Tipos de escorpião: conheça espécies do Brasil e do mundo

Os escorpiões são animais muito temidos. A sua classificação é do filo dos artrópodes, constando oito patas, dois pedipalpos e uma cauda com duas glândulas de veneno que usam em sua autodefesa. Eles não possuem ossos, em vez disso, eles têm um exoesqueleto feito de quitina, que é semelhante à casca de um camarão.

Eles são encontrados em todo o mundo e basicamente se alimentam de insetos, artrópodes e, em alguns casos, pequenos vertebrados. Como os escorpiões podem viver em ambientes diversos, pois adaptaram a sua capacidade de desacelerar o metabolismo. Isso permite que algumas espécies usem pouco oxigênio e consigam ficar sem comer durante muito tempo.

Apesar disso, um escorpião tem a capacidade de saltar rapidamente para a caça, quando surge a oportunidade, e são bem ágeis. Dessa forma, vamos conhecer tudo sobre eles, quais são as espécies mais comuns no Brasil e no mundo e se todos eles são perigosos.

Vamos conhecer quais são as espécies de escorpiões mais frequentes em território brasileiro, além de seu comportamento geral, estilo de vida, habitat e costumes. Além disso, vamos entender os sintomas de sua picada e se são muito perigosos a nós. Vamos lá?

Esse escorpião é nativo do Brasil, mede cerca de 7cm e seu veneno é extremamente tóxico. É considerado o mais perigoso da América do Sul e é responsável pela maioria de casos fatais. Tem uma dieta de insetos, adequada para a vida em esgotos e montes de lixo em áreas urbanas, e também possui uma baixa taxa metabólica, o que o faz sobreviver meses sem comer.

Em casos de picadas com sintomas leves, a dor localizada é o principal sintoma. Porém, ele ataca o sistema nervoso autônomo, causando uma variedade imensa de sintomas como hiperglicemia, febre, agitação, hipersalivação, taquicardia, hipertensão, entre muitos outros. Além de, em alguns casos, levar à morte.

O Escorpião-marrom possui hábitos noturnos. Essa espécie ocorre no Brasil (Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná) e em alguns países da América do Sul, como Argentina e Paraguai. Ela mede cerca de 6 cm e é muito comum em áreas agrícolas. O seu acasalamento pode ocorrer em qualquer época do ano, mas geralmente se dá de novembro a abril.

Além disso, é o principal responsável por casos de envenenamento em áreas rurais, sendo frequentemente citado como o segundo mais tóxico do gênero. Seu veneno é neurotóxico e causa sintomas como dor intensa, edema, sudorese, letargia, taquicardia, alterações na pressão arterial etc.

O escorpião Tityus stigmurus é a espécie predominante no Nordeste do Brasil, responsável pela maioria dos casos nesta região. Ele mede em torno de 7 cm e conseguiu se adaptar muito bem à vida urbana, convivendo em esgotos, buracos em gramas, tocas, locais úmidos ou até escondidos em folhas secas em árvores e madeira.

O seu veneno é perigoso, e em pessoas com imunidade baixa, idosos ou crianças devido ao sistema imunológico mais sensível. Assim, ele pode gerar problemas sérios necessitando de atendimento urgente.

Bastante comum no estado do Rio Grande do Sul, esse escorpião não apresenta grandes problemas aos humanos. A toxina presente em seu veneno não é ativa para nós, e em caso de picada, não é necessário antígeno. Ele é pequeno e mede até 3 cm, muitas vezes passando despercebido.

A sua coloração se dá em tons amarronzados e avermelhados brilhantes. Além disso, são basicamente encontrados em localidades em que insetos se fazem presentes, por serem predados por eles. Isso inclui tijolos, pedras, buracos como rachaduras, troncos secos e folhas de coqueiro caídas ao chão.

O Escorpião-grande mede por volta de 10 cm e é muito comum nas florestas tropicais da bacia amazônica. Ele pode ser encontrado no dossel das árvores, mas também no chão da floresta sob troncos caídos e outros detritos, bem como nos sistemas de raízes de grandes árvores.

