Como criar uma coruja de estimação: veja dicas, preço e documentação!

As corujas são aves incríveis que encantam muitas pessoas ao redor do globo. Aves noturnas e caçadoras natas, as corujas possuem incríveis olhos aguçados e movimentos extremamente ágeis. Seu pescoço flexível, habilidade de se camuflar e voo silencioso são utilizados com precisão para localizar e capturar suas presas.

Pensando nessas características fascinantes, muita gente se pergunta se é possível criar uma coruja legalizada no Brasil, e a resposta é sim! Quem quer criar uma coruja de forma legalizada no Brasil precisa seguir alguns passos para se tornar um criador certificado e, assim, poder comprar e criar seu mais novo animal de estimação.

Veja, a seguir, como é o processo para poder criar uma coruja legalizada no Brasil e todos os cuidados necessários com o animal.

As corujas são animais silvestres, então há alguns passos necessários para se criar um destes fascinantes animais de forma legal. Confira algumas dicas sobre os passos iniciais desse processo.

Se você quer se tornar um criador certificado de corujas, é preciso realizar um cadastro no SISPASS, Sistema de Controle e Monitoramento da Atividade de Criação Amadora de Pássaros, no site do Ibama.

Inicialmente é preciso ter mais de 18 anos e se cadastrar como pessoa física no Cadastro Técnico Federal (CTF). Depois, é necessário agendar uma vistoria presencial com o órgão estadual de meio ambiente do seu estado, levando RG, CPF e comprovante de residência.

É importante entender que o órgão de cada estado pode acabar pedindo documentos diferentes ou passos adicionais durante esse processo.

Após isso, o SISPASS e o órgão estadual de meio ambiente do seu estado irão avaliar as informações e definir se a autorização será deferida. Depois que o registro for finalizado e concedido, o SISPASS irá providenciar a licença de criador legalizado de corujas para que você continue o processo de adquirir o animal.

Uma coruja vendida de forma legal no Brasil pode apresentar uma grande variedade de preços. O valor mínimo para se adquirir uma coruja legalmente, hoje, está por volta R$ 1.200, e pode até mesmo ultrapassar R$10.000. O preço é definido levando em consideração diversos fatores, como espécie, idade, raridade e tamanho, por exemplo.

Além disso, também é importante ter em mente que todo o processo de adquirir corujas legalmente oferece custos adicionais, como taxas para documentação, vistoria médica, certificados, dentre outras.

Para adquirir uma coruja de estimação, é preciso entrar em contato com criatórios legalizados pelos órgãos ambientais, lembrando que é imprescindível ter uma licença para comprar uma coruja. Há alguns criatórios que permitem a compra de forma virtual, enviando o animal para sua casa.

Quando você compra uma coruja de um dos criatórios legalizados, ela será enviada para você com anilha na pata (documento único de identificação da ave), nota fiscal, Guia de Transporte Animal, registro no IEF e laudo veterinário.

No Brasil, atualmente, há sete criatórios legalizados de aves de rapina, e dentre eles dois vendem corujas atualmente. São eles o Paradijs Vogel, localizado no Paraná, e o Cerefalco, em Minas Gerais.

Se você quer criar uma coruja, não basta apenas conseguir a licença e comprar a ave, pois também é muito importante ter em mente as demais ferramentas e suprimentos necessários para o processo.

Para cuidar de uma coruja é preciso de alguns equipamentos, como luvas de falcoaria, pois suas garras das corujas são bastante afiadas; kits de atrelamento para garantir maior segurança da ave; viveiro para sua moradia; uma caixa de madeira para dormir e poleiros para pousar.

Luvas de falcoaria podem ser encontradas por um preço a partir de R$ 140, enquanto os kits de atrelamento variam entre R$ 120 até R$ 750, dependendo da simplicidade.

Alguns criatórios podem recomendar mais ferramentas do que estas, então é preciso se informar bem sobre os hábitos e necessidades específicas da sua coruja no momento da compra.

Existem mais de 200 espécies de corujas no mundo todo, mas no Brasil só há quatro espécies que podem ser domesticadas. E são elas a coruja suindara, a orelhuda, a buraqueira e o Corujão-da-Virgínia.

Confira a seguir alguns detalhes sobre cada uma dessas corujas.

A coruja suindara também é conhecida como coruja-branca e coruja-de-igreja. Tem cerca de 36 centímetros de comprimento, suas asas atingem a envergadura de 75 a 110 centímetros, e suas fêmeas e machos pesam em média 470 e 570 gramas, respectivamente.

Sua característica mais marcante é a face branca que se assemelha ao formato de um coração. A coruja suindara pode ser encontrada nos criatórios no valor médio de R$ 1500. As principais refeições destas corujas são ratos e pequenos roedores.

