de cuidados ainda antes do nascimento, e com o Sindi não é diferente. Para oferecer cuidados ao gado leiteiro, é preciso que o pecuarista garanta, no mínimo, a higiene na ordenha, dispor de boas instalações, oferecer suplementos e alimentos de qualidade, disponibilizar água limpa sempre, além de abrigo com sombra em dias de sol forte.

Já o gado de corte na fase de engorda precisa de cuidados na alimentação, recebendo alimentos concentrados e volumosos de forma equilibrada, suplementação de pastagem e uma dieta balanceada com nutrientes, água limpa, proteínas, gorduras e açúcares.

Vimos neste artigo que o gado da raça Sindi tem ótima vocação para a produção de leite. Mas não é só isso que o faz muito produtivo, pois a sua capacidade como gado de corte também é elogiável. Embora o Sindi já tenha sido escarço como raça bovina por um tempo no passado, nas últimas décadas, ele tem provado o seu valor e mostrado o seu potencial na pecuária brasileira.

Esse retorno grandioso se deve às suas qualidades e aos seus bons resultados na produção. Pudemos descobrir também quais os custos para adquirir o animal dessa raça e que seus valores diferem de acordo com o seu tamanho. A ideia é que esses resultados com relação raça perdure por muito tempo, pois, desse modo, tanto o pecuarista quanto o consumidor fazem bons negócios.