O Tityus obscurus é considerado um animal perigoso. Incidentes letais foram relatados envolvendo a espécie, pois o seu veneno provoca diversos sintomas, que vão desde sudorese profusa e cianose até convulsão e contrações musculares involuntárias.

O Escorpião-vermelho brasileiro é basicamente encontrado nos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Ele consegue atingir até cerca de 7 cm e possui corpo em tons marrons amarelados ou em vermelho amarronzado.

O seu veneno para nós humanos não causa grandes problemas, pois é de baixa toxicidade. Os sintomas mais comuns de sua picada são inchaço na região e dor variável, o que só traz um leve incômodo.

Além do Brasil, existem diversos escorpiões que podem assustar e causar muitos problemas se você for picado. Assim, vamos conhecer alguns dos mais perigosos do mundo, que aterrorizam os humanos por aí a fora.

Esses escorpiões são encontrados nas regiões semi-áridas e áridas do Oriente Médio e da África. Eles possum tamanho moderado, atingindo comprimentos de 10 cm. Seu veneno contém neurotoxinas poderosas e é especialmente potente.

Picadas de espécies de Androctonus são conhecidas por causar várias mortes humanas a cada ano. Várias empresas farmacêuticas fabricam um antígeno para o tratamento de envenenamentos pelo Escorpião-de-cauda-negra. E, por incrível que pareça, eles são muito encontrados em comércio de animais exóticos.

O Escorpião-amarelo palestino é nativo das regiões oriental e nordeste da África, Argélia e Nigéria, até o sul de Sudão. Eles geralmente residem sob as rochas ou em tocas abandonadas de outros animais, mas também criam suas próprias tocas, cerca de 20 cm abaixo das rochas. São bem venenosos d medem até 10 cm de comprimento, além de possuírem uma cor amarelada com manchas marrons.

Uma importante curiosidade, é que a espécie tem sido isolada para testes com pesquisa de câncer. Também estão sendo realizadas pesquisas sobre a possível utilização de outros componentes de seu veneno no tratamento do diabetes, uma vez que, canais sobre os quais as neurotoxinas atuam têm sido associados à regulação da insulina.

Advinda da África e da Ásia, esta espécie é frequentemente encontrada em habitats desérticos, mas também em florestas secas. É uma espécie escavadora, que habita diferentes tipos de substratos possíveis de escavar. Suas tocas têm geralmente de 20 a 70 cm de profundidade.

É ligeiramente venenoso, mas com uma picada dolorosa que é inofensiva para humanos saudáveis. Esta espécie geralmente usa garras para defesa, e não usa o ferrão. Eles também possuem de 6 a 8 cm de comprimento e se apresentam em várias cores em tons amarelados, avermelhados ou amarronzados.

O escorpião do Arizona é pequeno e bem comum no sudoeste dos Estados Unidos e México. Um macho adulto pode atingir 8 cm de comprimento, enquanto uma fêmea tem comprimento máximo de 7 cm. Eles preferem áreas ribeirinhas com bosques e com umidade suficiente para suportar insetos e outras espécies de presas.

Sobre a sua picada em adultos, os resultados do envenenamento são semelhantes, em gravidade, a uma picada de abelha ou vespa. Ou seja, não precisa se preocupar, até porquê geralmente desaparecem em cerca de 10 horas, sem efeitos de longo prazo. Em crianças, os efeitos são podem ser mais severos, portanto, tenha cuidados.

Assim como o nome sugere, esse escorpião possui um tamanho maior que os da maioria, entre 10 e 12 cm. Normalmente, os escorpiões azuis gigantes são solitários, mas os adultos podem ser mantidos em grupos de três ou mais. Ele também costuma conviver bem em locais úmidos, bosques e beiras de florestas de rios, e se alimenta de grandes insetos, como grilos, gafanhotos e até pequenos ratos.

Seu comportamento é bastante defensivo e pica prontamente quando se sente encurralado ou em perigo. Caso leve uma picada desse escorpião a região vai apresentar vermelhidão, dor e inchaço. Em alguns casos, mais raros, são relatados problemas respiratórios.