A coruja orelhuda, também conhecida como coruja-gato e coruja-listrada, recebe esse nome porque aparenta ter grandes orelhas pontudas, se assemelhando também a um gato. Seu comprimento médio é de 36 centímetros e pesam de 340 a 550 gramas, com envergadura 22 a 30 centímetros.

Estas corujas são normalmente de cor marrom, bege e canela, com listras pretas e detalhes brancos no rosto e no peito. As corujas orelhudas se alimentam predominantemente de pequenos roedores, anfíbios, répteis, insetos, morcegos e aves menores. Elas podem ser compradas em criatórios por cerca de R$ 3.500.

As corujas buraqueiras, também chamadas de coruja-do-campo e coruja-mineira, são as mais comuns no Brasil. Elas recebem esse nome porque vivem porque vivem em buracos e tocas no solo. Se alimenta de pequenas cobras e roedores, escorpiões e insetos.

A coruja buraqueira tem um comprimento médio de 21 a 28 centímetros, pesando de 120 a 280 gramas e sua envergadura das asas está entre 50 e 60 centímetros. Essas corujas costumam ser em grande maioria pardas e marrons, com cabeças redondas, olhos amarelos e sobrancelhas brancas. Ela pode ser encontrada nos criatórios no valor aproximado de R$ 2500.

O Corujão-da-Virgínia, também conhecido como jacurutu e corujão orelhudo, é a maior coruja presente em território brasileiro, além de também a maior ave de rapina noturna do país. Suas cores variam de cinza para marrom, com a área do pescoço normalmente esbranquiçada. Tem garras poderosas e suas penas fazem com que aparente ter orelhas compridas.

Os machos dessas corujas pesam entre 900 gramas e 1,5 quilos, enquanto as fêmeas pesam entre 1,3 e 2,5 quilos. O Corujão-da-Virgínia pode chegar a 64 centímetros de altura e tem asas de até 40 centímetros de envergadura. Se alimentam de pequenos mamíferos, ratões e gambás, podendo também comer alguns répteis, sapos, insetos e aves de pequeno e médio porte.

Os jacurutus podem ser encontrados no valor entre R$ 5.000 e R$ 8.000.

Se você quer ter uma coruja como animal de estimação, é preciso preparar muito bem as instalações. Viveiros, por exemplo, são essenciais para o bem-estar das corujas domésticas.

Confira a seguir algumas dicas sobre as instalações necessárias para se criar uma coruja.

As corujas precisam de bastante espaço para poder voar tranquilamente. É preciso que os viveiros das corujas sejam amplos e permitam que elas abram suas magníficas asas como bem entenderem, evitando que elas se machuquem durante seus momentos de voo.

Dessa forma, é recomendável que um viveiro de coruja doméstica tenha, no mínimo, 6 metros quadrados. Assim, sua coruja poderá abrir suas asas e voar de um lado ao outro sem risco de se machucar, fazendo seus exercícios e se divertindo diariamente.

Como os viveiros de corujas precisam ser potencialmente grandes, é possível construí-los ou comprá-los por preços a partir de R$ 4.000.

Os poleiros são varas horizontais onde as aves podem pousar e descansar. São fatores muito importantes nos viveiros das corujas para que elas possam repousar quando bem entenderem, servindo como se fossem galhos de árvores na natureza.

Além disso, é muito importante que seja instalado em um local calmo, com temperatura entre 20º e 25ºC.

Como são aves noturnas, também é importante que os viveiros tenham esconderijos para que elas possam descansar e não serem incomodadas pela luz do sol. Estes esconderijos normalmente são feitos a partir de uma caixa de madeira pendurada dentro do viveiro, que permita a coruja entrar e sair à vontade.

Poleiros para aves de rapina, como as corujas, podem ser encontrados a partir de R$ 150. Já os esconderijos normalmente vêm junto com os viveiros, mas também podem ser construídos com madeira, também custando em média R$ 150.

Além dos poleiros e do esconderijo, há algumas outras objetos e decorações possíveis para o viveiro da sua coruja.

É importante deixar um pote ou fonte de água no alcance da coruja para que ela possa se hidratar sempre que quiser. Podem ser encontradas por um preço a partir de R$ 120, mas podem custar muito mais dependendo do tamanho desejado.

Plantas e árvores também são bem-vindas em um viveiro para tornar o lar da sua coruja mais natural, deixando-a mais próxima de seu habitat. Há também quem coloque jornais ou areia para manter a higiene do viveiro, mas este assunto será abordado mais para frente nesse artigo.

