Conheça o Mastiff tibetano, o cachorro mais caro do mundo

Apesar de todos serem de uma mesma espécie, a Canis lupus e subespécie Canis lupus familiaris, o mundo canino é bem diverso e amplo. Segundo Jung e Pörtl, 2019, existem mais de 350 raças de cães descritas no mundo todo e a cada dia que se passa os cãezinhos vão ganhando mais espaço em nossos lares e corações.

A criação de cães de estimação tornou-se um grande negócio há mais de 100 anos. Mesmo com incentivo para adoção e não para a compra, esse comércio de compra e venda de animais tem sido bastante lucrativo até os dias de hoje. Algumas raças de cachorro tem o valor tão alto no mercado que adquiri-la é um verdadeiro investimento, como é o caso do Mastiff tibetano, o cachorro mais caro do mundo.

Realmente ter um Mastiff tibetano não é para qualquer um. Por ser uma raça muito rara, antiga, com grande bagagem histórica, é a raça de cachorros mais cara do mundo, chegando a custar alguns milhões de reais para obter um exemplar. Na China, por exemplo, tê-la representa status perante a sociedade.

Essa é a quantia que você tem que desembolsar para adquirir um Mastiff tibetano. A raça pura custa entre 600 e 700 mil dólares, mais de 2 milhões de reais (no preço atual do dólar). Realmente é para poucos.

No Brasil, além de ser super raro encontrar exemplares dessa raça, eles não são a raça chinesa legítima, podendo ser encontrados por um valor mais baixo do que os chineses, 60 mil, por exemplo. Ainda assim é um preço bastante elevado.

Fora o preço do cachorro em si, não se pode esquecer os gastos com os cuidados diários. Por serem muito peludos, precisam de uma atenção maior com os pelos e produtos para higiene. Os gastos com ração também podem ser maiores do que com outros cachorros de menor porte.

Além disso, como dito anteriormente, esses cachorros têm uma tendência a desenvolver alguns problemas hereditárias como: displasia de quadril, hipotiroidismo, entrópio, problemas neurológicos, problema articulares no joelho (devido o peso) e consequentemente podem necessitar ir ao veterinário mais vezes, além dos gastos com remédios.

Vários fatores podem ser responsáveis pelo encarecimento de um animal, por exemplo a raridade daquela raça, fatores genéticos, biológicos, culturais, históricos e ancestralidade. Tudo isso pode ser motivo para um animal ser mais caro que o outro. Especificidades que os tornam especiais.

Ainda não se sabe com certeza qual é a raça canina mais antiga do mundo e descobrir isso, pode não ser uma tarefa tão fácil. Alguns relatam que a raça Mastiff tibetano, também chamado de cachorro do Tibete, seria a mais antiga. Ela foi mencionada pela primeira vez na história por Aristóteles entre 384-322 a.C.

Entretanto, análises de ossadas encontradas no Tibete, comprovaram a existência milenar dela. Alguns estudos indicam que o Mastiff tibetano foi uma das primeiras raças a se diferenciar dos lobos, cerca de 58 mil anos atrás. Certo, mas o que os lobos tem a ver com isso? Calma que a gente te explica no próximo tópico.

Para saber qual a raça mais antiga, a tarefa não é tão simples. Seria necessário um mapeamento genético das raças existentes para encontrar a raça “original”, ou seja, a que apresenta o DNA mais próximo do sequenciamento genético dos lobos. Isso se deve ao fato de lobos e cães pertencerem a mesma espécie, Canis lúpus.

Ao longo dos anos, ocorreram variações que distanciaram cada vez mais esses grupos comportamental e morfologicamente, criando a subespécie dos cachorros domésticos, chamada Canis lupus familiaris. O fato da raça Mastiff tibetano ter sido uma das primeiras raças a se diferenciar dos lobos, dá grandes indícios de sua ancestralidade.

O Mastiff tibetano, também chamado de Do-Khyi ou cachorro do Tibete, é uma das raças chinesas mais raras do mundo e difícil de ser encontrada fora da China, ainda mais na sua linhagem pura. Seu grande porte e pelagem abundante fazem com que ele seja uma das raças mais imponentes de todas.

Chamados de cães gigantes, os cachorros da raça Mastiff tibetano são considerados de grande porte, podendo chegar a 71 cm se fêmea e 76 cm se macho. Caso você goste de cachorros para colocar no colo, com certeza ele não é recomendado para isso. Provavelmente nem vai caber no seu colo.

A pelugem abundante que que essa raça apresenta, intensifica ainda mais este aspecto de imponente, dando a impressão de serem maiores do que realmente são. Alguns parecem ter verdadeiras jubas quando são vistos de frente.

O tamanho gigante desses cachorros reflete no peso. Os machos podem chegar a pesar 73 kg. É realmente um cachorro tamanho GG. Há relatos de cachorros machos pesando 90 kg, mas, se de fato existem, são exceções. As fêmeas costumam ser um pouco mais leves, podendo chegar aos 54 kg.

Por ser um cachorro de peso elevado, muitas vezes não são recomendados para famílias que tenham crianças. Como o cachorro não tem noção do seu peso e tamanho, pode acabar machucando a criança sem querer durante uma brincadeira, por exemplo.

Podem ser encontrados nas cores preta, marrom escuro, caramelo, avermelhada e cinzenta. Também podem ter pelugem de cores diferentes. Geralmente no dorso do corpo, uma pelugem preta, e na parte do peito e patas, caramelo ou avermelhada.

Pelugens mais claras também costumam aparecer acima ou ao redor dos olhos, no focinho, no pescoço e na parte inferior da cauda. São mais encontrados na cor preta e avermelhada. Os cinzas são mais difíceis de encontrar.