O Escorpião-argentino está distribuído nas províncias do norte da Argentina, medem entre 5 e 8 cm e sua cor é bem diversificada. O abdômen é cinza, as pernas e quelíceras são amarelas, enquanto o ferrão é preto, uma verdadeira mistura.

Este escorpião não é agressivo, só pica se tentar capturá-lo ou se acidentalmente for comprimido na pele. Mas tenha cuidado, seu veneno é perigoso pois seu ferrão possui glândulas que produzem neurotoxinas que podem afetar os tecidos do sistema nervoso e até causar a morte.

Esses escorpiões, que chegam no máximo aos 7 cm, são encontradas extensivamente em todo o sul dos Estados Unidos, México, América Central e norte da América do Sul. Alguns são conhecidos por seu padrão interessante ou tamanho um pouco maior. Além disso, curiosamente, apresentam fluorescência forte sob iluminação ultravioleta, exceto após a muda.

O seu veneno contém as neurotoxinas Cll1 e Cll2, que possuem alta toxicidade. Além disso, também contêm substâncias responsáveis por atacar o sistema respiratório, chegando a causar até a morte.

O Escorpião vermelho indiano é considerado o mais letal do mundo. Apesar do nome comum, o escorpião surpreendentemente não é sempre vermelho. Pode variar na cor de marrom avermelhado ao laranja ou amarelado.

Esse escorpião é muito encontrado na Índia, Paquistão, Nepal e Sri Lanka, e pica, apenas, para se defender. Mesmo assim, é importante ficar atento a sua presença e não mexer com ele. Por ser pequeno pode ser confundido com outro animal ou nem ser visto, logo, tenha cuidado!

Muitas pessoas admiram os escorpiões em todo o mundo. Agora que já sabemos sobre diversas espécies perigosas, vamos conhecer sobre aquelas que podem ser criadas, surpreendentemente, como pet. Além disso, vamos entender se podem ser comercializadas e se possuem ou não risco de extinção.

Os escorpiões imperadores são pretos brilhantes, mas podem variar do marrom escuro ao verde. Esses escorpiões refletem os raios de luz ultravioleta, então às vezes eles brilham em uma tonalidade bem chamativa.

Encontrados na África e Nigéria, eles gostam de viver em locais com climas úmidos e florestas quentes. Ademais, se adequam bem em margens de rios e também vivem em comunidade. Frequentemente são vistos em grupos pequenos e seu corpo pode chegar a atingir até 23 cm.

Bastante comparados ao escorpião imperados, essa espécie de 10 cm, usa suas garras vermelhas características para atacar e matar suas presas, que incluem insetos, sapos, pequenos ratos e outros roedores. No entanto, seu ferrão, apesar de alongado, não é usado para capturar presas.

Ele reserva seu ferrão para defesa contra animais maiores, e não hesitará em usá-lo quando for ameaçado, muitas vezes picando o alvo repetidamente. Felizmente, as picadas são relativamente leves quando comparadas a outros escorpiões e não são fatais. Além disso, são supostamente semelhantes, em intensidade, a uma picada de abelha.

Os Escorpiões asiáticos da floresta apresentam coloração do marrom escuro ao preto, com a maioria das espécies exibindo uma tonalidade verde ou azul em certas condições de iluminação. Eles são escorpiões resistentes e podem ser mantidos em grupos de três ou mais, se tiverem comida suficiente, mas isso não é recomendado.

Ele mede entre 12 e 15 cm, maior do que a maioria, e é encontrado com facilidade em mercados exóticos na floresta tropical da península da Malásia. Apesar do tamanho, no geral, não são agressivos e não oferecem ameaça aos humanos.

O Escorpião ditador possui, em média, 12 cm e uma aparência com aspecto brilhante. Suas colorações variam em marrom claro, marrom escuro e preto amarronzado. Não é um animal perigoso e possui presença marcada no comércio de animais exóticos. Entretanto, a sua venda/compra deve ser analisada para a proteção da espécie.

Nas últimas décadas ele esteve sob forte poder de exportação. Entretanto, a CITES (Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção) estipulou a espécie para a classificação de alerta e proteção.

