Tudo sobre codornas: espécies, como criar e muito mais!

As codornas são graciosas aves da família dos faisões e das perdizes. Esses pássaros “fofinhos” não são conhecidos por voarem como outros animais do gênero. Porém, são muito apreciados para criação, consumo da carne e dos ovos.

Esses animais incríveis possuem mais de 100 variedades de subespécies que estão espalhados em todo o mundo e, algumas delas, estão totalmente ligadas a determinadas regiões do globo e sua cultura, com nomes científicos que fazem referência a esses locais, por exemplo.

Nesse artigo, nós preparamos um compilado completo para mostrar a você absolutamente tudo sobre as codornas. Continue lendo, porque com toda certeza aqui existem informações que você não sabia sobre esses bichinhos!

Para iniciar o nosso informativo da melhor maneira, separamos seis tópicos que vão lidar especialmente com as características das codornas. Aqui você vai conhecer origem e nome científico do animal, suas características visuais, hábitos alimentares e muito mais!

As codornas são aves originárias do norte da África, da Europa e da Ásia, de onde se espalharam para todo o mundo. Acredita-se que a subespécie atual que esteja mais aliada geneticamente aos antepassados desses galináceos é a coturnix delegorguei (codorna africana) e a coturnix coturnix coturnix (codorna europeia).

Entretanto, a subespécie mais comum no mundo é a coturnix coturnix japonica (codorna japonesa). Estima-se que em meados de 1910 os japoneses começaram a cruzar outros tipos de codorna para chegar a uma nova subespécie. Essa iniciativa popularizou a codorna no mundo inteiro, tornando a criação da ave, para fornecimento de carne e ovos, muito comum.

As codornas são aves de pequeno porte, geralmente não passando do tamanho de um frango de alguns dias e, apesar do grande número de subespécies, as suas características físicas pouco mudam de uma para a outra. As diferenças vão ficar apenas em detalhes na plumagem e na cor das penas, que geralmente difere entre as subespécies.

Entretanto, na hora de identificar machos e fêmeas, a atenção se faz necessária. Os machos são “ornamentados” e possuem sempre cores brilhantes, mas as fêmeas, por sua vez, são sempre “pintadas” com cores sóbrias, além de serem mais pesadas e terem dorsos mais robustos que os machos. Algumas subespécies de codorna possuem esporões nos pés, que usam para atacar predadores.

As codornas são aves de hábitos migratórios que, como já citamos, tiveram origem no norte de África e se espalharam para a Europa e a Ásia. Depois do surgimento de subespécies como a codorna japonesa, essas pequenas notáveis ganharam o mundo inteiro.

Na natureza, costumam habitar bordas de florestas e descampados no mundo todo. Já existem mais de 100 subespécies de codorna catalogadas, sendo a ave encontrada em todo o mundo. Em cada lugar que chegou, a codorna se adaptou perfeitamente e prosperou primorosamente.

Sendo considerada uma ave terrestre, por não dispor de asas com estruturas para longos voos, a codorna baseia a sua alimentação no chão dos descampados e matas ciliares onde costuma habitar. Podem estar no cardápio dessas aves folhas, sementes, pequenos frutos e insetos.

Uma característica importante da alimentação das codornas é a diferenciação que há entre indivíduos adultos e filhotes. As codornas mais maduras costumam comer de tudo, já os filhotes, alimentam-se somente de insetos e larvas, pois precisam de grandes quantidades de proteína para melhor se desenvolverem.

Os hábitos dessas aves vão variar entre as subespécies, sendo algumas de hábito noturno e outras, diurno. De uma forma geral, são aves muito tranquilas e pacatas, mas podem correr, dar pequenos voos ou até atacar com seus esporões se forem ameaçadas.

Um dos hábitos mais interessantes das codornas é a sua forma de se livrar de pulgas e outros parasitas, se jogando na areia para se “espojar”. São animais difíceis de se encontrar, pois vivem escondidas em arbustos, sempre andando sozinhas ou em par. Porém, o seu chamado agudo característico costuma entregar sua localização.

Os ninhos das codornas costumam estar localizados no chão, próximo a plantações e pastos, onde há comida suficiente para os filhotes. As fêmeas podem colocar de 4 a 40 ovos em cada ninhada, a depender da subespécie em questão e, logo após nascerem, os pintinhos já podem seguir os pais caminhando.

A partir dos dois meses de idade, um filhote de codorna já tem alcançado a maturidade sexual e pode começar a acasalar. O tempo de vida estimado de uma codorna selvagem é de 3 a 5 anos. Em cativeiro, esse tempo pode ser maior ou até menor, a depender dos cuidados tomados pelos criadores.

Como dissemos, existem várias subespécies de codorna e aqui nessa seção, nós abordamos os detalhes sobre as sete principais. Conheça agora a codorna japonesa, a europeia, a africana, a americana e mais!