A expectativa de vida segue a média geral entre os cachorros, que gira em torno de 10-14 anos. Porém, são cães suscetíveis a sofrer alguns problemas hereditários como: displasia de quadril, hipotiroidismo, entrópio e problemas neurológicos.

Por conta desses possíveis problemas hereditários, podem ter uma expectativa de vida menor. Mas é importante deixar claro que é uma possibilidade e não uma certeza. Existem muitos exemplares que vivem sem pegar nenhuma dessas doenças.

Apesar do seu tamanho imponente e latido forte, os Mastiff Tibetanos são tranquilos e muito apegados aos donos. Têm a fama de serem superprotetores dos donos, não sendo muito simpáticos com as visitas. As vezes pode ser e teimoso e indisciplinado, mas nada que um bom adestramento não resolva.

Como dito anteriormente é uma raça de cachorros tranquila e calma com os donos, porém devido seu instinto superprotetor e territorial, não é muito receptivo com estranhos. Por isso é importante a presença do tutor na hora de visitas para evitar acidentes, principalmente quando já são cães adultos. Os filhotes costumam ser mais receptivos.

Precisam ser bem socializados desde filhote e depois adestrados por uma pessoa experiente, pois podem ser um pouco agressivos com estranhos, com o intuito de proteger seu dono. Eles são verdadeiros fiés escudeiros. A socialização é importante para que eles se sintam mais à vontade com estranhos.

Assim como a maioria dos cachorros, o Mastiff tibetano gosta de passear e os passeios fazem bem à saúde do cão. Embora tranquilos, gostam de brincar e correr em espaços amplos (o que não é difícil de imaginar, devido seu tamanho). Quando estão em casa, costumam ser bem tranquilos, sem agitação, em condições normais.

Essa tranquilidade muda um pouco se eles sentirem que estão confinados ou entediados. Podem cometer algumas artimanhas, bagunçando um pouco a sala, afastando alguns móveis. Por isso é importante dá uma voltinha com ele sempre que possível. Como um cachorro de grande porte, ele precisa de espaço amplo, não sendo recomendado em apartamentos.

Existem 3 tipos de ração no mercado: seca, semiúmida e úmida. A diferença entre elas é basicamente a umidade. Não existe uma diferença muito grande em relação aos nutrientes que elas apresentam. Todas são saudáveis para o cachorro, pois apresentam os elementos básicos que eles precisam e na quantidade certa.

A ração seca é escolhida pela maioria dos donos, pois costumam ser mais baratas e têm maior durabilidade. A úmida é menos escolhida, sendo o oposto da seca, cara e estraga com mais facilidade. Fora essas diferenças de textura, existem rações específicas para cada idade, por isso é sempre bom contar com a ajuda de um veterinário.

Como todas as outras raças, a alimentação deve ser sempre bem nutritiva, apresentando todos os elementos básicos para a saúde vital do cachorro, como: proteínas, vitaminas, minerais, gorduras e carboidratos. Tudo de forma equilibrada. A quantidade varia de acordo com a idade e peso do animal.

A frequência em que o cachorro come, depende muito da idade e peso. Mas no caso da raça Mastiff a média é de 2 a 3 vezes ao dia, entre 600-700g de ração. Lembre-se que é um cachorro de grande porte, precisa de mais comida para se manter ativo, sem exageros, é claro.

Porém, reiteramos a importância de se procurar um veterinário, para que ele possa dar todas as orientações relacionadas a alimentação do cachorro. São profissionais que estudaram durante anos sobre o assunto e ninguém melhor do que eles para dar as instruções devidas. A alimentação não pode ser negligenciada.

As proteínas são essenciais para o desenvolvimento dos músculos, tecidos e órgãos dos cães, além de prevenirem doenças. Tão importante quanto as proteínas são os glicídeos, que contribuem muito para o crescimento saudável do cão. Eles são encontrados principalmente em cereais.

Os ácidos graxos essenciais são importantes para o desenvolvimento do sistema nervoso e imunológico, além de serem fonte de energia. Os carboidratos também são fonte de energia e importantes na alimentação, não esquecendo das vitaminas e minerais também necessários.

Pode sim, respeitando, é claro, o valor nutricional dos alimentos. Uma dieta com carne, vegetais, cereais, pode fornecer boa parte dos nutrientes que ele necessita. Mas o ideal é que a dieta caseira não seja a única, que a ração esteja presente em alguma das refeições.

Alguns donos tem o costume de alimentar seus cães com restos de comida, as sobras das refeições. Definitivamente isso não é recomendado. Os cachorros precisam de uma boa alimentação para manter suas funções vitais e certamente se alimentar com restos de comida não será saudável para ele.

Sem sombra de dúvida são cachorros fascinantes por sua história, ancestralidade, força, porte e lealdade aos donos. Ter um Mastiff tibetano é realmente para poucos, devido seu preço elevado, não só para obtenção, como também para manutenção diária do animal, além de ser uma raça difícil de ser encontrada. O que acentua ainda mais sua raridade é que as fêmeas entram no cio apenas uma vez ao ano, geralmente no outono.

Apesar de ainda não se saber ao certo seu surgimento, estão na lista dos cachorros mais antigos do mundo. O pouco que se sabe é que são originários das culturas nômades do Tibete, China, Mongólia, Índia e Nepal. Desempenhavam o trabalho de cão de guarda e pastoreio, sendo muito fiés ao dono. Depois de vermos um pouco sobre essa raça, podemos ter a certeza do porquê ela é tão especial.