Peixe mandi: veja características da espécie e muito mais!

O peixe mandi (Pimelodus maculatus), também conhecido como bagre pintado, mandi amarelo ou mandi chorão é um peixe de água doce brasileiro encontrado, principalmente, na Bacia Amazônica e no rio São Francisco. Ainda assim, possui a capacidade de se adaptar a diversos rios nacionais.

Ele, pertencente à família dos bagres, é um peixe de comportamento pacífico que pode ser criado em cativeiro e em aquário. O animal pode, inclusive, ser utilizado para fins alimentares. No entanto, é preciso ter cuidados ao se aproximar dos mandis, já que eles possuem ferrões venenosos.

Conheça mais a respeito dos famosos bagres fluviais mandi aqui! Suas características físicas e comportamentais, além de curiosidades, irão te surpreender. Vamos lá!

Algumas informações a respeito do bagre pintado são cruciais para entender a natureza e as principais características desse peixe. Compreenda agora a origem do nome, a distribuição geográfica e a alimentação desse peixe:

É interessante saber que boa parte dos nomes vulgares de peixes brasileiros têm origem no tupi guarani. A origem do nome do peixe remonta tal língua, sendo que “mandií” significa, em tupi, “peixe do rio”.

O bagre pintado possui outras denominações, dentre elas mandi amarelo, mandijuba, mandi pintado e mandi chorão (devido ao som emitido por ele ao ser retirado da água, que se assimila ao choro).

O mandi é um peixe que possui corpo alongado e manchas pretas bem distribuídas nas nadadeiras. O porte do animal é considerado médio, já que seu corpo pode chegar a até 40 cm de comprimento, enquanto seu peso atinge cerca de 3 kg.

O corpo do mandi vai afunilando em direção à cabeça, fato que faz com que ela se assemelhe a um cone. Seus olhos são localizados nas laterais da cabeça e há, também nas laterais, barbilhões, extensos filamentos no canto da boca.

Esse peixe é considerado um bagre fluvial amplamente encontrado em diversas regiões brasileiras, principalmente na Amazônia, nas bacias do Paraná e do Prata e no rio São Francisco. Além disso, o animal pode ser visto nos rios de outros países da América do Sul, como nas Guianas, Venezuela, Argentina, Bolívia e Paraguai.

Ainda que seja uma espécie difundida em vários leitos hidrográficos, prefere margens de rios calmos, locais com cascalhos e areia.

Os mandi são peixes onívoros, ou seja, possuem capacidade de metabolizar diversas classes alimentares sem maiores problemas. São, também, oportunistas, pois preferem e são capazes de comer alimentos disponíveis no momento. Por exemplo, comem insetos aquáticos, mas são adaptáveis a algas, larvas bentônicas, moluscos, sementes e folhas.

O mandi chorão possui comportamentos típicos que o diferencia dos demais peixes. Desde o tratamento dado aos alevinos na reprodução até a criação do animal em aquários os hábitos do mandi são curiosos. Confira:

Assim como a maioria dos peixes, o mandi é ovíparo, ou seja, se desenvolve a partir de ovos postos pela fêmea. A reprodução desse animal é curiosa: não há cuidado parental por parte do peixe. A espécie costuma se reproduzir em períodos chuvosos de calor, abandonando os pequenos alevinos à própria sorte depois do nascimento.

Ainda que o mandi seja típico de regimes fluviais, é possível criá-lo em aquários comunitários. O animal é relativamente pacífico e deve ser criado em um ambiente composto por plantas que tornem o habitat confortável. Além disso, o substrato deve ser arenoso e macio. É interessante colocar troncos ou pedras para que sejam formados esconderijos para o peixe.

O animal convive bem com outras espécies. Porém, é recomendado evitar colocar peixinhos muito pequenos, pois o mandi, por ter porte médio, pode comê-los. Por outro lado, peixes de porte grande podem abocanhar o mandi e, por este ser um animal com espinhos venenosos, intoxica o animal maior que o ingeriu, podendo levá-lo à morte.

Os bagres pintados, assim como a maioria dos bagres, têm hábitos noturnos devido à visão desprivilegiada. Devido a ela, o peixe não é guiado pela visão, mas sim, através do tato e do olfato, por meio de seus “bigodes”, extensos filamentos localizados no canto da boca. Isso pode fazê-lo preferir águas escuras e barrentas.

Algumas curiosidades envolvendo o mandi são muito interessantes. Aspectos como a utilização do animal na culinária, a toxicidade de seus espinhos, acidentes causados por ele e a pesca do peixe, são singulares:

Como o mandi possui uma carne branca e com poucos espinhos, é muito apreciado na culinária. Existem várias receitas muito saborosas envolvendo o animal. Algumas delas são mandi ao molho de pirão, moqueca de mandi e ensopado de mandi. Dependendo da região, o prato de mandi pode variar, como é o caso da moqueca, muito difundida na Bahia e no Espírito Santo.

Assim como a maioria dos bagres, o peixe mandi possui ferrões, popularmente chamados de espinhos. Estes, por serem serrilhados, têm facilidade de perfurar a pele humana, fazendo com que sejam liberados venenos neurotóxicos capazes de gerar dor e, inclusive, necrose (morte de tecidos).

Na maioria das vezes o peixe mede cerca de 30 cm e possui três ferrilhões venenosos: um sobre a cabeça e dois distribuídos nas laterais do corpo

Um estudo feito em 2016 pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), considerando que acidentes com peixes são a principal causa de acidentes entre os pescadores, indicou que os peixes mandi são responsáveis por diversos acidentes no baixo Tietê.

Os ferrões do peixe possuem toxinas com peçonha que geram machucados amplamente dolorosos. É recomendado, caso ocorra a ferroada, que o ferido submerja a área em água quente (a aproximadamente 50º C) por cerca de 30 a 90 minutos. Assim, ocorre vasodilatação da área e neutralização do veneno e da dor.

A Lista Vermelha diz respeito a um grupo de espécies ameaçadas de extinção em determinados territórios. O mandi está incluído no grupo de animais ameaçados na Bahia, já que lá a pesca é muito difundida e está prejudicando a reprodução natural do peixe. Além disso, no Rio Grande do Sul o peixe também integra a lista, fato que entra em choque com os interesses da pesca artesanal local.

O peixe mandi é uma espécie pouco conhecida pelo senso comum dentre o grupo de bagres. No entanto, ele compõe e enriquece a fauna brasileira de modo imensurável, fazendo-se necessário difundir conhecimentos essenciais a respeito desse animal.

Aqui você conheceu mais a respeito do mandi chorão, entendendo traços do comportamento do peixe que fazem com que ele seja único e surpreendente. Além disso, descobriu que é possível tê-lo em aquários e, inclusive, se alimentar dele, posto que a carne do animal é muito nutritiva.

É fundamental conhecer mais a respeito de espécies brasileiras e latinas, e o peixe mandi é um grande representante do nosso continente.