O ambiente para criação de corujas precisa ser tranquilo, com a menor movimentação possível de pessoas e veículos. Locais com muito barulho podem incomodar a coruja e prejudicar seu bem-estar, principalmente por ser um animal silvestre.

Além disso, como corujas são animais noturnos, também é recomendável que o viveiro seja instalado em um lugar com bastante sombreamento, evitando assim que as corujas fiquem muito expostas diretamente ao sol e esquentem demais.

Já vimos os passos iniciais para se conseguir uma licença para criar corujas, os tipos de corujas presentes no Brasil e as condições necessárias para se construir um viveiro. Mas qual é a melhor forma de alimentar essas aves magníficas? Continue lendo para descobrir!

Praticamente todas as corujas gostam de roedores, tendo como prato predileto e mais comum os ratos. Muitas espécies de corujas podem comer até mil roedores por ano, então é preciso pensar muito bem nisso antes de decidir ter uma coruja de estimação.

Como as corujas são animais que gostam de caçar, muita gente adota o método de dar roedores vivos para ela. Mas se for optado por roedores mortos, é preciso de um tempo de adaptação e que eles estejam bem conservados para não prejudicar a saúde da ave.

É possível encontrar estes animais congelados em pets shops especializados e pela internet, mas é importante conferir a procedência da compra e se o site em questão é de confiança. O preço destes animais congelados varia de R$12 a R$30 reais, dependendo do tamanho e idade do rato.

Além disso, há também a opção de oferecer carne moída de maneira esporádica para as corujas. Mas é uma alternativa menos comum, sendo necessário passar com um veterinário especializado antes de escolher essa opção.

Outros animais que representam uma ótima refeição para as corujas são os insetos. Alguns insetos que estão muito presentes no cardápio são os grilos e os gafanhotos. Eles são repletos de nutrientes que as corujas precisam e podem ser dados de comer vivos ou mortos, mas neste caso também precisam estar bem conservados.

É possível encontrar insetos para vender pela internet e em lojas especializadas. Os grilos podem ser encontrados para vender por R$45 a cada 100 unidades, mas o preço pode abaixar se comprado em maiores quantidades.

Além dos insetos, algumas corujas também gostam de se alimentar de larvas de tenébrio, que podem ser encontradas em lojas especializadas por R$ 35 a cada 100 unidades. O preço também pode ficar mais em conta se encomendado em maiores quantidades.

Além dos roedores e dos insetos, as corujas também têm o costume de comer pássaros menores que ela na natureza.

É comum que sejam dados pássaros vivos para que a coruja possa caçá-los por si mesma, mas também é possível dá-los mortos, se bem conservados. Nesse caso, é preciso haver um período de adaptação. Pequenos pássaros podem ser encontrados para compra em um valor a partir de R$ 50.

Quando se alimentam de pássaros, algumas corujas podem acabar vomitando pedaços do bico e das patas, algo que acontece quando optam por devorar os pássaros inteiros.

As corujas são animais carnívoros, então não comem frutas e outros vegetais. Os nutrientes que as corujas conseguiriam destes alimentos elas consegue de forma indireta dos animais que ela come.

Portanto, é muito importante garantir que as corujas tenham roedores, insetos ou pássaros menores para se alimentar. Algumas podem comer também répteis e alguns anfíbios, mas é aconselhável se informar primeiro com veterinários especialistas em nutrição para garantir o balanceamento da alimentação da sua coruja.

Se você quer ter uma coruja de estimação, também há outros fatores bem importantes para se prestar atenção. Dentre eles, a limpeza do viveiro, formas de dar banho, exercícios para as corujas, prevenções para não se machucar com seu bico e garras e muito mais.

Confira a seguir algumas dicas importantes para você que pretende ter a sua própria coruja.

Um dos pontos mais trabalhosos ao cuidar de uma coruja está na questão da limpeza. Como a coruja acaba fazendo bagunça com seus alimentos, é preciso limpar seu viveiro todos os dias. Pois a falta de higiene no viveiro pode acarretar a problemas de saúde para o animal.

Além disso, os dejetos da coruja apresentam consistência pastosa e mal cheiro, então precisam ser limpos todos os dias para evitar problemas com a higiene do viveiro. Também é recomendável forrar o viveiro com areia e trocá-la frequentemente, assim facilitando a limpeza do local.

Outro ponto muito importante é relacionado ao bico e às garras da coruja. Como são muito fortes e afiados, feitos para caçar e abrir suas presas, as corujas domésticas podem acabar machucando os braços de seus donos se não houver o devido cuidado.

Por isso, é importante que os responsáveis pela coruja tenham o equipamento necessário para se proteger das garras da coruja, como luvas de falcoaria e braceletes. Além disso, também é importante evitar dar a comida diretamente na boca do animal, visto que a coruja pode acabar mordendo sua mão.

