Embuá: veja guia completo com curiosidades sobre o piolho de cobra

Podendo medir até 30 cm de comprimento, o embuá é uma espécie oriunda de um grupo de animais que habitam o planeta a milhões de anos. São animais que possuem uma variedade de espécies que podem ser facilmente confundidas umas com as outras devido a sua aparência semelhante e diferenças sutis.

Os embuás são confundidos até mesmo com as lacraia ou centopeias, mas são animais com características bem diferentes. Descubra aqui quais são essas diferenças, além de muitas outras informações a respeito desse animal bastante antigo em nosso meio. Veja aqui quais são seus hábitos, de que se alimentam e muito mais. Boa leitura!

Conheça mais sobre o embuá e descubra qual sua origem e onde gostam de viver. Saiba identificar suas características físicas a fim de não confundí-lo com animais parecidos.Veja como é sua reprodução e o que gostam de comer.

Os milípedes são um dos seres mais antigos a habitar o planeta Terra. Desde o período Silúrico as formas iniciais desses seres já se alimentavam de musgos e plantas vasculares primitivas. O embuá é um diplópode da classe dos miriápodes, isto é, um animal de muitas patas que são distribuídas aos pares pelo corpo.

Esse animais vivem em ambientes úmidos e são facilmente encontrados debaixo de folhas, restos de árvores mortas ou de madeiras podres. Sendo assim são encontrados em jardins, parques e até mesmo em vasos de plantas no interior de residências.

O embuá tem o corpo formado por cabeça, abdômen e tórax. A cabeça é pequena e contem um par e antenas. O tórax do embuá é curto e formado por quatro segmentos, sendo que os três últimos possuem antenas e cada segmento do corpo do embuá contem um par de patas.

Essa espécie de miriápode se diferencia dos quilópodes (lacraia ou centopeia) por possuir um corpo mais arredondado. Eles não contem ferrões ou garras de inoculação de veneno. Os diplópodes tem corpos cilíndricos muito alongados ou corpos planos com mais de 20 segmentos em seu corpo.

O embuá se alimenta de matéria orgânica morta em decomposição, o que lhe dá uma função importante no processo de decomposição. Sua alimentação é basicamente formada por folhas, troncos, galhos e pequenos animais mortos que se misturam com o substrato do solo. Os embuás podem comer até mesmo papelão, fazendo sua decomposição como se fosse madeira ou folhas de uma planta.

Os embuás têm reprodução sexuada, sendo que seus órgãos sexuais estão localizados em um dos segmentos posteriores. No macho, o órgão sexual é uma modificação na pata do sétimo segmento e na fêmeas uma abertura no terceiro segmento. Na cópula as fêmeas armazenam o espermatozoide no interior do segmento e fecundam os ovos no momento em que os coloca.

Apesar de gostarem de lugares úmidos, os embuás fogem do excesso de umidade, principalmente no momento da reprodução. Em épocas de chuvas e alagamentos, procuram lugares onde a umidade seja estável. É nesse momento que muitos invadem residencias na procura do lugar ideal.

Descubra aqui algumas espécies de embuás e o que pode ser identificado em cada uma delas. Veja também as espécies que podem ser confundidas umas com as outras e quais as diferenças sutis que você pode usar para diferenciá-las.

É um espécie muito conhecida que possui um corpo preto e brilhante, as pernas são de cor branca se destacando em relação ao corpo, além de possuir um télson (último segmento de um artrópode) saliente e pontudo. Outas espécies também possuem essa configuração de cores e tamanho do télson como Julus scandinavius ou Ophyiulus pilosus.

Quando são jovens possuem uma coloração marrom, apresentando listras longitudinais claras o que pode levá-lo a ser confundido com o Ommatoiulus sabulosus. Outra característica marcante do Tachypodoiulus niger é a presença de estrias transversais e estrias longitudinais no dorso do corpo.

