Gado leiteiro Gir: confira características, criação e mais!

A raça bovina Gir é uma grande produtora leiteira e é uma das mais usadas no país para produzir leite, embora ela esteja também apta à produção de carne. Entretanto, ela não é conhecida só por isso na pecuária nacional.

Ao acompanhar este artigo, você vai descobrir diversas curiosidades sobre as características dessa raça e ficará por dentro de preços e de tudo o que se relaciona à criação desse animal. Informações interessantes sobre o gado da raça Gir não vão faltar por aqui, mas você só vai descobrir todas elas se acompanhar o que virá adiante. Leia o artigo e confira!

Vamos começar pelas características da raça Gir. Acompanhe a seguir para saber como ele é, de onde ele veio, como é sua reprodução e sobre a sua atuação na pecuária nacional. Veja!

O Gir é um gado zebuíno, e como todo zebuíno é de origem indiana, com Gir não é diferente. Além disso, ele é considerado um dos gados de criação mais antigos que se tem registro.

Quanto ao Gir no Brasil, há quem afirme que ele chegou aqui em 1911. Também tem quem diga que isso aconteceu em 1906, por meio de Teófilo Godoy, e em 1919, por meio do criador Wirmondes Machado Borges. Mas, a formação desse gado no Brasil foi consolidada mesmo a partir de quatro importações dessa raça: em 1930, 1955, 1960 e 1962.

Essa raça possui fronte larga, proeminente e lisa; chifres médios, voltados para fora, para trás ou para baixo; perfil ultraconvexo; e cabeça de comprimento e largura de tamanho médio.

Ela apresenta pelagem com 12 cores reconhecidas e seu corpo é comprido e amplo, com barbela média até o umbigo nos machos e mais macia e reduzida nas fêmeas. Tem giba volumosa, cauda de tamanho médio e costelas bem separadas e arqueadas. O pescoço do macho é musculoso e mediano e o da fêmea é mais comprido e mais fino.

O Gir é um dos maiores produtores leiteiros do Brasil graças à sua grande quantidade de leite produzido, já que cada matriz pode produzir até 12 kg de leite por dia. Seu leite tem ótima qualidade nutricional, com grande quantidade de proteína e gordura, e conta com a vantagem da produção do leite A2, que proporciona menos incidência alérgica.

Mas o Gir não se restringe só a produzir leite. Ele produz também carne, o que faz dele um gado de dupla aptidão.

O Gir é de porte médio. Um macho adulto pesa cerca de 540 kg e a fêmea adulta, cerca de 380 kg. Quando nasce, pesa em média 26 kg se for macho e em média 24 kg se for fêmea.

Mas seu peso é maior quando utilizado como gado de corte. O macho pesa entre 750 kg e 900 kg, podendo chegar aos 1.100 kg, enquanto a fêmea pesa entre 400 kg e 650 kg. Dependendo da nutrição oferecida, as matrizes podem chegar aos 800 kg.

O comportamento manso, dócil e o instinto gregário são qualidades que essa raça possui e que ajudaram a facilitar a sua expansão pelo Brasil. O seu bom temperamento leiteiro, tanto na ordenha manual, quanto na ordenha mecanizada, também é um destaque dessa raça.

Um dos destaques do gado Gir é a sua longevidade reprodutiva. As matrizes têm uma boa habilidade materna e podem dar até 10 crias. Como as crias dessa raça nascem com pouco peso, elas não apresentam problemas de parto.

A versatilidade nos cruzamentos, principalmente com raças europeias, também é uma das vantagens do gado Gir, mas o cruzamento da vaca dessa raça com um touro de corte não é aconselhado, pois, as filhas de vacas desse cruzamento podem apresentar em média 50% de perda de produção de leite. Já no rebanho mestiço, essa perda cai para 25%.

Até 2013, já havia por aqui cerca de 150.000 cabeças de gado Gir e, graças aos trabalhos de melhoramento genético ao longo das décadas, atualmente, o Gir é ótimo para quem busca bom custo-benefício e resistência aliada a uma boa produção leiteira.

O Gir é usado no Brasil também para cruzamento com a raça holandesa Friesland-Holstein. Inclusive, juntas, originaram a raça Girolando, responsável por 80% da produção de leite nacional. Embora já tenha produzido a melhor carcaça para produção de carne no Brasil, hoje o Gir se destaca por aqui como grande produtor leiteiro.

Agora é hora de saber quanto custa um gado da raça Gir e onde comprá-lo, além de conhecer o que entra nos custos da criação desse animal. Vamos descobrir tudo isso?