A extremamente famosa e populosa codorna japonesa, nome popular da coturnix coturnix japonica, é uma ave que teve origem em cruzamentos de outras espécies de codorna ocorridos no Japão no início do século 20.

A partir das experiências feitas por avicultores japoneses, essa espécie ganhou o extremo oriente asiático e o mundo, sendo exportada para todo o globo. Hoje a codorna japonesa é a principal subespécie da ave encontrada em países como China e Brasil, dando origem até a outras subespécies de codorna selvagem.

A codorna europeia, também conhecida como codorna-comum, é a subespécie que originou muitas outras, como a codorna japonesa. Seu local de origem é a Europa Central, mas as imigrações criaram populações por todo leste asiático e norte da África.

As características físicas dessa espécie de codorna fazem com que muitas pessoas as confundam com a codorna japonesa e algumas subespécies selvagens da ave. É o tipo de codorna mais populoso do planeta e somente uma catástrofe global seria capaz de extingui-las.

A codorniz arlequim, nome que também é dado à codorna africana, é uma linda ave de plumagem que mistura listras marrons, brancas e pretas. Diferente das suas primas, a codorna africana é considerada nervosa e arisca, sendo menos recomendada para a criação.

Outra característica que diferencia essa espécie é a postura de ovos. Estima-se que as fêmeas ponham de quatro a oito ovos, enquanto as fêmeas de outras espécies podem por até 40 ovos. A codorniz arlequim pode ser encontrada em todo o sudeste africano e na ilha de Madagascar.

A codorna-do-nordeste ganhou esse nome em alusão a sua região de maior ocorrência, o Nordeste brasileiro. Já seu nome científico faz referência ao hábito de cavar buracos que essa espécie de ave tem. Diferente de outras espécies de codorna, a codorna-do-nordeste possui um corpo maior e mais esguio, com um pescoço mais longo.

Também é chamada de codorna-de-cabeça-preta, codorna-do-pé-amarelo e outros nomes. Possui uma crista na cabeça e a sua plumagem tem um mix de tons de marrom, branco e amarelo. Essa espécie se anda em pequenos bandos e se alimenta de grãos, insetos e pequenas frutas que encontra no solo de descampados e plantações.

A codorna-miúda, como também é chamada, ocorre em praticamente todo o Brasil e em algumas partes do Paraguai, mas possui muito mais presença nos estados de Minas Gerais e Goiás. Fisicamente é praticamente idêntica à codorna-do-nordeste, a não ser pelo pescoço que, na codorna-mineira, é mais “atarracado”.

As codornas-mineiras habitam plantações, capinzais e descampados, onde caçam até mesmo pequenos répteis e formigas saúvas, além de recolher sementes, frutos e folhas para a alimentação. Essa espécie é muito dócil, mas empreende fuga rapidamente ao ver o perigo chegar. Com isso, torna-se difícil a captura e o registro da codorna-mineira, pois a qualquer pequeno movimento elas voam ou se escondem em buracos-de-tatus.

A codorna americana, carinhosamente chamada de BobWhite, é uma dócil e graciosa espécie de ave. Os machos BobWhite possuem plumagem semelhante à da codorniz arlequim, com exceção de uma listra preta que se destaca na cabeça. Enquanto isso, as fêmeas têm sempre plumagens marrons, cremes ou ocre.

Essa espécie de ave pode ser encontrada em praticamente toda a América do Norte e o seu comportamento dócil permite a sua ampla criação, podendo coabitar até mesmo com aves de outras espécies. Além disso, a codorna americana é ótima para reprodução, com as fêmeas pondo sempre acima de 12 ovos por ninhada.

A codorna chinesa é uma espécie que ocorre basicamente no sudoeste asiático e Oceania. Medindo, no máximo, 13 cm de comprimento, a codorna chinesa é uma das menores espécies dessa ave. Além disso, são também muito dóceis e férteis, tornando-se ideais para a criação.

Uma outra característica marcante da Coturnix adansonii é o jogo de cores das plumagens dos machos da espécie. Eles possuem um tipo de manto azul cobalto que vai da sua cabeça até a parte traseira do seu pequeno corpo. Por fim, a codorna chinesa é conhecida como “faxineira” pois consome todo tipo de semente ou galhos que estejam no solo de seu habitat.

Para finalizarmos, trouxemos um verdadeiro tutorial com dicas para você que deseja fazer um criatório de codornas. Aqui você vai ficar sabendo do preço e dos custos de criação dessas aves, como fazer a manutenção do criatório, como proceder com os cuidados necessários aos animais e muito mais!

Adquirir e manter codornas em cativeiro, definitivamente não é custoso. Um dos motivos que levam ao barateamento da atividade é a abundância e as várias espécies e subespécies próprias para criação disponíveis. As espécies de codorna japonesa e europeia, são as mais indicadas para criação.