Dessa forma, você pode ter momentos de maior proximidade com sua coruja sem correr riscos de ferimentos acidentais, garantindo sua segurança e a da sua ave.

As corujas não têm o costume de tomar banhos, pois a densidade de suas penas faz com que elas fiquem muito pesadas. Neste caso, as penas molhadas das corujas acabam dificultando seu voo e sua locomoção.

Portanto, a melhor forma de manter sua coruja limpa é através da limpeza de seu viveiro, retirando os desejos e restos de alimentos. Dessa forma, a coruja poderá viver em um ambiente limpo e higiênico, evitando contrair possíveis doenças.

Ainda assim, algumas corujas gostam de tomar banho de chuva de vez em quando, mas só quando estão em um galho ou poleiro seguro. Algumas também gostam de se molhar em poças d'água de vez em quando em períodos de calor, então é uma boa ideia deixar uma bacia com água para ela se refrescar em alguns dias de Sol.

Como a coruja é um animal silvestre, ela pode se sentir meio sozinha enquanto se acostuma com seu viveiro. Uma opção é arrumar uma companhia para sua coruja, mas é preciso tomar muito cuidado com isso.

Algumas corujas podem não gostar da companhia de outras aves e se sentirem ameaçadas. Por isso é importante prestar atenção nessa questão e, se possível, se informar sobre como era o convívio da sua coruja com outras aves enquanto estava no criadouro.

Além disso, também é preciso ter cuidado ao misturar corujas de espécies diferentes, pois muitas acabam sendo incompatíveis entre si e podem acabar não se dando bem. A Corujão-da-Virgínia, por exemplo, também é conhecida por comer outras espécies de coruja em determinadas situações.

Para manter uma boa saúde, é importante que as corujas tenham espaço adequado para voar e se exercitar. Assim como a maioria dos animais, a coruja pode ter problemas de saúde e adoecer se não exercitar o corpo e ficar muito tempo parada.

Alguns criadores de aves treinam as corujas para caçar animais menores, os quais servem de alimentos, e a fazer voos em locais abertos. Mas é preciso de experiência e bastante cuidado para garantir a segurança da ave.

Tutores de pets normalmente tem o costume de acariciar, abraçar e beijar seus bichinhos, mas com criadores de coruja nem sempre é assim.

Por serem animais silvestres, muitas corujas não têm o costume de terem muito contato físico com seres humanos. Assim, muitas podem estranhar tentativas frequentes de carinho ou abraço, pois tais feitos não fazem parte de sua natureza e vão contra seus instintos. Principalmente quando elas foram resgatadas de ambientes selvagens pelos criatórios.

É preciso, portanto, prestar atenção nessa questão e evitar deixar o animal desconfortável. E, como dito anteriormente, é preciso sempre lembrar de tomar cuidado com as garras e os bicos da coruja, utilizando os equipamentos necessários para proteção.

Todo mundo sabe que filhotes são adoráveis, e os filhotes de coruja não são exceção.

Algumas pessoas decidem dar um parceiro para suas corujas para que elas reproduzam e tenham filhotes. Nesse caso, é preciso garantir que a saúde de ambas as corujas está nos conformes e que essa é uma boa opção para ambas.

É importante destacar que durante a época de reprodução as corujas ficam mais agressivas, devido ao instinto de proteção. Assim, podem atacar outros animais que se aproximem ou até mesmo humanos.

Além disso, é preciso ter cuidado com os filhotes. Os pais, por natureza, vão cuidar dos seus filhos, mas, é sempre bom ficar de olho para ver se algum filhote está apresentando problemas. Eles podem ser rejeitados pelos pais e, neste caso, precisarão de você para a alimentação e um local para se desenvolver.

Antes de iniciar o processo para se adquirir uma coruja legalmente, é preciso refletir se você possui as condições necessárias para se tornar um criador destas aves incríveis. As corujas exigem muita responsabilidade e dedicação, sendo imprescindível ter tempo, recursos e paciência para cuidar delas da melhor forma possível.

Elas precisam de um ambiente calmo e sombreado, com espaço para voar livremente e que esteja sempre limpo e bem cuidado. Além disso, também precisam de alimentos específicos, como pequenos roedores, insetos ou aves, que não são tão fáceis de encontrar.

Portanto, se você optar por adquirir uma coruja, é preciso seguir todos os passos legais e prover um ambiente adequado e acolhedor. Além de ser importante levá-la para consultas constantes em um veterinário especializado.

Seguindo todos os passos e tendo muita responsabilidade em todas as etapas do processo, sua coruja poderá crescer em um ótimo lar, com muito amor e saúde.