O Narceus americanus é uma centopeia gigante encontrada no leste da América do Norte. É conhecida por nomes como centopeia gigante americana, verme de ferro ou verme centopeia. Sua ocorrência é maior a oeste de Georgetown, Texas, ao norte do pantanal de Ottine, EUA.

Essa espécie costuma se enrolar ou soltar um líquido nocivo quando ameaçado. Esse líquido contém grandes quantidades de benzoquinonas, substância que podem causar queimaduras na pele e irritação nos olhos. Muitas espécies de milípedes secretam cianeto de hidrogênio, que podem causar sintomas parecidos, mas é diferente do Narceus americanus.

Essa espécie é gigante, podendo medir até 30 cm de comprimento. Sua cor é bronze azulada e não possui cauda saliente. Esta espécie pode ser confundida com o Cylindroiulus londinensis, mas este último é maior e possui a cauda saliente em forma diferente.

Outras espécies apresentam uma coloração semelhante ao Cylindroiulus caeruleocinctus, mas são menores e possuem uma cauda com formato mais pontiaguda. Uma outra espécie o Cylindroiulus britannicus possui a cauda do mesmo formato e mesma coloração dos Cylindroiulus caeruleocinctus, mas são animais menores medindo no máximo 20 cm.

Este é realmente um miriápode diferenciado. De origem africana este artrópode pode chegar a 38,5 cm de comprimento e 67 mm de circunferência. Esse gigante africano tem aproximadamente 256 patas, alterando o número de acordo com a quantidade de muda sofrida pelo animal.

Sua maior concentração está em países da África Ocidental, desde Moçambique até o Quênia, mas raramente são encontrados em altitudes maiores que 1.000 metros. Seu habitat natural são as florestas, mas podem ser encontrados em áreas próximas ao oceano onde exista maior concentração de árvores.

Podem viver de 5 a 7 anos e possuem duas formas de defesa ao se sentirem ameaçados. A primeira delas é se enroscar formando um firme espiral, deixando exposto apenas os exoesqueleto (as costas). A segunda forma é a secreção de líquido irritante que sai dos poros do seu corpo, causando irritação nos olhos ou na boca.

Essa é um espécie que pode chegar a 30 cm de comprimento. Tradicionalmente de cor marrom ou preto, o Ommatoiulus sabulosus possui duas listras bem características da cor laranja em todo comprimento do corpo. Essas listras podem apresentar uma forma quebrada, parecendo várias manchas de cor laranja, uma em cada segmento.

Os indivíduos da cor marrom podem ser confundidos com os Tachypodoiulus niger mais jovens ou o Brachyiulus pusillus que não tem télson pontiagudo. Assim como o Tachypodoiulus niger, o Ommatoiulus sabulosus possui listras transversais e longitudinais no dorso do animal.

Descubra se o embuá é venenoso e se ele pode ser identificado como um inseto. Confira quantas patas ele pode ter, além de outras curiosidades como a diferença entre lacraia e embuá que você confere aqui nos itens abaixo.

Os embuás não possuem veneno, o máximo que eles podem emitir é um secreção que pode irritar os olhos e a boca caso tenha contato direto. Diferente das lacraias, que possuem garras com veneno, os diplópodes como os embuás são inofensivos para os seres humanos e outros animais.

Além da substância exalada pelos poros de seu corpo que formam um odor composto de iodo e cianeto de hidrogênio, que apesar de irritar é inofensivo aos seres humanos. Uma outra estratégia de defesa desse anima é se enrolar formando um espiral rígido com seu exoesqueleto.

Quilópodes (lacraias ou centopeias) e diplópodes (embuá) são classes de invertebrados que pertencem ao subfilo dos miriápodes do filo dos artrópodes. É o mesmo filo que pertencem os insetos, crustáceos e aracnídeos. Todos os artrópode possuem um exoesqueleto formado por quitina que lhes confere proteção. Os artrópodes são animais com maior número de seres de todo o planeta.