Quanto aos valores, estima-se que uma ave adulta em condições de reprodução custe entre R$ 7,00 e R$ 15,00. Já os pintinhos custam, no máximo, R$ 3,00. Os valores vão variar por região do país. Já os custos da criação devem levar em conta as necessidades específicas de cada criatório e estão sujeitos a diversos fatores, sendo impreciso anexar valores.

O ambiente em que as codornas devem ficar, precisa ser arejado, tranquilo, seco e livre da presença de outros animais que possam causar doenças às aves. A temperatura ideal não pode passar dos 24ºC e a umidade do ar precisa se manter em 60%.

Grandes criadores de codorna optam por fazer os criatórios em galpões. Ali, as janelas são cobertas com tecidos azuis ou verdes, a fim de evitar que o sol incida diretamente sobre as codornas. Os raios UV não podem cair diretamente nas aves, por isso é importante que haja também iluminação artificial programada para funcionar entre 14h e 16h por dia.

As gaiolas que vão acomodar as codornas precisam ter metragem condizente. Geralmente, gaiolas de arame galvanizado (recozido) são as mais indicadas. O tamanho precisa ser de, no mínimo, 30 x 30 x 30 (30 cm de altura, 30 cm de profundidade e 30 cm de largura).

Além disso, precisam ter o compartimento deslizante no fundo, essencial para impedir que as aves tenham contato com suas fezes e para facilitar a retirada dos ovos.

Esses equipamentos podem ser encontrados em lojas de produtos agropecuários e precisam ser colocados em forma de torre ou de pirâmides, uma em cima da outra. A montagem precisa ser feita corretamente, a fim de evitar acidentes que venham ferir ou até matar as aves.

No que diz respeito a comedouros e bebedouros para codornas, temos exemplos na criação de outras aves. O modelo ideal nesse caso é o tipo nipple, que é mais higiênico e prático modelo de dispersores de alimentos para aves em cativeiro.

Os comedouros devem ficar na parte da frente da gaiola, sempre com um compartimento do lado de fora, por onde é colocada a ração, e uma parte dentro, onde a ave pode acessar o alimento. Já os bebedouros podem ficar na parte superior traseira do equipamento, elevados, para facilitar o “matar a sede” dos animais.

Quanto à manutenção de um criatório de codornas, os cuidados básicos são indispensáveis. As gaiolas devem ser limpas, no mínimo, a cada dois dias. Os níveis de água e ração devem ser aferidos diariamente, bem como a necessidade de recolher novos ovos ou não.

A limpeza externa do ambiente onde as gaiolas estão, também merece atenção. Varrer o piso, verificar se não há brechas que possibilitem a entrada de predadores e conferir se as aves estão apresentando boa saúde, são outros hábitos diários essenciais.

Não existem protocolos veterinários consolidados para campanhas de vacinação de codornas, como é o caso com bovinos e canídeos. Por isso, o dono do criatório precisa atentar-se para o calendário de visitas veterinárias ao local, para conferir a saúde dos animais.

As codornas têm uma saúde um tanto quanto frágil, por isso, é importante manter outros animais longe. Armadilhas para roedores e protocolos de limpeza rígidos devem ser mantidos, a fim de evitar a instalação de pragas como os próprios ratos e insetos, como baratas e cupins, no local de criação das aves.

Além da beleza audiovisual das codornas, outro fator que leva ao crescimento contínuo dos criatórios espalhados pelo mundo é a rentabilidade econômica da atividade. A carne e os ovos de codorna são cada vez mais requisitados em bares e restaurantes. Estima-se que apenas entre 2018 e 2020, tenham-se consumido mais de 40 milhões de unidades de ovos de codorna só no Brasil.

Mas não para por aí, porque absolutamente todos os aspectos da ave podem ser aproveitados. Por existirem algumas espécies de codornas mais ornamentais, como é o caso da chinesa, as suas penas são apreciadas como itens de decoração em alguns países. O estrume desses pequenos pássaros, por sua vez, é um poderoso fertilizante, semelhante ao de galinhas, sendo também muito comercializado no mundo inteiro.

Como vimos, as magníficas codornas são outra espécie de seres incríveis com quem nós temos o prazer de conviver. Sua variedade impressionante exalta a capacidade de adaptação a quaisquer tipos de ambientes, desde desertos até bordas de florestas. E, claro, isso fez com que as codornas ganhassem o mundo.

Por outro lado, essa ave serve ao ser humano de diversas formas, com, por exemplo, a sua carne e ovos nutritivos que além de proporcionar alimento, entrega prosperidade a várias famílias espalhadas mundo afora. Agora que você já sabe tudo sobre as codornas!