O preço de um Gir varia de acordo com características dele, como peso, idade e valorização no mercado, assim como acontece com todas as outras raças bovinas.

Um touro sai por cerca de R$ 8.000,00; uma vaca, cerca de R$ 7.000,00; um garrote, uns R$ 5.000,00; e um bezerro, cerca de R$ 3.000,00. Os preços podem variar, ficando acima ou abaixo dessa faixa. Uma dica boa mesmo é ficar de olho nos leilões, já que nesses eventos costumam aparecer bovinos com preços mais em conta.

A dica para saber onde comprar um gado Gir também serve para quem quer adquirir qualquer outro bovino: sites de classificados, onde você negocia com pecuaristas de todo o Brasil, feiras de pecuária e leilões, que acontecem no país inteiro durante o ano todo. No caso dos leilões, existem os que são virtuais e aqueles transmitidos ao vivo pela televisão.

Mas, independente de onde você vai comprar o seu bovino, em todos eles é possível encontrar: gado de corte, leiteiro e para melhoramento genético, touros, bois, vacas, matrizes, novilhos, garrotes, terneiras e bezerros.

As fases de criação do gado leiteiro são divididas em cria e recria. A cria começa no nascimento do bezerro e vai até o desmame, e a recria começa após a desmama e termina quando o animal começa a atividade reprodutiva. Essas duas fases são muito importantes para os bovinos leiteiros chegarem bem à vida adulta.

Na cria, é necessário estar atento à colostragem e à cura do umbigo e analisar se o animal tem alguma anormalidade. Na fase seguinte, é importante oferecer ração que estimule o desenvolvimento do rúmen e ficar de olho no ganho de peso do animal.

O gado Gir é uma raça que se adapta muito bem ao sistema a pasto e oferece um excelente custo-benefício no que se refere à pecuária extensiva, ou seja, na criação em pastos e grandes áreas, com a finalidade de comercialização.

Esse custo-benefício existe porque o gado retira do pasto o seu alimento e porque não há necessidade de altos investimentos no monitoramento dos animais. A pecuária extensiva é ideal na pecuária de corte, mas se a intenção é atuar na pecuária leiteira, o Gir é ideal na pecuária intensiva, onde os animais são confinados em espaços pequenos.

A produtividade de um bovino leiteiro é influenciada em grande parte por fatores externos e em menor parte pela genética do animal. Além de buscar uma raça com genética superior para cruzar com um gado de leite, é preciso investir no manejo da pastagem e oferecer ao gado leiteiro suplementação alimentar, sal mineral, água em abundância e de qualidade e alimento equilibrado entre o concentrado e o volumoso.

Oferecer água limpa e em grande quantidade ao animal é de extrema importância, pois ela influencia diretamente na quantidade e na qualidade do leite produzido.

Como dito anteriormente, o gir se dá bem no pasto, mas a pecuária extensiva só é ideal quando a criação é de gado de corte. Como a criação intensiva é ideal para gados leiteiros, e o Gir é um dos melhores produtores de leite do Brasil, o sistema de confinamento acaba sendo a melhor alternativa para a criação nesse caso, pois o confinamento se encaixa na pecuária intensiva.

No confinamento, a produtividade aumenta. Ali o gado fica em espaços pequenos, onde ele é mais facilmente monitorado e melhor alimentado, e fica aos cuidados de mão de obra especializada.

O Gir é uma raça de boa rusticidade e boa resistência a endoparasitas e ectoparasitas. Graças a essa resistência, ele acaba sendo um bovino que exige menos medicamentos e antibióticos, comparado a outras raças, o que resulta em menos despesas. Ele exige menos custos também com alimentação, mão de obra para ser conduzido e cuidado e com assistência veterinária.

Embora proporcione menos gastos nesses quesitos, ainda assim, é necessário um bom investimento em tecnologia e aparelhos caso o animal fique em confinamento.

Como foi visto, a vocação do gado Gir na pecuária nacional hoje é produzir leite, embora possa ser também uma alternativa para a produção de carne e para o segmento de melhoramento genético, o que nos faz concluir que ele é uma raça bovina versátil.

Mas o seu destaque mesmo é a sua vocação como produtor leiteiro, não só pela quantidade que ele produz, mas também pela ótima qualidade nutricional que o seu leite oferece. Para quem quer adquirir gado para entrar no mercado nacional de produção leiteira, está aí uma raça que não vai decepcionar, pois, talento para isso ele tem!