Os Escorpiões peludos do deserto são a espécie de escorpião com vida mais longa, chegando a passar de 20 anos em cativeiro. São predadores solitários que passam a maior parte do tempo em tocas ou sob as rochas.

Eles são nativos das regiões desérticas do Neártico, em grande parte dentro do deserto de Sonora e Mojave, no sudoeste dos Estados Unidos. Assim como seu tempo de vida. seu tamanho também é grande, medindo entre 10 e 18 cm de comprimento e não são perigosos aos humanos.

Vamos descobrir outras curiosidades envolvendo esses animais fantásticos e evoluídos. Também entenderemos se todos os escorpiões possuem veneno, como se adequaram a milhões de anos para a vida atual e quanto tempo consegue ficar sem se alimentar.

Os escorpiões são criaturinhas incríveis. São amplamente distribuídos em todo o mundo, com exceção das regiões árticas e antárticas. Embora todos os escorpiões sejam venenosos para suas presas naturais (insetos, lagartos, ratos), apenas algumas espécies são potencialmente letais para os humanos.

A taxonomia dos escorpiões está mudando continuamente, e atualmente eles são classificados em várias famílias, das quais a mais significativa é a família Buthidae, mencionada anteriormente. Assim, a sua evolução é sensacional, fazendo com que esses artrópodes fossem capazes de se adaptar a alguns dos ambientes mais hostis do planeta.

A picada de um escorpião pode ser dolorosa ou até mortal, dependendo da espécie. Entretanto, das 1.500 espécies de escorpiões em todo o mundo, apenas cerca de 20 a 25 são consideradas verdadeiramente perigosas aos humanos.

Assim, apenas esta quantidade pode oferecer um veneno que trará consequências à nós. Eles consistem em uma mistura de compostos, incluindo neurotoxinas que afetam o sistema nervoso da vítima.

Picadas de espécies perigosas podem causar paralisia, convulsões graves, irregularidades cardíacas, dificuldades respiratórias e até a morte. Os antígenos estão disponíveis em áreas onde vivem escorpiões perigosos, por isso temos diversos tipos no Brasil.

De acordo com estudiosos da área de invertebrados, novas pesquisas estão mostrando uma linha do tempo dos escorpiões mais antiga do que nunca. Ela pode ajudar a identificar as características que auxiliaram esses pequenos predadores a ganhar a vida na terra.

Dessa forma, os paleontólogos confirmam descobertas dos mais antigos escorpiões conhecidos até hoje. Foi encontrado um par de fósseis de escorpião de 437 milhões de anos preservados de forma intocada. Esses fósseis também possuíam o que pareciam ser caudas cheias de veneno.

Um benefício evolutivo que eles ganharam é a capacidade de diminuir sua taxa metabólica. Aliado a isso, eles possuem a capacidade de consumir grandes quantidades de alimentos em relação ao seu tamanho corporal. Eles comem, por exemplo, até um terço de seu peso corporal em uma única refeição.

Devido à grande quantidade de alimentos consumidos, a forma extremamente eficiente como seus corpos lidam com a nutrição e à capacidade de desacelerar seu metabolismo, os escorpiões são capazes de sobreviver até 1 ano sem comer.

Como foi percebido, os escorpiões são muito adaptáveis a diversos climas e ambientes, e existem a mais de 400 milhões de anos. Cada um tem o seu próprio veneno, portanto, todos têm diferentes toxicidades. Alguns podem ser letais e outros não. Portanto, não os subestime.

O veneno de um escorpião é usado com moderação. Ele consome muita energia para produzi-lo e é utilizado para subjugar presas, em legítima defesa e em algumas espécies de acasalamento. Ele é composto por neurotoxinas, e quando injetada ataca as células nervosas da vítima causando diversos sintomas.

Graças às baixas taxas metabólicas, muitos escorpiões podem sobreviver por longos períodos entre as refeições e ficam até 12 meses sem comer. Além disso, das 1.500 espécies conhecidas, acredita-se que apenas cerca de 25 sejam perigosos à nós. Ainda assim, esses 2% das espécies podem representar uma séria ameaça à vida humana em algumas partes do mundo.