É estimado que os animais que formam esse filo é três vezes maior que todos os outros filos existentes juntos. Dessa forma podemos concluir que os embuás não são insetos por estarem contidos no subfilo dos miriápodes e os insetos estão em uma outra classe do filo dos artrópodes onde constam animais como os mosquitos, abelhas, baratas e borboletas.

São chamados de milípedes (mil-pés) por conterem muitas patas, mas na verdade a média de patas que possui um embuá é cerca de 400. A maior quantidade de patas já encontradas em um embuá foi nos Estados Unidos, onde um embuá da espécie Illacme plenipes possuía um total de 750 patas. A quantidade de patas de um embuá depende muito da idade do animal e quantas mudas ele já sofreu.

O embuá ou piolho de cobra é um animal da classe diplópode e são eficientes na reciclagem de materiais orgânicos e na produção de adubos de origem orgânica (humus). São capazes de triturar até papelão, sendo conhecidos por reduzirem até 70% do volume de resíduos, gerando adubo de ótima qualidade.

O gongocomposto (nome derivado de gongolo — outro nome do embuá) é um adubo natural que dispensa produtos como o pó de carvão e torta de mamona (adubo rico em nitrogênio). O gongocomposto é usado para melhorar os níveis de nutrientes e a textura da terra do composto produzido por minhoca.

Produtos como o bagaço de cana, sabugo de milho e outros resíduos facilmente encontrados em propriedade agrícolas, acrescidos de outro material rico em nitrogênio, como as leguminosas, são usados para produzir o gongocomposto.

Vimos anteriormente que tanto as lacraias ou centopeias e os embuás pertencem ao mesmo grupo de animais, do filo dos artrópodes e da mesma superclasse (subfilo) dos miriápodes, mas são de classes diferentes. As lacraias ou centopeias são da classe dos quilópodes e os embuás ou piolho de cobra são da classe dos diplópodes.

O maior exemplar de centopeias já visto mede cerca de 26 cm é é um animal venenoso que possui ferrão. Os quilópodes vivem escondidos e tem hábitos noturnos para evitar a dessecação.

Os piolhos de cobra são diplópodes, possuindo dois pares de patas por segmento do corpo. São animais detritívoros e não possuem órgão inoculador de veneno por não serem venenosos. São animais que vivem em lugares úmidos e se alimentam de matéria orgânica em decomposição.

Limpe bem as calhas e telhados para evitar que água da chuva fique empoçada formando lugares úmidos e cheio de detritos. Esse cenário é ideal para a reprodução do piolho de cobra. Como se alimentam de materiais em decomposição como pequenos animais, restos de alimentos ou folhagens.

Faça uma limpeza bem detalhada no seu quintal para evitar qualquer tipo de atrativo para o embuá. Faça uma varredura em sua casa a procura de vazamentos e infiltrações, tanto no interior como no exterior da casa em varandas, terreiros e garagens. Mantenha tudo sempre limpo e seco, pois os embuás gostam muito de ambientes úmidos.

Verifique com maior periodicidade a cozinha e o banheiro para que não haja nenhuma área que fique úmida mais que o necessário. Mantenha o jardim e a grama sempre limpos e aparados para que não haja o acumulo de folhas e pedaços de madeira.

Aqui você conferiu tudo sobre esse animalzinho curioso que está há muitos anos em nosso planeta. Vimos que possuem várias espécies em que estão espalhados por todo o mundo. São diferentes das lacraias ou centopeias por não possuírem veneno. Seus corpos são formados por uma carapaça rígida que os protegem quando se enrolam.

Os embuás ou piolhos de cobra, também chamados de gongolos, tem uma participação muito importante para nosso ambiente. São animais responsáveis pela decomposição de detritos que se instalam no solo como restos de plantas, madeira e pequenos animais.

Enfim, todo material orgânico que está morto em decomposição servem de alimentos para esse bichinho, até mesmo o papelão. Para evitar que eles invadam sua residência, mantenha a casa limpa, evitando o surgimento de lugares úmidos.